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'1 milhão que ele tem algo na boca': Tutora percebe algo errado com labrador chocolate, mas não esperava ser um animal inteiro

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em Cães

Você conhece o seu cachorro o suficiente para perceber, só pelo jeito de andar ou pela expressão no rosto, quando ele fez alguma travessura?

Alguns tutores desenvolvem uma conexão tão forte com seus pets que não precisam de palavras para entender o que está acontecendo.

É o caso de Aimee Heath, que possui um sítio no estado do Maine, nos Estados Unidos. Criadora de cães e defensora da alimentação natural, ela tem uma relação especial com sua cachorrinha Harlee, da raça Labrador.

Aimee consegue perceber sinais sutis no comportamento canino de Harlee. Basta uma mudança na postura ou no olhar para saber que algo está fora do comum.

Essa sintonia vem da convivência diária, da observação atenta e, acima de tudo, do amor pelos animais.

E com você, também é assim? Você já aprendeu a entender os sinais silenciosos do seu cachorro?

A travessura

Harlee estava passeando pela propriedade com os outros cães da matilha quando Aimee, observando de longe, notou algo diferente no jeito como ela caminhava.

Com a experiência de quem conhece bem sua cadela, Aimee logo entendeu o que aquilo significava: Harlee estava aprontando.

Com o celular em mãos, começou a filmar e comentou, em tom bem-humorado: “Aposto um milhão de dólares que a Harlee tem algo na boca.” E você, teria coragem de apostar contra?

Quem dissesse que não perderia a aposta. Aimee se aproximou da labradora e, ao dizer “larga isso”, Harlee prontamente obedeceu. Para surpresa nenhuma, deixou cair um rato que estava carregando com todo cuidado.

Entre risos, Aimee brincou: “Harlee, isso é arteiro.” E quem convive com labradores sabe que esse tipo de cena é mais comum do que se imagina. A raça tem o hábito de carregar objetos com a boca, seja por curiosidade, por diversão ou por instinto.

Criados originalmente para auxiliar em caças aquáticas, os labradores desenvolveram a chamada boca macia, que lhes permite pegar e transportar objetos sem danificá-los. É por isso que, até hoje, eles são inclinados a trazer brinquedos, galhos, roupas e até pequenos “presentes”, como o rato de Harlee.

De acordo com o site especializado The Spruce Pets, esse comportamento está diretamente ligado à função original da raça: recuperar presas abatidas com delicadeza e obediência.

Além disso, os labradores são cães inteligentes, ativos e extremamente sociáveis. Por isso, é comum que expressem sua energia e natureza exploradora interagindo com o ambiente e surpreendendo os tutores com pequenos achados - nem sempre agradáveis, mas quase sempre engraçados.

Mas o mais curioso vem depois. Assim como Harlee, muitos cães parecem “confessar” que fizeram algo errado só com o olhar ou a postura. Mas será que os cães realmente sentem culpa?

Segundo a revista Scientific American, o que muitos interpretam como remorso é, na verdade, uma resposta ao comportamento humano.

Quando o tutor muda o tom de voz ou demonstra desaprovação, o cão reage com sinais como abaixar a cabeça, evitar o olhar ou encolher o corpo. Esses gestos indicam medo, ansiedade ou submissão, e não arrependimento real.

Um estudo conduzido pela pesquisadora Alexandra Horowitz, da Barnard College, mostrou que cães exibem o chamado “olhar de culpa” mesmo quando não fizeram nada errado.

No experimento, cães que foram injustamente repreendidos apresentaram os mesmos sinais daqueles que realmente tinham cometido alguma travessura. Ou seja, eles não reagem ao ato, mas sim à reação do tutor.

No caso de Harlee, o que parece ser um “olhar de arrependimento” ao soltar o rato é, na verdade, uma forma de comunicação. Ela reconhece os sinais da tutora e tenta evitar a bronca, mostrando-se submissa.

A Scientific American reforça que os cães não têm uma noção moral de certo e errado como os humanos. Eles interpretam emoções, tons de voz e expressões, e agem com base na leitura emocional do ambiente e no desejo de agradar — ou evitar punições.

Repercussão

Aimee Heath compartilhou o vídeo de Harlee no perfil do Instagram de seu canil, @chalkpondretrievers, no dia 20 de abril.

“O quanto você conhece seu cachorro? Eu percebi só pelo andar ‘descolado’ dela que ela tinha algo na boca”, escreveu Aimee na legenda.

A publicação viralizou, acumulando mais de 6,3 milhões de visualizações e milhares de comentários divertidos sobre o comportamento canino.

“Eu sou um retriever. Eu recupero”, brincou um internauta.
“São sempre os labradores chocolate...”, comentou outra pessoa.
“Não diga que ela é travessa. Ela é uma retriever e fez exatamente o que foi criada para fazer”, defendeu um terceiro.

Assista ao vídeo:

Harlee definitivamente sabe como surpreender com seus “presentes”. E quem tem um retriever em casa, sabe que a missão deles é justamente essa: buscar e entregar, mesmo que seja um rato!

Sobre o canil de Aimee

Tudo começou com um desejo simples: ter uma única ninhada de labradores. O marido de Aimee sempre falou sobre isso — só uma vez, por experiência.

Eles compraram Goose como cão de caça, com registro limitado. Um ano depois, o criador ofereceu o registro completo, mas nunca o utilizou como reprodutor.

Foi aí que o casal começou a considerar a ideia de fazer isso por conta própria.

Encontraram Raven, fizeram todos os exames de saúde, conseguiram a documentação necessária e decidiram que fariam apenas uma ninhada.

Aimee, inicialmente, era contra a criação de cães. Tinha dúvidas, pensava nos animais abandonados, e não sabia se era o caminho certo. Mas amava filhotes e queria apoiar o sonho do marido.

Cinco anos depois, eles estão esperando a terceira ninhada. Segundo Aimee, seu marido "criou um monstro". Hoje, a casa tem seis cães, menos dinheiro no banco e mais pelos brancos.

"Meu marido criou um monstro e tenho certeza que às vezes se arrepende porque se ele não tivesse querido apenas uma ninhada, provavelmente teríamos apenas alguns cachorros em vez de 6, mais dinheiro no banco (já que a reprodução não é barata se feita corretamente) e alguns pelos brancos a menos", declarou.

Mas ela também tem momentos mágicos: o cheiro dos filhotes, as lambidas carinhosas e os rabinhos abanando todas as manhãs.

Entregar os filhotes após oito semanas ainda parte seu coração, mas ela sabe que escolheu famílias incríveis.

Elas vão amar e cuidar dos cães como ela cuida. E toda vez que lembra que isso era pra ser “só uma vez”, ela sorri. Foi uma excelente ideia.

No Brasil, como funciona um canil?

Para funcionar legalmente, um canil deve seguir normas sanitárias, de bem-estar animal e ter registro junto aos órgãos competentes.

O principal deles é o CBKC – Confederação Brasileira de Cinofilia, que regula a criação oficial de raças e emite pedigrees reconhecidos.

O criador também pode estar registrado em clubes de raça e entidades estaduais ou regionais de cinofilia.

Segundo a CBKC, um canil ético e responsável deve:

  • Realizar exames genéticos e de saúde nos reprodutores antes do acasalamento.
  • Respeitar os intervalos entre cruzas.
  • Fornecer condições adequadas de higiene, alimentação e socialização.
  • Registrar os filhotes com pedigree oficial.
  • Não vender para terceiros ou pet shops, mas diretamente ao tutor responsável.

Dica importante: antes de comprar um filhote, visite o canil pessoalmente. Observe onde os cães vivem, conheça os pais do filhote, peça exames e confirme o registro junto à CBKC. Evite canis que criam várias raças ao mesmo tempo ou que não permitam visitas.

Comprar de um canil ético ajuda a combater o comércio ilegal de animais e garante mais saúde e bem-estar ao seu futuro companheiro.

Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.

Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.

Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.

Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.