Em SP, cachorrinho triste 'condenado' a viver preso a garrafa pet é finalmente resgatado e vai ter a chance de ser feliz

Há poucos dias, Roberta Dias Lima, vereadora de Americana, São Paulo, e o Delegado Bruno Lima, que fazem parte do projeto Cadeia para Maus-Tratos, receberam uma denúncia.

Um cachorrinho triste, “condenado” a viver preso a uma garrafa pet, junto de seus irmãos caninos, estava sofrendo com maus-tratos na cidade de Campinas.

Mas, graças ao resgate, agora eles terão a tão esperada chance de viver com dignidade e felicidade.

Sem tolerância a maldade

Quando Roberta e Bruno souberam que os cães viviam em péssimas condições, com coleiras apertadas, sujos, debilitados e privados de cuidados básicos, não hesitaram em agir para salvar aquelas vidas.

“MAUS-TRATOS! Recebemos a denúncia desse animal vivendo amarrado a uma garrafa há dias, sem explicação e sem motivos”, escreveu Roberta em suas redes sociais.

Ao chegarem ao local, a denúncia foi infelizmente confirmada. Segundo ela, a cena era de partir o coração:

“Cão com corrente no pescoço, garrafa pet amarrada, outros dois em sofrimento, vivendo em meio à sujeira, sem água e sem comida”.

O vídeo gravado durante a ocorrência mostrou a realidade cruel enfrentada pelos animais e foi publicado no Instagram de Roberta, no dia 16 de setembro, no perfil @roberta.diaslima. Na legenda, a vereadora reforçou o alerta:

“Maus-tratos é crime e não pode ser tolerado!”

A publicação rapidamente se espalhou e acumulou milhares de visualizações, acompanhadas de comentários indignados.

Uma seguidora desabafou: “Inacreditável ver estas cenas, até quando essas pessoas vão maltratar nossos animais?”.

Outra afirmou: “Não consigo entender por que querem ter animais, parece que é só pelo prazer de maltratar. Revoltante!”.

Entre as mensagens, um sentimento comum se destacou: a revolta diante da crueldade e a necessidade urgente de justiça para proteger os animais que sofrem em silêncio.

Veja:

Roberta e Bruno foram até a residência acompanhados pela Polícia Civil e, segundo Roberta, “resgatamos todos e agora eles estão em segurança”.

Mas não parou por aí! A vereadora ressaltou: “O ‘tutor’ vai responder pelo crime de maus-tratos”.

No Brasil, maus-tratos contra animais são considerados crime pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998). Isso inclui qualquer ato que cause sofrimento, dor, ferimentos ou privação de necessidades básicas, como comida, água, abrigo e cuidados de saúde.

Entre os exemplos de maus-tratos estão:

• Abandonar animais;
• Espancar, ferir ou mutilar;
• Manter em ambientes sujos ou insalubres;
• Deixar sem água, comida ou abrigo adequado;
• Obrigar a trabalhos excessivos ou incompatíveis com sua força;
• Submeter a envenenamento ou experiências dolorosas.

Desde 2020, com a Lei Sansão (Lei nº 14.064/2020), os casos de maus-tratos contra cães e gatos ficaram ainda mais rigorosos: a pena pode chegar a 5 anos de prisão, além de multa e proibição de guarda de animais.

Ou seja, maltratar animais não é apenas uma questão de falta de compaixão - é uma conduta criminosa, que deve ser denunciada e punida para garantir que esses seres tenham o direito de viver com dignidade e proteção.

No momento do resgate, os tutores não estavam presentes. Porém, segundo o delegado, eles serão notificados e deverão responder criminalmente na Delegacia de Proteção Animal.

No dia 17 de setembro, Roberta compartilhou outro vídeo mostrando o desfecho da história. Na legenda, lançou uma reflexão:

“E você, acha que um covarde desses merece outra chance ou CADEIA?”

A publicação viralizou, recebendo milhares de visualizações e comentários de apoio.

Uma internauta desabafou:

“Que judiação, meu Deus. Graças a vocês ele está livre.”

Outra comentou:

“Gente, o povo não aprende… por que pegar os bichinhos para deixar confinados em maus-tratos? Parabéns a todos envolvidos neste resgate.”

E ainda houve quem reforçasse:

“Por mais profissionais assim! Não podemos deixar seres em sofrimento. Meu agradecimento a vocês.”

Assista ao vídeo:

Os cães foram encaminhados para a ONG Associação Focinho Abandonado e estão recebendo todo o suporte necessário, com acompanhamento da clínica veterinária SaluteVet.

Lá, contam com cuidados médicos, alimentação adequada e, acima de tudo, a chance de recomeçar em um ambiente de acolhimento e proteção.

Agora fica uma reflexão: adotar um animal é um ato de amor e também de responsabilidade. Ter um bichinho vai muito além de oferecer comida e água: ele precisa de atenção, carinho, cuidados veterinários, espaço adequado e convivência saudável. Infelizmente, muitos animais sofrem porque seus tutores não entendem o compromisso de uma vida inteira.

Antes de adotar, é fundamental ter consciência de que aquele ser dependerá de você todos os dias, por muitos anos. Ele não é um objeto que pode ser descartado quando se torna incômodo, mas um companheiro fiel que merece respeito e amor.

Ao abrir as portas da sua casa para um pet, você também abre as portas do seu coração. E essa decisão deve ser feita com seriedade, para garantir que histórias de sofrimento como a desses cães não se repitam.

Sobre o Projeto Cadeia para Maus-Tratos

O projeto Cadeia para Maus-Tratos é hoje um dos principais movimentos de combate à crueldade animal no Brasil. Idealizado pelo delegado Bruno Lima, referência nacional na luta contra crimes de abuso e negligência contra animais, o projeto nasceu da necessidade de dar mais visibilidade ao tema e de pressionar por punições mais severas para os responsáveis por atos de violência.

A iniciativa conta também com a atuação da vereadora Roberta Dias Lima, que além de seu papel político, dedica-se à defesa da causa animal. Juntos, Roberta e Bruno vêm ampliando a rede de proteção, transformando denúncias em ações concretas que resultam em prisões, resgates e conscientização social.

Embora o Brasil tenha avançado com leis importantes, como a Lei Sansão (Lei nº 14.064/2020), que prevê de dois a cinco anos de reclusão para maus-tratos a cães e gatos, sem possibilidade de fiança, ainda existem desafios para garantir que a legislação seja aplicada de forma efetiva. É justamente nesse ponto que o projeto atua: reforçando a importância da denúncia, apoiando investigações e garantindo que os culpados sejam responsabilizados.

O alcance da iniciativa é nacional. Atualmente, o Cadeia para Maus-Tratos possui representantes em mais de 20 estados e já contabiliza mais de 180 prisões e o resgate de mais de 5.000 animais em situações de risco. Além das ações jurídicas e policiais, o movimento promove campanhas de conscientização e mobiliza a sociedade para que cada cidadão compreenda seu papel na defesa dos animais.

Mais do que um projeto, o Cadeia para Maus-Tratos é uma causa coletiva que luta por justiça, dignidade e respeito a todos os seres vivos.