Logomarca Amo Meu Pet

Cães de abrigo explodem de felicidade ao ganhar graminha de veterinária e cena emociona

Por
em Cães

Rayssa é médica veterinária em um abrigo de animais localizado na cidade de Dois Irmãos, no Rio Grande do Sul. O local acolhe mais de 130 cães, todos tratados com respeito e carinho.

Contudo, por viverem em baias, muitos acabam privados daquilo que todo cãozinho mais deseja: a liberdade de correr, brincar e sentir o mundo além das grades.

Pensando no bem-estar dos cães, Rayssa não cuida apenas da saúde física, mas também do lado emocional. Por isso, sempre procura oferecer a eles grama, algo que simplesmente amam.

A reação deles ao comer o verde é emocionante: mastigam com calma, abanam o rabo, deitam-se satisfeitos e até parecem sorrir.

“A veterinária vai muito além da medicação, né! A gente se preocupa com o bem-estar deles, né!”, declarou Rayssa em uma publicação no Instagram.

A graminha que anima

Em entrevista ao Amo Meu Pet, Rayssa contou que é a responsável técnica da Associação Amigos dos Animais, entidade que atua no resgate, cuidado e adoção de cães em Dois Irmãos.

A profissional atende o abrigo uma vez por semana, onde avalia a saúde dos cães, aplica vacinação, realiza coleta de sangue, acompanha tratamentos em andamento e garante que todos recebam o cuidado necessário.

Rayssa é apaixonada pelo trabalho que realiza no abrigo, mas confessa sentir um aperto no coração, pois se depara todos os dias com histórias de abandono, maus-tratos e superação que marcam sua rotina.

“A gente tá lá e vê cães que estão há anos no canil e que nunca mais serão adotados. A gente perde a esperança de ver eles serem adotados. Porque é cachorrinho mais velho, as pessoas não querem, ou é um cachorrinho de porte grande. Então dói a gente ver aqueles cachorrinhos ali”, desabafou Rayssa.

Infelizmente, cães idosos, de grande porte, com pelagem escura ou sem raça definida (SRD) são os que mais enfrentam dificuldades para serem adotados nos abrigos brasileiros.

Estudos revelam que os vira-latas compõem a maioria dos abrigos, mas têm 90% menos chances de adoção do que cães de raça, um reflexo do preconceito ainda arraigado na sociedade.

Além disso, animais de pelagem preta costumam ser preteridos, devido a crenças que os associam à “má sorte” ou até à agressividade.

Outra barreira frequente é a preferência por filhotes. Já os cães idosos acabam desencorajando muitos adotantes, por serem vistos como “mais caros” ou com “vida útil limitada”.

Por isso, o abrigo se dedica a conscientizar a sociedade sobre a importância da adoção responsável, em especial dos cães idosos, de grande porte ou sem raça definida, que tantas vezes acabam esquecidos.

Enquanto a adoção não chega, Rayssa busca tornar a rotina dos cães mais leve e acolhedora. Uma das formas encontradas foi oferecer grama, já que vivem em baias com piso e não têm acesso ao verde.

“Daí, às vezes, eu pego a grama e entrego para eles, coloco um pouquinho em cada baia porque, querendo ou não, é o comportamento natural deles. Os cachorros são farejadores”, explica Rayssa. “Isso também ajuda na questão comportamental de estresse ou ansiedade. Além disso, alivia o desconforto gástrico, porque a grama tem fibras, mas precisa ser uma graminha que não tenha agrotóxicos.”

Segundo especialistas da clínica Greencross Vets, o contato dos cães com a grama não é apenas instintivo, mas também benéfico para a saúde física e o bem-estar emocional.

Do ponto de vista nutricional, a grama contém fibras que auxiliam na digestão, podendo atuar como um laxante natural e ajudar na eliminação de desconfortos estomacais. Também contribui para regular o trânsito intestinal e, em alguns casos, até induzir o vômito de forma natural, permitindo que o cão elimine algo que não fez bem ao organismo.

No aspecto comportamental, a grama funciona como um recurso de enriquecimento ambiental, especialmente para cães que vivem em baias ou locais com pouco estímulo. O simples ato de farejar, mastigar ou deitar sobre o verde reduz os níveis de estresse e ansiedade, oferecendo uma sensação de liberdade e contato com a natureza.

“Tem cachorrinho lá que é estressado, que tem ansiedade. É como quando a gente pensa na gente: às vezes gostamos de ir para o meio do mato, escutar o som da natureza, colocar o pé na grama. Para os animaizinhos é a mesma coisa. Eles têm o comportamento instintivo de cheirar, cavocar, se enrolar na grama, então isso também é enriquecimento ambiental”, finalizou Rayssa.

Viralizou

Rayssa filmou sua iniciativa com os cães do abrigo e compartilhou o vídeo no perfil do Instagram @vet.ray no dia 6 de agosto.

“Eu sou RT de um canil em Dois Irmãos, onde muitos cães incríveis estão à espera de um lar. Fazemos o possível por eles todos os dias, mas, infelizmente, ainda falta o que mais importa: amor, carinho, cuidado… e uma família”, escreveu Rayssa na legenda.

A publicação acumulou centenas de visualizações e comentários.

“Gratidão por tudo, gratidão a quem sempre ajuda esses seres inocentes”, escreveu uma internauta.
“Que lindo! Isso mostra que você tem um dom. Não escolheu a profissão só para mostrar que é uma veterinária, mas porque ama de verdade. Que Deus te abençoe cada dia mais. Quem não ama os animais não ama seu próximo. Parabéns pela atitude e pelo gesto de amor”, comentou outra.
“Eles ficaram tão felizes comendo graminha. Muito obrigada, Rayssa”, disse uma terceira.

Assista:

Amadinhos! Que esses lindinhos encontrem logo o lar cheio de amor que tanto merecem.

Sobre a Associação Amigos dos Animais

A Associação Amigos dos Animais, localizada em Dois Irmãos (RS), é uma organização sem fins lucrativos que há anos dedica sua energia e amor à causa animal.

Com mais de 13,3 mil seguidores no Instagram, @animaisdedoisirmaos, a entidade é movida por voluntários que lutam diariamente para oferecer resgate, cuidado e dignidade a cães de rua.

Atualmente, mais de 130 cães vivem sob os cuidados da associação, recebendo alimentação, tratamentos veterinários e, principalmente, carinho.

No entanto, o trabalho vai além do acolhimento: a associação busca conscientizar a população sobre a importância da adoção responsável, incentivando o lema #naocompreadote.

Cada adoção realizada representa uma nova chance de vida para um animal que antes sofreu abandono ou maus-tratos.

Quem não pode adotar também pode ajudar. Doações garantem ração, medicamentos e cuidados diários. A instituição aceita contribuições via PIX pelo CNPJ 11.364.009/0001-06.

Pequenos gestos fazem uma grande diferença, e juntos podemos transformar a realidade desses cães e oferecer a eles o que mais precisam: um lar cheio de amor.

Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.

Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.

Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.

Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.