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Mulher espia poço de drenagem e encontra animal aterrorizado que não consegue se mover

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em Proteção Animal

Certa manhã, uma mulher dirigia tranquilamente por uma estrada do Condado de Murrindindi, no interior da Austrália, quando foi surpreendida por um canguru.

O animal, que surgiu na estrada de repente, acabou sendo atingido pelo carro.

Preocupada, a mulher parou o veículo e tomou uma atitude que, infelizmente, nem todos tomam: ela ligou pedindo ajuda.

Do outro lado da linha, estava Kate Turner, fundadora do Murrindindi Ranges Wildlife Shelter.

Um resgate nada fácil

Assim que chegou ao local, Kate percebeu que o canguru ferido havia se arrastado até um poço de drenagem, um espaço apertado e escondido, onde dificilmente alguém o encontraria a tempo.

E, definitivamente, ele não conseguiria sair sozinho.

“Quando me aproximei, ele escorregou de volta para a água e entrou no cano. Não tinha como sair de lá sozinho, ele teria morrido ali”, contou Kate em uma publicação no Facebook do abrigo.

Com água gelada e pouco espaço para manobra, a situação exigiu não só esforço físico, mas bastante cautela.

Kate suspeitava que o animal pudesse ter uma fratura pélvica, então cada movimento precisava ser calculado. Além disso, ele deveria pesar pelo menos 40 quilos. Mesmo assim, não hesitou.

'Era preciso'

“Eu sabia que esse resgate seria fisicamente difícil e que eu sentiria muita dor depois”, contou ela ao The Dodo. “Mas era preciso — ele precisava de ajuda.”

Kate entrou na água fria com uma rede, conseguiu posicioná-la atrás do animal e, aos poucos, o convenceu a vir para frente.

Depois de muita tentativa e um resgate trabalhoso, conseguiu tirá-lo do buraco.

"Eu gastei toda a minha energia para tirá-lo de lá", relatou.

Exausta e molhada até os ossos, Kate precisou de ajuda. Ligou para uma amiga, que rapidamente chegou com um funcionário da fazenda.

Juntos, conseguiram colocar o canguru dentro do carro e levá-lo para o abrigo. Lá, ele foi aquecido, hidratado e recebeu os primeiros cuidados.

Mais tarde, os exames confirmaram a fratura na pelve. Mas, graças à atitude da motorista e da determinação da equipe de resgate, o canguru está se recuperando bem e, em breve, poderá voltar ao seu habitat natural.

Por que é tão importante agir em situações como essa

Infelizmente, atropelamentos de animais silvestres não são raros e os dados assustam.

Um estudo conduzido pelo professor Alex Bager, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), apontou que mais de 2 milhões de animais de médio e grande porte morrem atropelados anualmente no Brasil, em estradas e rodovias.

Somados aos animais pequenos, o número salta para 450 milhões de mortes anuais. Isso representa mais de 1 milhão por dia.

Não prestar socorro é crime

Muitos motoristas, por não saberem o que fazer ou por medo, simplesmente vão embora. Mas deixar o animal ferido à própria sorte, além de ser cruel, pode configurar crime ambiental.

Segundo o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), praticar maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres ou domésticos é passível de detenção de três meses a um ano, além de multa.

Além disso, colisões com animais nas rodovias não afetam apenas a fauna.

Um levantamento da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo aponta que mais de mil pessoas se tornam vítimas por ano no Brasil devido a acidentes envolvendo animais em rodovias.

O que fazer se você atropelar ou encontrar um animal silvestre ferido

As autoridades ambientais recomendam:

  • Não tente tocar ou resgatar o animal sozinho. Animais feridos estão sob extremo estresse e podem reagir de forma agressiva;
  • Ligue para os órgãos competentes imediatamente. No Brasil, acione:
    • Polícia Militar Ambiental da sua região
    • Polícia Rodoviária Federal (telefone 191)
    • Corpo de Bombeiros (telefone 193)
    • Se estiver em rodovias com concessão, entre em contato com a empresa responsável.

  • Em hipótese alguma leve o animal para casa. Apenas equipes especializadas podem avaliar as condições de saúde e fazer o transporte adequado.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.