Jovem resgata coelho e vê amizade mais fofa florescer entre ele e seus três golden retrievers

Lito é um coelhinho que tirou a sorte grande ao ser adotado pela estudante de medicina Giovana Diniz, de Belo Horizonte, Minas Gerais.

No novo lar, ele não encontrou apenas abrigo, mas também uma família cheia de carinho e três companheiros para lá de especiais: Maya, Jake e Duque, lindos golden retrievers.

Desde o primeiro dia, o trio dourado pareceu entender que Lito precisava de cuidado. E assim, sem que ninguém ensinasse, eles assumiram uma missão: se tornaram seus protetores.

Hoje, é impossível não se encantar com a cena - o coelhinho frágil e delicado cercado por três gigantes de coração enorme, que o tratam como parte da matilha.

Porque, no fim, Lito não ganhou apenas um lar… ele ganhou um exército de amor.

A adoção de Lito

O quarteto vive em um rancho, onde desfruta da liberdade para correr, brincar e explorar a natureza ao redor, vivendo dias repletos de alegria e harmonia.

Mas antes de Lito integrar essa família dourada, ele viveu seus primeiros dias em uma toca improvisada por sua mãezinha, ao lado de seus três irmãozinhos, às margens de uma estrada dentro da fazenda.

Quando Lito e seus irmãos foram encontrados sozinhos naquela toca, eles foram resgatados e acolhidos junto de outros coelhinhos que já viviam no rancho.

Para surpresa de todos, uma das fêmeas se aproximou imediatamente dos filhotes, movida pelo instinto de cuidar, a ponto de Giovana acreditar, por um instante, que ela pudesse ser a verdadeira mãe deles.

Da ninhada, Lito era o mais forte e ativo, o que lhe deu a chance de sobreviver, enquanto seus irmãozinhos mais frágeis infelizmente não resistiram.

Sua energia e determinação fizeram dele o pequeno guerreiro que, contra as dificuldades, encontrou um novo destino.

Comovida com sua fragilidade e coragem, Giovana decidiu trazê-lo para dentro de casa, oferecendo cuidados de perto, atenção constante e todo o carinho necessário para que ele tivesse uma verdadeira chance de crescer saudável e feliz.

Quando não estava em casa, Giovana deixava Lito junto dos outros coelhos para que ele se adaptasse melhor ao convívio. Mas, em um desses dias, ao voltar para casa, teve uma triste surpresa: encontrou o pequeno com a patinha quebrada.

A partir daí, o manteve sempre dentro de casa, cercado de atenção e amor, determinada a oferecer a Lito uma vida tranquila e protegida, longe de qualquer perigo.

E assim, Lito foi criando uma forte conexão com Giovana, reconhecendo nela não apenas sua protetora, mas também sua nova família.

Nesse processo de recuperação da patinha, os golden retrievers se aproximaram do filhote, formando uma amizade inesperada e assumindo, de maneira natural, o papel de guardiões do coelhinho.

Giovana até tentou fazer com que Lito se socializasse novamente com os outros coelhos, mas eles o ignoravam. Em contrapartida, ele era sempre recebido com carinho e brincadeiras pelos douradinhos.

Foi então que Giovana percebeu que o lugar de Lito já estava decidido: ao lado dos golden retrievers, sua verdadeira família.

Assista:

A inesperada amizade entre Lito e os goldens

Antes de permitir a aproximação dos cães com Lito, Giovana observou a reação deles diante do pequeno mamífero. Como imaginava, Maya foi a que demonstrou maior cautela, já que possuía um instinto de caça mais aflorado.

Mesmo assim, com paciência e supervisão, Giovana acompanhou cada passo até perceber que, aos poucos, a desconfiança dava lugar à curiosidade e, depois, ao carinho.

Por sua vez, Giovana também observava os sinais de Lito para ter certeza de que ele se sentia confortável ao lado dos cães.

E, ao contrário da postura que mantinha diante dos coelhos adultos — sempre distante e desconfiado —, com os goldens era diferente: ele buscava contato, se aproximava sem medo e parecia encontrar neles a segurança que tanto precisava.

Claro que esse processo de socialização levou muitos dias, exigindo paciência, dedicação e a observação atenta de cada pequeno avanço, até que Lito e os goldens finalmente se tornaram inseparáveis.

Mas, até então, para Maya e os outros douradinhos, Lito não passava de uma criaturinha curiosa e engraçada, que eles adoravam observar com atenção.

Giovana sempre se manteve por perto para controlar cada interação, garantindo que o contato entre Lito e os douradinhos fosse seguro, equilibrado e cercado de cuidado.

Veja a socialização de Lito com Maya:

Já a socialização de Lito com Jake e Duque foi muito mais tranquila. A duplinha parecia entender, logo de cara, que aquele pequeno não era uma ameaça, mas sim alguém especial que merecia cuidado e amizade.

E assim, entre descobertas, cuidado e carinho, Lito foi conquistando seu espaço definitivo no coração dos douradinhos, tornando-se parte da família.

Assista a interação de Lito com o Jake:

Giovana compartilhou os vídeos da socialização dos cães com o coelho em maio deste ano, em seu perfil no Instagram @giovana__diniz.

As publicações já acumulam mais de 8 milhões de visualizações e milhares de comentários emocionados.

"Por isso que eu amo os animais, de verdade. Esse vídeo é sem explicação! A delicadeza do cachorro para acariciar o coelho... Não daaaaaa."

"Eles entendendo que era um novo membro que chegava na família."

"Ahhhhhhh gente, como uma pessoa na vida não consegue sentir nada vendo esse amor e cuidado? Eu troco fácil um humano por um serzinho desse."

"E tem quem diga que são apenas 'animais'... mas algumas pessoas jamais teriam um cuidado tão especial como esse."

A repercussão revela como histórias assim conseguem tocar as pessoas, despertando reflexões sobre a sensibilidade dos animais, sua capacidade de acolher e transmitir afeto.

Mais do que simples companheiros, eles são seres capazes de transformar vidas e ensinar sobre empatia, respeito e amor genuíno.

Amizade interespécies

Socializar animais de espécies diferentes é possível, mas exige cautela, supervisão e paciência. O processo deve ser gradual, em ambiente seguro, permitindo que cada um observe o outro antes do contato direto.

Reconhecer sinais de estresse ou desconforto é essencial para interromper a interação e evitar traumas. Também é importante considerar diferenças de tamanho, energia e linguagem corporal, que podem dificultar a comunicação entre eles.

Segundo Brooks et al. (2023), em A review of interspecific social play among nonhuman animals, interações positivas entre espécies só acontecem quando há tolerância mútua, compatibilidade e respeito ao ritmo individual.

Assim, quando bem conduzida, a socialização interespécies pode gerar laços de confiança e até amizades improváveis.