'Pit-latinhas': Jovem revela os principais motivos para você adotar cães mistura de pitbull com vira-lata e lista viraliza
Por Beatriz Menezes em CãesUm vídeo publicado pelo internauta @doisn_mv, morador da capital paulista, ganhou repercussão nas redes sociais ao defender a adoção de cães conhecidos como “pit-latinhas”, resultado do cruzamento entre pitbull e vira-lata.
A publicação, feita em 28 de setembro no TikTok, já acumula 1.251 visualizações, 277 curtidas e oito comentários, conquistando a simpatia de tutores e amantes de animais.
Na gravação, o jovem lista seis principais motivos que tornam esses cães especiais e reforça a importância da adoção de animais sem raça definida (SRD).
A mensagem não só viralizou, como também abriu espaço para um debate importante sobre os benefícios dos cruzamentos naturais e a quebra de preconceitos em relação ao pitbull.
Os seis motivos que conquistaram a internet
Segundo o criador da lista, os pit-latinhas combinam força, inteligência e afeto de maneira equilibrada. Os argumentos destacados foram:
Saúde mais forte: cães sem raça definida tendem a apresentar menos problemas genéticos do que raças puras.
Força equilibrada: mantêm o porte atlético do pitbull, mas com temperamento menos agitado graças à mistura.
Inteligência e adaptação: herdam a esperteza do pitbull e a versatilidade típica dos vira-latas.
Carinho e lealdade: podem ser sociáveis e apegados, desde que socializados desde filhotes.
Menos preconceito: a aparência menos intimidadora reduz o medo em passeios e melhora a convivência em comunidade.
Custo menor e chance de adoção: por serem frutos de cruzamentos não planejados, muitos estão disponíveis em abrigos aguardando um lar.
Assista abaixo:
Nos comentários, internautas reagiram com mensagens carinhosas como: “Muita fofura” e “Não aguento os dentinhos”.
Raças mistas: diversidade genética, saúde e comportamento
Ao longo da história, a criação seletiva deu origem às raças puras de cães. Já os cães de raças mistas reúnem uma maior diversidade genética, fator que pode trazer benefícios importantes para a saúde e o comportamento.
De acordo com o Portal DNA Pets, estudos recentes apontam que eles apresentam mais heterozigose em comparação aos de raça pura, o que ajuda a reduzir problemas associados à consanguinidade, como displasia ou doenças cardíacas.
Isso não significa que estejam livres de riscos. Pesquisas mostram que mais da metade dos cães mistos carregam variantes genéticas associadas a doenças hereditárias, mas, em muitos casos, os sintomas tendem a ser menos severos do que em cães de raça definida.
No comportamento, os mestiços se destacam pela adaptação e resiliência, características que os tornam companheiros versáteis.
Ao mesmo tempo, a variabilidade genética pode gerar traços menos previsíveis, exigindo socialização e treinamento consistentes.
Em resumo, a mistura de raças contribui para cães mais resistentes, inteligentes e diversos, reforçando a importância de adotar sem preconceitos.
Misturas que chamam atenção pelo mundo
A Forbes destacou os cruzamentos que têm chamado a atenção globalmente:
- Goldendoodle (Golden Retriever + Poodle): afetuoso, sociável e adaptável.
- Chowsky (Chow-Chow + Husky): leal e independente, ideal para donos experientes.
- Yorkiepoo (Yorkshire + Poodle): pequeno, hipoalergênico e fácil de treinar.
- Puggle (Pug + Beagle): ótimo para famílias com crianças, divertido e resistente.
- Pitsky (Pitbull + Husky): robusto, atlético e protetor, mas afetuoso em ambiente familiar.
No Brasil, o pitbull ainda enfrenta forte estigma relacionado à agressividade. Contudo, especialistas reforçam que comportamento não é sinônimo de raça, mas sim de criação e socialização.
Ao promover os “pit-latinhas”, o vídeo do jovem paulista contribui para desconstruir mitos e incentivar uma visão mais justa sobre os cães de médio e grande porte.
O cachorro Pitbull é "naturalmente violento"?
Conheça a raça:
Quem olha a foto de um filhote fofinho de Pitbull não imagina todos os cuidados e dedicação que a raça exige. Conhecer a fundo suas características e necessidades é fundamental para quem deseja ter um Pitbull em casa.
Origem da raça Pitbull: do “Bull and Terrier” aos EUA
De acordo com o Estadão, a história do American Pit Bull Terrier começa no século XIX, na Inglaterra, Irlanda e Escócia. O cruzamento entre antigos Bulldogs Ingleses e Terriers resultou no Bull and Terrier, também chamado de Half and Half.
Esses cães eram usados em lutas contra ratos, texugos e, posteriormente, em combates entre cães.
Nos Estados Unidos, a raça foi oficializada em 1898 pelo United Kennel Club (UKC) e, em 1909, pela American Dog Breeders Association (ADBA), consolidando a linhagem que conhecemos hoje.
Pitbull: um cão leal, ativo e cheio de energia
Apesar da fama polêmica, especialistas descrevem o Pitbull como um cão equilibrado, amigo e fiel à família. Muitas linhagens mostram alta tolerância com crianças e até mesmo com desconhecidos.
No entanto, é comum que demonstrem baixa tolerância a outros animais, o que exige supervisão e socialização desde cedo.
Casos de agressividade existem, inclusive contra tutores, mas são considerados isolados e também registrados em diversas outras raças.
O que diz a CBKC sobre o Pitbull
De acordo com a Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC), as características principais do Pitbull são:
- Força e autoconfiança
- Alegria de viver
- Amor por crianças
- Grande entusiasmo em agradar o tutor
Apesar do físico imponente e da agilidade, que faz dele até um bom escalador de cercas, o Pitbull não é considerado ideal como cão de guarda, já que costuma ser muito amigável com pessoas estranhas.
A agressividade voltada a humanos é, na verdade, um traço indesejado na raça.
Treinamento e socialização: pontos-chave
A combinação de força física e energia torna o Pitbull um cão que precisa de treinamento consistente e de socialização cuidadosa desde filhote.
Com estímulos corretos, pode se tornar um excelente companheiro para famílias ativas e até se destacar em competições esportivas, graças à sua inteligência e disposição para o trabalho.
Afinal, o Pitbull é naturalmente violento?
A resposta é não. A violência não é uma característica genética inevitável da raça, mas sim o resultado de fatores ambientais, criação inadequada ou falta de socialização.
Com orientação correta e um tutor responsável, o Pitbull pode ser um cão afetuoso, brincalhão e extremamente leal.