‘Eram do tamanho de um camundongo’: Filhotes de buldogue com deficiência se desenvolvem ao receber amor
Por Larissa Soares em CãesPara a maioria das pessoas, assumir a responsabilidade de cuidar de dois filhotes de cão recém-nascidos com necessidades especiais seria um grande desafio.
Mas para Kelly Sayer, técnica veterinária e especialista em acolher cães com fissura labiopalatina, a resposta foi imediata: "Sim, traga eles pra cá!"
Foi assim que Violet e Dash, dois micro filhotes de buldogue francês que cabiam na palma da mão, encontraram não apenas cuidados veterinários, mas também um lar cheio de carinho.
“Eles eram minúsculos, do tamanho de um camundongo”, contou Kelly ao portal The Dodo.
Violet nasceu com uma fenda palatina parcial e lábio leporino, enquanto Dash tinha uma fenda completa, além do lábio afetado.
Em outras palavras: eles não conseguiam se alimentar sozinhos e precisariam de atenção 24 horas por dia para sobreviver.
Por sorte, estavam nas mãos certas.
Lar temporário cheio de amor
Kelly tem experiência de sobra com casos como esse — e um motivo a mais para se dedicar com tanta paixão: seu próprio filho, Landon, nasceu com fenda palatina.
Isso criou uma conexão imediata entre ele e os filhotes.
“Landon sempre foi muito gentil com os animais, e eles naturalmente se aproximam dele”, diz Kelly.
O menino, que hoje ajuda a alimentar e cuidar dos filhotes resgatados, resumiu seu papel com simplicidade: “Adoro ajudá-los. É uma sensação tão boa.”
Nas primeiras semanas, a rotina foi intensa. Os filhotes precisavam mamar por sonda a cada duas horas e o monitoramento era constante para evitar aspiração de leite.
Foi preciso muita dedicação para garantir que os dois pequenos não apenas sobrevivessem, mas crescessem saudáveis. E deu certo!
Hoje, aos quase três meses de idade, Violet e Dash já correm, brincam e dão trabalho como qualquer outro filhote saudável.
Em breve, estarão prontos para adoção. Mas até lá, seguem sendo tratados como os bebês especiais que são.
Veja a história deles:
O que é a fenda palatina?
De acordo com o PetMD, trata-se de uma abertura no céu da boca do animal (ou palato) que impede a separação adequada entre as cavidades oral e nasal.
Isso atrapalha a amamentação, dificulta a respiração e, se não tratado, pode levar a infecções e até à morte.
Existem dois tipos principais: a congênita (de nascença), causada por fatores genéticos, nutricionais, medicamentos ou infecções durante a gestação; e a adquirida, geralmente resultado de trauma ou doenças.
Filhotes braquicefálicos, como os bulldogs, estão entre os mais afetados, já que o focinho achatado aumenta as chances de malformações no palato.
Em muitos casos, é necessária uma ou mais cirurgias corretivas, além de cuidados específicos com alimentação e infecções respiratórias.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.