Cachorro reprovado em escola de cães de serviço agora vive trazendo itens úteis para tutora

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em Aqueça o coração

Leo é um Labrador Retriever que não passou no treinamento para se tornar cão de serviço. Mas foi justamente o motivo de seu “fracasso” que encantou sua nova família.

Samantha Welborn conheceu Leo em um momento delicado. Ela havia perdido recentemente seu cãozinho e ainda lidava com o luto.

Foi então que uma amiga contou que havia um labrador reprovado como cão de serviço que precisava de um lar.

A decisão não foi fácil, pois Samantha ainda sentia falta do outro cão. Mas Leo parecia saber exatamente como trazer conforto. E, assim, nasceu uma parceria.

O “reprovado” mais “prestativo” do mundo

Leo foi treinado para apoiar pessoas com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Ele aprendeu a identificar mudanças emocionais e a intervir.

Mas seu entusiasmo em excesso e a mania de pular nas pessoas para dar oi fizeram com que a equipe decidisse que ele não tinha o perfil ideal para a função.

No entanto, para Samantha, foi justamente esse excesso de energia que transformou a rotina. Leo tem o hábito de “ajudar” trazendo objetos aleatórios para a tutora.

Às vezes, ele acerta em cheio, como quando chegou com um talco para os pés e deitou de barriga para cima, como se pedisse para usar.

Outras vezes, nem tanto: já carregou fitas, necessaires e até desfez malas antes mesmo da viagem começar.

“Leo ainda tenta ser muito prestativo”, contou Samantha ao The Dodo. “Ele também é simplesmente o cachorro mais companheiro que já conheci.”

Internautas apaixonados

Os vídeos de Leo rapidamente conquistaram espaço nas redes sociais.

“O fracasso é uma questão de perspectiva. Talvez ele estivesse sendo treinado para ajudar um cleptomaníaco? Eu amo o Leo”, brincou um seguidor.
“Você consegue imaginar um cão de serviço que rouba coisas por onde passa?”, disse outro.
“Ele é um cão de apoio à alma”, resumiu um terceiro.

Por que alguns cães “fracassam” no treinamento?

Segundo a Assistance Dog School, não existe propriamente “fracasso”, mas sim, incompatibilidade.

O papel de um cão de serviço exige um conjunto muito específico de características, e nem todos os cães se encaixam nesse perfil.

Entre os motivos mais comuns para um cão ser retirado do programa estão:

  • Temperamento inadequado: cães muito tímidos, reativos ou distraídos podem não se adaptar.
  • Problemas de comportamento: pular em pessoas, latir em excesso ou não manter o foco são sinais de que talvez não sejam ideais para a função.
  • Não ser o tipo certo de trabalho: um cão pode não se dar bem em apoio psiquiátrico, mas funcionar em outras tarefas, como guia.
  • Problemas de saúde: doenças crônicas ou predisposições genéticas podem limitar o desempenho.
  • Incompatibilidade com o tutor: a relação entre cão e humano precisa ser de confiança e vínculo.

Isso não significa que esses cães sejam “piores” ou “difíceis”. Na verdade, muitos acabam sendo excelentes animais de companhia, como Leo.

É possível adotar um cão de serviço reprovado?

Adoções como a de Leo são cada vez mais buscadas, já que esses cães costumam ser bem socializados e ter alguma base de treinamento.

De acordo com organizações como a Canine Companions for Independence e a Guide Dogs for the Blind, os candidatos à adoção passam por um processo seletivo para garantir que o novo lar seja compatível com as necessidades do animal.

Alguns pontos importantes para quem sonha em adotar um cão de serviço que não concluiu o treinamento:

  • Avalie seu estilo de vida: esses cães, em geral, têm energia e precisam de atividades regulares.
  • Considere necessidades especiais: alguns podem ter limitações de saúde ou comportamentais.
  • Busque em organizações oficiais: instituições como PAWS, Freedom Service Dogs of America ou abrigos locais podem disponibilizar cães para adoção.
  • Acompanhe eventos de adoção e redes sociais: muitas ONGs divulgam oportunidades online.

No Brasil, embora menos comum, algumas instituições também trabalham com adoção de cães que não seguem carreira como cães-guia ou de apoio.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.