Mesmo com medo de humanos, mãe gata se aproxima de casa para pedir ajuda para filhote
Por Larissa Soares em Aqueça o coraçãoNo início do ano passado, Maria Fernanda Lobos, uma jovem moradora do Chile, encontrou o intruso mais fofo em seu quarto: um filhote de gato laranja, energético, brincalhão e completamente à vontade no ambiente.
Mas o mais curioso é que ele não estava sozinho.
Do lado de fora, uma gata arisca com olhos tristes observava tudo. Aquela era a mãe e ela queria garantir que seu filhote seria bem tratado.
O momento foi registrado por Maria, que compartilhou no TikTok com a legenda:
“Uma gata de rua quer lhe dar seu filhote para adoção, mas ela precisa vigiá-lo de perto e continuar cuidando dele.”
O vídeo, naturalmente, viralizou e milhões de pessoas ficaram comovidas.
“Seu olhar triste. Mas ele quer que seu filho fique bem”, escreveu um internauta.
“Ofereça comida a ela na janela, aos poucos ela vai ficando”, sugeriu outro.
E claro, muitos incentivaram: “Adota a mãe também!”
E foi exatamente isso que Maria começou a fazer. Mas ela ainda teria um longo caminho pela frente.
Missão: família unida
A gata não deixava ninguém se aproximar, mas também não ia embora. Passava os dias por perto, sempre vigilante, silenciosamente zelando pelo filhote.
Sem forçar nada, Maria passou a deixar comida para a gata, sempre respeitando seus limites.
Enquanto o filhote, que recebeu o nome de Aurelio, crescia e se esbaldava de brincadeiras, a mãe seguia nos arredores, garantindo que estava tudo em ordem.
“Quero que fique claro que estou respeitando o tempo dela, para que ela possa se adaptar... Sei que quando ela se sentir confortável, ela entrará. Não quero forçar nada!”, escreveu Maria, em uma das atualizações.
Com o tempo, a mamãe começou a se aproximar da porta. Ainda não aceitava carinho, mas já entrava na casa para ver o filhote.
Até que, semanas depois, Maria registrou a cena que derreteu os corações dos seguidores: a gata, antes tão desconfiada, estava dormindo com Aurelio no cesto dele.
Uma surpresa
Passados alguns meses desde que a gata apareceu pela primeira vez, Maria recebeu mais uma grande surpresa: a gata estava grávida novamente.
Mas, dessa vez, ela teria seus bebês com segurança, em uma cama quentinha, rodeada de amor e com um potinho de ração sempre cheio.
Maria seguiu dividindo as atualizações. Em outubro, Aurelio já era um jovem gato, castrado e muito arteiro.
Os novos irmãozinhos estavam saudáveis e, em breve, também seriam castrados e encaminhados a lares responsáveis.
O final mais esperado
Em maio, Maria trouxe a melhor atualização de todas: a gata estava gordinha, castrada, tranquila e relaxada, aceitando carinho naquela cama onde “entregou” Aurelio, um ano antes.
Agora, ela é oficialmente da casa e Aurelio está mais lindo do que nunca!
Como ajudar um gato de rua arisco (sem assustá-lo!)
Ao tentar resgatar um gato de rua arisco, é importante saber como agir corretamente. Confira as dicas da SPCA da Virgínia do Norte:
1. Alimente com segurança
Antes de tudo, forneça comida e água. Ração seca é ideal, mas atum ou carne cozida também funcionam no início. Evite leite de vaca pois gatos têm dificuldade para digerir. Se for uma gata amamentando ou um filhote, opte por comida úmida.
2. Atrair sem pressionar
Se o gato parecer interessado, tente atraí-lo para dentro de uma caixa de transporte com comida. Uma vez dentro, leve-o a um cômodo fechado e calmo (como um banheiro), sem forçar interações.
Se conseguir atraí-lo diretamente para dentro de casa, mantenha seus outros animais separados por segurança, até que o novo hóspede esteja adaptado.
3. Quando não for possível atrair: use armadilhas
Se o gato não se aproxima de jeito nenhum, considere usar uma gatoeira, sempre com orientação de um abrigo ou veterinário. Essas armadilhas não machucam, mas devem ser monitoradas constantemente.
Cubra a armadilha com um pano (gatos se sentem mais seguros no escuro) e use alimentos de cheiro forte para atrair o felino. Nunca deixe a armadilha sem supervisão por mais de 30 minutos.
4. Solte com segurança
Ao capturar, solte o gato apenas dentro de um cômodo fechado. E, claro, leve ao veterinário o quanto antes para avaliação, vacinação e possível castração.
Mesmo os gatos mais ariscos, se respeitados e acolhidos com paciência, podem se transformar em companheiros amorosos. Basta dar tempo.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.