Chihuahua idoso decide que agora é 'pai' de uma pitbull gigante e todos dias aplica ritual de skincare na 'filha'

“Ele quer cuidar dela. Todos os dias antes de dormir eles têm um ritual completo”

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em Aqueça o coração

No lar de repouso Old Souls Animal Rescue, no Arizona (EUA), a rotina dos cães idosos é tranquila e cheia de afeto.

Mas dois moradores em especial chamam a atenção de quem visita o local: o pequeno chihuahua Teddy Swims e a pitbull Mimi.

Apesar da diferença de tamanho, idade e energia, eles formaram uma dupla inseparável e formam um dos vínculos mais adoráveis do abrigo.

Teddy, que tem cerca de 15 anos, decidiu que Mimi, uma pitbull de 12 a 14 anos, é sua filha. E, como um bom pai dedicado, ele tem uma missão diária: aplicar o “ritual de skincare” na gigante.

“Ele quer cuidar dela. Todos os dias antes de dormir eles têm um ritual completo”, contou Paula, fundadora do abrigo, em entrevista ao GeoBeats.

“Ele a persegue de uma maneira muito gentil, pois está sempre esperando que ela se deite para poder limpar seu rosto. Como se quisesse cuidar dela.”

O gesto é tão frequente que virou marca registrada da dupla. Enquanto Mimi relaxa, o pequeno chihuahua se aproxima cuidadosamente e começa a lamber seu rosto com dedicação.

A “bebê hipopótamo”

Mimi chegou ao Old Souls Animal Rescue após ser encontrada abandonada em um parque, coberta de tumores.

“Ela estava em um abrigo, foi deixada lá e ninguém veio buscá-la. Talvez tenha tido alguns bebês em sua vida e, quando terminou de tê-los, não a quiseram mais”, contou Paula.

A equipe do abrigo, que resgata animais idosos, com necessidades especiais e em cuidados paliativos, decidiu acolhê-la imediatamente.

“A sensação que temos quando a vemos faz com que queiramos abraçá-la”, disse.

Hoje, Mimi é conhecida carinhosamente como “bebê hipopótamo” por seu porte robusto e expressão sempre sorridente. A língua pendurada e o olhar gentil conquistaram corações dentro e fora do abrigo.

Ela até ganhou um título especial: “Especialista Chefe em Felicidade” do Cholla Afterlife, um espaço que oferece conforto a famílias que se despedem de seus pets.

“Pode ser triste aqui em um hospício geriátrico de resgate, mas ela nos dá felicidade e conforto”, explicou Paula. “Ela é surda, mas isso não muda nada. Eu continuo falando com ela o tempo todo. Talvez ela sinta o que estou dizendo.”

Nos últimos meses, Mimi passou a enfrentar dificuldades para andar por conta da artrite, mas segue recebendo cuidados intensivos e muito carinho. E, claro, o “tratamento facial” diário de Teddy Swims, seu pequeno enfermeiro particular.

“Eu valorizo muito o tempo que passamos juntas, porque sei que não teremos muito tempo. Mas digo a ela que a amo muito e que ficaremos juntas para sempre. Quando ela for para a ponte, ela tem ordens escritas para não atravessar sem mim.”

Um gesto que fala de amor

Para Paula, há muito o que aprender com essa convivência.

“O fato de ela deixar o Teddy lamber todo o seu rosto e ser tão paciente mostra o quanto ela entende que ele gosta disso”, contou.

A paciência de Mimi e a dedicação de Teddy refletem um instinto natural dos cães, como explica o site especializado Dogster. Segundo o artigo, lamber o rosto de outro cão é uma forma de demonstrar afeto e reforçar laços sociais, semelhante a um beijo humano.

Os cães são animais altamente sociais e usam diferentes formas de linguagem corporal para promover harmonia e evitar conflitos. Lamber o rosto de outro cão, especialmente quando feito de maneira calma e frequente, pode ter três significados principais:

  • Afeto e vínculo: lamber estimula a liberação de endorfinas, hormônios do bem-estar, tanto em quem lambe quanto em quem é lambido. É uma maneira de expressar carinho e fortalecer o elo entre eles.
  • Brincadeira e convite: o comportamento pode indicar disposição para interagir e brincar, muitas vezes acompanhado de rabos abanando e postura relaxada.
  • Respeito e deferência: em grupos caninos, o cão de nível mais baixo pode lamber o mais dominante para demonstrar respeito e manter a harmonia.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.