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Superando medo, cachorrinha caramelo que nunca teve família descobre que é seguro deixar voluntários ver seu lindo rostinho

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em Cães

Por toda a sua vida, uma cachorrinha idosa de 12 anos viveu confinada em um cercado, dividindo o espaço com inúmeros outros cães. Ela não conhecia o amor, tampouco o conforto de um colo ou a liberdade de correr sem grades.

Foi então que, em julho, a vida de Lenore, uma doce labradora retriever, mudou para sempre!

Resgatada por protetores, ela finalmente sentiu o toque gentil de mãos que queriam cuidar, provou o aconchego de uma cama macia e descobriu que ainda há tempo para ser feliz.

Enfim livre: o recomeço de Lenore

Lenore foi resgatada pelo abrigo de animais Labrador Friends of the South, localizado em Atlanta, Geórgia, nos Estados Unidos.

A ONG tem como missão o resgate e a adoção de labradores retrievers desabrigados na região sudeste do país.

Formada inteiramente por voluntários, a organização sobrevive exclusivamente de doações, eventos de arrecadação de fundos e taxas de adoção, sem receber qualquer financiamento estadual ou federal.

Cada cão que entra no programa recebe cuidados veterinários, avaliação de temperamento e atenção especial antes de ser disponibilizado para adoção.

O objetivo é garantir que cada labrador encontre um lar definitivo, amoroso e compatível, considerando tanto o histórico e as necessidades do animal quanto o perfil e o estilo de vida da família adotante.

E foi na fé de que ainda havia um lar perfeito para ela que Lenore seguiu sua nova jornada. Contudo, a socialização dessa lindinha não foi fácil.

Devido aos traumas que viveu, Lenore era muito melindrosa, vivendo pelos cantos e evitando contato humano. Esse tipo de comportamento é comum em cães que sofreram confinamento prolongado e falta de afeto.

Especialistas explicam que esses animais tendem a desenvolver medo persistente, retração e falta de iniciativa para interagir, como uma forma de autoproteção após vivências traumáticas.

Segundo o blog da Southeast Veterinary Neurology, cães idosos ou traumatizados podem apresentar mudanças de comportamento como irritabilidade, isolamento e receio ao toque — principalmente quando associam interações humanas a experiências dolorosas ou negligentes.

Para se ter ideia, Lenore deitava em sua caminha com a cabeça virada para a parede e permanecia assim por horas, como se quisesse se esconder do mundo.

"Ela não se moveu desta posição", escreveu a organização em uma publicação no Facebook. "Ela quer desesperadamente ir embora. Ela está absolutamente apavorada."

Houve uma vez em que Lenore até tentou fugir. Isso aconteceu logo após ser resgatada, durante um exame veterinário. A sala estava cheia de pessoas e, para ela, tudo era estranho e ameaçador. Assustada com aquele ambiente desconhecido, sua reação instintiva foi buscar uma forma de escapar.

Os funcionários precisaram ter muita paciência, usando gestos calmos e palavras suaves para mostrar a Lenore que ali ela estava segura.

Mas, ao voltar para o canil, o comportamento de se deitar com a cabeça virada para a parede retornava, como se aquele fosse seu refúgio contra um mundo que ela ainda não compreendia.

Esse comportamento refletia a vida que ela teve, marcada pela falta de socialização, onde ela e muitos outros cães recebiam apenas água e comida o suficiente para sobreviver.

Quando os exames ficaram prontos, foi diagnosticado que ela tinha infecções em ambas as orelhas, dentes danificados e pele áspera.

"A pele dela está tão gravemente infectada que parece pele de elefante", disse Sarah Jones, voluntária da Labrador Friends of the South, ao The Dodo. "Não consigo imaginar o quão desconfortável ela deve ter ficado."

Logo, ela recebeu um banho terapêutico para aliviar a dor e cuidar da pele. Mas, mesmo sentindo o conforto da água quentinha, Lenore permanecia retraída, mostrando que a desconfiança ainda era mais forte que o alívio.

A cachorrinha estava muito introspectiva, e mantê-la nas instalações do abrigo não era uma opção. Ela precisava de alguém que a ajudasse a se abrir para o mundo novamente.

Por isso, o abrigo fez um apelo em suas redes sociais, buscando quem pudesse oferecer lar temporário: "Ela precisa muito de um lar temporário. Alguém que possa ser paciente, já que ela corre o risco de fugir".

Dias depois, apareceu uma mulher que atendia a todos os critérios necessários para proporcionar a Lenore o ambiente seguro, calmo e amoroso de que ela tanto precisava para iniciar sua verdadeira transformação.

A transformação de Lenore

Lenore foi recebida em sua nova casa com muito amor, ganhando uma cama macia, carinho constante e a tranquilidade de finalmente pertencer a um lar onde poderia se sentir segura e amada todos os dias.

Sua nova tutora chegou a recebê-la no primeiro dia com uma música clássica de piano relaxante, pois, se você não sabe, esse tipo de música ajuda a acalmar os cães, reduzindo o estresse e transmitindo uma sensação de segurança.

Contudo, quando a mulher tentou acariciá-la, a reação foi imediata: Lenore se encolheu e recuou, como se aquele simples gesto fosse algo desconhecido e ameaçador.

Dois dias se passaram em sua nova casa e Lenore permanecia distante, evitando contato físico e preferindo observar tudo de longe.

Foi então que, após uma semana, Lenore deu um sinal que encheu a casa de esperança: ela reagiu a um petisco.

Quando sua tutora estendeu a mão, Lenore, timidamente, saiu do meio das cobertas para pegá-lo, mostrando que, pouco a pouco, estava disposta a confiar.

Confira:

Assim, sua tutora descobriu que a chave para conquistar a confiança dessa lindinha eram as guloseimas.

A cada petisco oferecido, Lenore se aproximava um pouco mais, transformando o medo em curiosidade e abrindo espaço para os primeiros gestos de afeto.

"Agora, ela dorme com a cabeça virada para fora e não tenta se esconder quando entro no quarto", contou a mãe adotiva de Lenore à Labrador Friends of the South. "Ela abana o rabo com tanta força quando digo o nome dela e trago a comida dela."

Amadinha, Lenore viveu anos acreditando que todo aquele sofrimento e isolamento eram a única realidade que ela teria.

Cercada por grades, sem carinho e sem liberdade, ela parecia condenada a uma vida de solidão. Mas o destino preparava algo muito melhor para ela.

Hoje, longe das grades, Lenore vive cercada de carinho, desfrutando de passeios, brincadeiras e descobrindo o que é ser amada de verdade.

Sua história é a prova viva de que nunca é tarde para recomeçar e que a adoção transforma não apenas a vida dos animais, mas também de quem decide abrir o coração.

E você, já pensou em dar uma segunda chance para um cão que precisa de um lar?

Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.

Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.

Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.

Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.