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Depois de 4 anos em uma gaiola, cão sem esperança recupera o brilho no olhar com golden professor de alegria

Por
em Aqueça o coração

Durante quatro longos anos a existência de Teddy limitou-se a uma gaiola. Ele nunca passeou, nunca teve um nome ou um brinquedo, e nunca conheceu o afeto humano.

A sua vida era um vazio, até ao dia em que Mitch Hutchcraft e a sua esposa, Nikki, dirigiram por quatro horas para o ver.

A decisão de o levar para casa foi o primeiro passo numa jornada de cura que iria transformar a vida de todos.

Teddy, um Cocker Spaniel, era um ex-cão de criação, e os traumas do seu passado eram evidentes em cada fibra do seu ser.

Os seus novos tutores, Mitch e Nikki, compartilharam a história com o Geobeats, detalhando o profundo desconforto do cão. O mundo fora da gaiola era avassalador.

"Dava para perceber que ele estava completamente desconfortável. Quando você o colocava no chão, ele corria para o canto", explicou Mitch.

O toque humano, algo que a maioria dos animais anseia, era uma fonte de terror para Teddy.

"Se você se aproximasse dele e tocasse suas mãos ou seus pés ou o acariciasse, ele se retraía e tremia", recorda Nikki.

O medo estava tão enraizado que a sua reação instintiva era encolher-se, esperando o pior. A família compreendeu que a paciência seria a sua ferramenta mais importante.

O primeiro grande avanço aconteceu longe de casa, numa pequena enseada na praia de Devon.

Confira abaixo:

O casal levou Teddy e o seu outro cão, Buddy, um Golden Retriever, para a beira-mar. Ali, rodeados pelo som das ondas, tomaram uma decisão que mudaria tudo.

"Olhamos um para o outro e perguntamos: vamos soltá-lo da coleira?", conta Mitch.

O momento em que a coleira foi retirada foi de pura revelação. "Fomos em frente e imediatamente a cara dele... ele não podia acreditar", diz Mitch.

O cão que mal se movia de medo explodiu em movimento.

"Ele estava pulando de alegria e foi muito emocionante para nós". Naquele instante, Teddy não era um animal traumatizado. Ele era simplesmente um cão a ser livre pela primeira vez.

Os tutores admitem que estavam apavorados que ele fugisse, um medo razoável para um animal que nunca tinha tido liberdade. Mas Teddy fez o oposto. Em vez de fugir, ele procurou-os.

"Ele procurou nos tranquilizar quando estava na praia, ficando entre nós dois", explica Nikki. Foi a primeira vez que ele escolheu a ligação em vez do medo.

Enquanto Mitch e Nikki forneciam a segurança e o amor, o verdadeiro professor de Teddy foi o seu irmão canino, Buddy.

"Grande parte do desenvolvimento e do carinho veio de nosso cão, Buddy", afirma Nikki. O Golden Retriever tornou-se o mentor de Teddy, ensinando-o a navegar no novo mundo. Foi Buddy quem lhe mostrou como brincar.

"Quase imediatamente, ele ficou feliz em brincar com o Buddy".

Foi também o golden quem o ensinou a andar descontraidamente com a coleira, com Teddy a seguir o exemplo do seu irmão mais velho e confiante.

Para os tutores, parecia que os cães eram as "únicas criaturas que já demonstraram alguma bondade para com ele" no seu passado.

A recuperação, no entanto, está longe de ser uma linha reta. "Sua recuperação não é linear", admite Nikki. "O processo de recuperação é uma verdadeira montanha russa".

O seu relacionamento com Mitch, em particular, era complexo. Teddy foi "quase imediatamente submisso a ele", mas não por afeto. Era por medo.

"Havia algo de muito temeroso nisso. Era como se ele estivesse tentando apaziguá-lo para que ele não o machucasse".

Cada pequeno progresso é celebrado como uma grande vitória. "Até mesmo o menor desenvolvimento é esmagador, mas é tão alegre, não é?", partilha Nikki. Um desses momentos foi a primeira vez que Teddy se sentiu seguro o suficiente para mostrar a barriga.

A família recorda as noites em que ele começou a dormir com eles.

"Às vezes ficávamos deitados na cama quando ele vinha dormir conosco e nem nos mexíamos, porque achávamos que se nos mexêssemos um pouco, poderíamos assustá-lo".

Esses momentos de quietude partilhada tornaram-se o símbolo da sua nova vida. A família ficou maravilhada com o fato de Teddy ter encontrado coragem para confiar em nós depois de tudo o que passou.

Hoje, o cão que só conhecia o betão dorme "todas as noites entre nós, na cama king size".

A jornada de Teddy para um lar começou na Many Tears Animal Rescue, a organização que o retirou da sua situação anterior. A Many Tears é uma instituição de caridade registada sediada em Llanelli, Carmarthenshire, no Reino Unido.

Foi fundada em 2004 por Sylvia e Bill Van Atta, com o objetivo de proporcionar um refúgio seguro para cães que enfrentavam futuros incertos.

O nome, que significa "Muitas Lágrimas", nasceu das inúmeras situações tristes que os fundadores testemunharam ao longo dos seus anos de trabalho em resgate de animais.

A organização especializa-se em acolher animais de situações difíceis, reabilitando-os física e emocionalmente antes de lhes encontrar lares definitivos.

Eles resgatam cães de criadores, onde animais como Teddy são frequentemente sujeitos a negligência e reprodução excessiva. Também acolhem animais abandonados de canis municipais e cães indesejados de lares.

Na Many Tears, o bem-estar dos animais é primordial. A reabilitação foca-se no bem-estar emocional, utilizando treino paciente e baseado em reforço positivo para ajudar os animais a superar traumas.

A organização conta com uma clínica veterinária no local para cuidados essenciais, como vacinação, esterilização e tratamento de problemas de saúde. A sua rede de lares temporários dedicados permite que os animais recebam atenção individualizada, crucial para a sua recuperação.

O seu processo de adoção é rigoroso, garantindo que cada animal encontre um lar seguro e compatível, através de triagens cuidadosas e visitas domiciliares.

A paciência e a resiliência demonstradas por Mitch no resgate de Teddy são um reflexo da sua própria história de vida.

De acordo com a BBC, o tutor de Teddy é Mitchell Hutchcraft, um ex-fuzileiro naval da Marinha Real Britânica que alcançou o cume do Monte Everest. A sua conquista foi o culminar de um desafio extraordinário de 240 dias.

Mitch começou por nadar no Canal da Mancha e depois pedalou e correu mais de 12.875 quilómetros. A sua equipa afirmou que esta foi a ascensão mais longa já realizada ao Everest, desde o nível do mar até ao cume.

O homem de 31 anos, que descreveu a conquista como "mais mágica do que eu jamais poderia ter sonhado", aplicou a mesma determinação inabalável à recuperação de Teddy.

A jornada de Teddy, do medo absoluto à alegria na praia, mostra que, com paciência e um bom professor, até as feridas mais profundas podem começar a cicatrizar.

Siga Teddy no Instagram pelo perfil @mr.red.ted

Beatriz é jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo, com especialização em Escrita Criativa e Editoração pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. Apaixonada por narrativas envolventes e pelo universo pet, ela também possui certificação em Storytelling para Marketing Digital pela Santander Open Academy, o que complementa sua habilidade de transformar histórias reais em conteúdos informativos e inspiradores. Dedica-se à produção de reportagens que valorizam a convivência ética e afetiva entre humanos e animais de estimação, promovendo empatia, informação de qualidade e o respeito aos animais.