O que significa quando os cachorros olham de canto de olho?

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Se você já pegou seu cachorro aprontando e percebeu aquele olhar de canto de olho, como se ele estivesse se sentindo culpado, saiba que a interpretação correta desse comportamento vai muito além da aparência.

Segundo especialistas, essa expressão é mais um sinal de apaziguamento do que uma demonstração real de culpa.

O perfil @rikendes, no Instagram, que publica conteúdos sobre curiosidades e cuidados com cães e gatos, explicou em um vídeo publicado no dia 26 de março que os cães não compreendem o erro da mesma forma que os humanos.

Quando eles reagem com olhares laterais, rabo entre as pernas ou orelhas abaixadas, estão apenas tentando evitar conflito e agradar seus tutores, que demonstraram insatisfação por meio da voz ou da postura corporal.

Cães sentem culpa ou apenas reagem ao nosso comportamento?

De acordo com a revista Scientific American, 74% dos donos de cães acreditam que seus animais sentem culpa ao fazer algo errado.

No entanto, o portal Rover explica que o que chamamos de “aparência de culpa” — como o famoso olhar de lado ou os “olhos tristes” — nada mais é do que uma resposta à linguagem corporal do tutor.

Ou seja, o cão percebe que o humano está bravo e reage com sinais corporais de estresse e submissão.

Esses sinais incluem o encolhimento do corpo, abaixar as orelhas, desviar o olhar e até mesmo bocejar ou lamber o focinho.

Tais atitudes são mecanismos naturais dos cães para acalmar o ambiente e evitar punições.

Mudança de comportamento não significa culpa

Outro ponto levantado pelo Rover é que, muitas vezes, os cães mudam seu comportamento após serem repreendidos.

Se antes eles arrastavam o lixo, por exemplo, podem deixar de fazê-lo após uma reação negativa do tutor.

Isso não significa necessariamente que o cachorro entendeu que errou, mas sim que aprendeu a associar determinada ação a uma consequência desagradável — e quer evitar desagradar quem ama.

Emoções caninas: o que a ciência diz?

Pesquisas atuais apontam que cães sentem emoções primárias como alegria, medo, raiva e afeto. Já emoções secundárias, como culpa e orgulho, ainda estão sendo estudadas.

O cientista Brian Hare, da Universidade Duke, defende que cães podem experimentar empatia e até mesmo formas rudimentares dessas emoções, como mostrado em seu trabalho de ciência cidadã.

Portanto, ao flagrar seu pet em uma travessura, interprete sua reação como uma tentativa de manter a paz — e não como arrependimento.

Compreender esses sinais fortalece a relação entre tutor e animal, baseada na empatia, não no medo.

Assista abaixo a explicação:

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Jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Gosta de livros, animais e é vegetariana.