Logomarca Amo Meu Pet

Criatura fofa que brilha sob luz UV é capturada por câmera pela primeira vez

Por
em Mundo Animal

Durante uma expedição de acampamento na Tasmânia, o fotógrafo e ex-biólogo marinho Ben Alldridge conseguiu capturar um momento raro: um quoll oriental brilhando em azul neon sob luz ultravioleta.

A imagem, registrada no sudoeste remoto da ilha, foi feita com equipamento sensível a UV e agora é finalista do Prêmio de Fotografia Científica Beaker Street de 2025.

Esta é a primeira vez que o fenômeno é fotografado na natureza.

O que você precisa saber


  • Um quoll oriental foi flagrado exibindo um brilho azul neon sob luz UV pela primeira vez em seu habitat natural.
  • O fenômeno é conhecido como biofluorescência, e pode servir para camuflagem, comunicação ou acasalamento entre animais noturnos.
  • Embora alguns marsupiais australianos já fossem conhecidos por brilharem, essa é a primeira documentação científica de um quoll fazendo isso em vida livre.


Segundo Alldridge, o brilho ocorre porque os pelos do animal absorvem a luz UV e reemitem em cores visíveis, um fenômeno chamado biofluorescência.

“Enquanto sua pelagem normalmente é fulvo ou preta, sob certos comprimentos de onda de luz, eles exibem biofluorescência — como a versão natural de uma camisa branca brilhando em uma discoteca”, explicou ele ao Daily Mail.

Quem são os quolls?

Segundo o WWF, o quoll oriental é um marsupial carnívoro do tamanho de um gato doméstico, medindo em média 60 cm de comprimento e 1,3 kg de peso.

De hábitos noturnos, é um caçador solitário que vive em campos abertos e bosques, abrigando-se durante o dia sob pedras, troncos ou em tocas.

Características marcantes:

  • Nariz pontudo
  • Cauda espessa
  • Pelagem com manchas brancas
  • Variações de cor entre tons fulvos e escuros

A espécie já foi comum em toda a Austrália continental, mas foi declarada extinta no continente há cerca de 50 anos. Hoje, os quolls orientais sobrevivem majoritariamente na Tasmânia onde, apesar de ainda presentes, a população caiu mais de 50% na última década.

Principais ameaças:

  • Predação por gatos selvagens e raposas
  • Atropelamentos
  • Envenenamento
  • Armadilhas
  • Epidemias

O que é biofluorescência?

Diferente da bioluminescência (como a de vaga-lumes), que produz luz por reações químicas internas, a biofluorescência ocorre quando um organismo absorve luz em um comprimento de onda (como UV) e emite em outro, geralmente visível aos olhos humanos com equipamentos adequados.

A biofluorescência é mais comum do que se imaginava e está sendo cada vez mais registrada em mamíferos.

Animais biofluorescentes já documentados:

  • Diabo-da-Tasmânia
  • Vombates
  • Esquilos-voadores e gambás (brilham em rosa)
  • Ornitorrincos (emitem luz azul-esverdeada)

De acordo com a National Geographic, a descoberta de fluorescência em ornitorrincos e outros mamíferos indica que esse fenômeno pode ser muito mais comum e ancestral do que se pensava.

Mas por que alguns animais brilham?

Ainda não existe consenso científico sobre o propósito exato da biofluorescência em mamíferos. No entanto, algumas hipóteses ganham força:

Possíveis funções da fluorescência:

  • Comunicação entre indivíduos da mesma espécie (sobretudo em animais noturnos com visão UV)
  • Camuflagem contra predadores que enxergam luz ultravioleta
  • Atração de parceiros para acasalamento

Ben Alldridge, que estuda biofluorescência há anos, resume com humor:

“Eu diria que provavelmente é um sistema de mensagens ou identificação semelhante às nossas impressões digitais — mas isso é, na melhor das hipóteses, uma especulação absurda. Por enquanto, vamos apenas dizer que eles gostam de festejar.”

Para Alldridge e os organizadores do prêmio Beaker Street, a fotografia do quoll fluorescente cumpre um papel mais profundo do que apenas encantar:

“Essas fotografias nos permitem ver o mundo de forma diferente — e, em alguns casos, literalmente revelam coisas que nunca vimos antes”, afirmou a diretora do festival, Dra. Margo Adler.

Veja mais fotos do quoll fluorescente clicando aqui.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.