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Cachorrinha caramelo deixada em lixão para triste fim achava que nunca teria uma experiência positiva com humanos

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em Cães

Quando os voluntários da organização Sidewalk Specials, da África do Sul, encontraram uma pequena cadela caramelo abandonada em um lixão, ficou claro que sua história havia sido marcada pela dor.

Frágil, apavorada e coberta de carrapatos, ela parecia ter desistido de acreditar que algo bom poderia vir dos humanos.

“Dava pra ver que a condição dela era terrível. Ela estava magra, desnutrida, com o pelo opaco e as orelhas comidas por carrapatos”, contou Rachael Sylvester, da ONG, em um vídeo para o The Dodo.

“Fomos alertados pelo dono, que não a queria mais, e ela ficou apavorada. Não estava acostumada a ser tocada. Tudo o que ela queria era fugir.”

A cadelinha, batizada de Pippa, foi levada imediatamente para a clínica veterinária da ONG.

Ali, recebeu os primeiros cuidados, mas ainda tremia de medo a cada aproximação humana.

Ela não sabia que, pela primeira vez, estava cercada por pessoas dispostas a salvá-la, não a machucá-la.

O primeiro passo para o recomeço

Depois de ser tratada, Pippa foi encaminhada para um lar temporário, onde teria a chance de começar a se adaptar à vida doméstica. No entanto, na primeira noite, o medo ainda falava mais alto.

“Ela se escondeu. Correu e dormiu no parapeito de uma janela, atrás de um pedaço de madeira”, lembra Rachael. “Mas depois da primeira refeição, algo mudou. Ela começou a abanar o rabo, bem devagar, como se estivesse aprendendo a confiar.”

O ambiente acolhedor do lar temporário foi fundamental. Ali, Pippa teve a companhia de Goldie, um golden/labrador brincalhão que a ensinou que brincar também é uma forma de amor.

Com as crianças da casa, ela logo se soltou. Ela dormia na cama delas e se deixava abraçar como se, finalmente, tivesse descoberto o que era carinho.

“Era como se todo o amor que ela não teve em sua jovem vida, ela estivesse absorvendo o mais rápido humanamente possível”, disse Rachael.

Da timidez à coragem

O tempo, a paciência e o afeto fizeram milagres. De uma cadelinha que só queria se esconder, Pippa se transformou em um furacão de alegria.

Hoje, ela é adotada, vive com uma nova família e tem uma melhor amiga, também resgatada.

“Ela é a menina dos olhos dos pais. Corre como um raio o dia inteiro. Destrói a grama e os brinquedos em minutos”, brinca Rachael. “É a menor das cachorras, mas a mais feroz. Passou de uma menininha assustada para uma princesa destemida que vive a vida ao máximo.”

A importância do lar temporário

A história de Pippa mostra o impacto transformador de um lar temporário e por que esse tipo de acolhimento salva tantas vidas.

De acordo com a organização internacional Four Paws, acolher um animal de forma temporária traz benefícios não apenas para o pet, mas também para os abrigos e para as famílias que se voluntariam.

Cada animal que recebe um lar temporário significa um espaço livre em um abrigo, abrindo oportunidade para que outro animal abandonado também seja resgatado.

Em países onde o número de animais é muito alto, esse gesto pode até reduzir as taxas de eutanásia.

Mas o maior impacto é sobre o próprio animal. Muitos cães e gatos sofrem em abrigos por causa do estresse, do barulho e do contato constante com outros animais.

“Animais sensíveis, doentes ou traumatizados precisam de um ambiente mais tranquilo”, explica a Four Paws. “Em um lar temporário, eles aprendem a confiar novamente, recuperam a autoconfiança e se acostumam à rotina de um lar.”

Além disso, o convívio com humanos e outros animais ajuda a aumentar as chances de adoção. Cães podem aprender comandos básicos e melhorar o comportamento, enquanto gatos aprendem a usar a caixa de areia e se habituam ao toque e à presença de pessoas.

Para os tutores temporários, a experiência também é recompensadora.

“Acolher um animal é saber que você está fazendo parte da transição dele para uma nova vida”, destaca a Four Paws. “É uma forma de ajudar sem precisar assumir um compromisso vitalício — mas que, muitas vezes, acaba resultando em adoções definitivas.”

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.