Após escutar barulho atrás de fogão família se surpreende com animal invasor saindo como um foguete
Por Beatriz Menezes em HumorMorar no interior tem suas peculiaridades e no dia 26 de outubro a gaúcha Sabrina Eberhardt, moradora de Três Forquilhas, no Rio Grande do Sul, provou que quando você menos espera pode receber um visitante incomum.
Um vídeo publicado no Tik Tok mostrou a mobilização de Sabrina e sua família para tentar ‘expulsar’ um animal silvestre que se abrigou debaixo do fogão da cozinha.
O episódio, que misturou pânico e alívio, rapidamente se tornou viral, ilustrando os desafios e as surpresas de quem vive próximo à natureza.
Segundo a Câmara Municipal de Três Forquilhas a região é privilegiada com rios, montanhas, terras férteis, vegetação preservada e grande potencial econômico e turístico.
A economia está alicerçada em pequenas colônias hortigranjeiras, criação de bovinos, fábrica de cerâmica, alambiques, fábrica de enlatados e um diversificado comércio em desenvolvimento.
No entanto, o que aconteceu na casa de Sabrina Eberhardt ultrapassou os limites do habitual. Aquele dia de outubro, que transcorria normalmente, foi interrompido por sons estranhos vindos da cozinha.
A família começou a escutar ruídos metálicos e arranhões, o barulho vinha de um local improvável e o foco era a área do fogão.
O barulho do animal tentando fugir ou se ajeitar no local era tão intenso que a autora do vídeo ficou com medo de que ele quebrasse o fogão.
As imagens mostram a "operação" montada pelos moradores para lidar com o invasor.
Dois homens aparecem na cozinha, um deles segura um cabo de vassoura, usando-o não para atacar, mas para tentar cutucar e afugentar o que quer que estivesse escondido.
O outro homem se prepara para a difícil tarefa de puxar o fogão para frente, abrindo o esconderijo.
A tentativa de usar a vassoura para movê-lo falha a princípio, o animal parecia determinado a ficar em seu refúgio. Os homens então movem o fogão mais um pouco, criando uma abertura maior… é nesse momento que o suspense acaba e o pânico começa.
O animal não sai de forma tímida, ele encontra uma brecha e literalmente explode para fora do esconderijo.
O vídeo registra o grito coletivo da família. O invasor dispara pela cozinha "como um foguete", é somente quando ele passa correndo em alta velocidade que conseguimos identificar que se tratava de um lagarto.
Em entrevista ao Amo Meu Pet, Sabrina contou que vive no local há 8 anos, mas tanto ela quanto o esposo nasceram e se criaram no ambiente rural.
“Já tivemos outro episódio parecido com o mesmo animal (lagarto), ele entrou dentro de casa e quando vi ele já estava na sala, porém quando eu levantei do sofá ele saiu correndo pra rua. Essa época é quando eles saem da hibernação, e vão à procura de alimentos. Como temos muitas árvores frutíferas no nosso quintal eles moram por aqui, na natureza, então devia estar a procura de alimento mesmo.”
O tamanho do réptil é o que mais choca. Pela rapidez e pelo corpo robusto, tudo indica ser um lagarto-teiú, espécie comum na região do Rio Grande do Sul.
Esses lagartos são os maiores do Brasil e podem atingir um tamanho considerável, o que justifica o susto da família.
Provavelmente o lagarto entrou na casa por uma porta deixada aberta e ao explorar o ambiente e talvez se assustar com a presença humana, ele encontrou no fogão o esconderijo perfeito.
Passado o grande pânico, a situação se resolveu da melhor maneira possível. Felizmente ninguém se feriu, nem os moradores nem o animal.
Confira:
Após a corrida desenfreada pela cozinha, o lagarto foi em direção à porta aberta, pela qual provavelmente entrou.
Ele retornou ao seu habitat natural sem mais intercorrências e o fogão, apesar dos temores de Sabrina, também saiu ileso da aventura.
“Não esperava a repercussão toda, simplesmente gravei para ter de recordação e mostrar para a família por pura descontração mesmo, e postei no TikTok mesmo só por postar! E fiquei impressionada com todas as visualizações. Foi tudo muito natural, sem edições, sem cortes e sem pretenção de viralizar!”, acrescentou.
O vídeo obteve 4 milhões de visualizações, 159 mil curtidas e 2566 comentários.
“Eu deitada aqui na cama erguendo as pernas”.
“O pulo que eu dei aqui da minha casa”.
“Até eu assustei esperando um rato e me apareceu um lagarto”.
Apesar de viver rodeada de outros animais como o lagarto, de estimação a família conta com uma gatinha de estimação e uma ovelha, que se chama Dóris.
“Sou apaixonada por animais, amo viver aqui e com eles ao meu redor. Temos ovelhas, galinhas, um galo, uma porquinha… enfim uma mini fazendinha”, finalizou.
Segundo o blog da Cobasi, em ocasiões que se sentem ameaçadas podem agir como antigos bípedes, correndo apenas com as patas traseiras.
Com uma alimentação onívora e muito variada, o teiú come de tudo um pouco: carniças, carnes em geral, insetos, aves, roedores, anfíbios, outros lagartos, ovos de diversas espécies, além de frutas e folhas das mais variadas espécies.
Assim como o jabuti, desempenha um papel muito importante como dispersor de sementes, por incluir diversas espécies de frutos nas suas refeições.
Segundo o Instituto Butantan, o réptil é muito importante na comunidade indígena. Historicamente, o teiú é um grande recurso dos povos originais, que utilizavam sua carne como alimento, seu couro e gordura – o que só é possível porque ele existe em grande número e alcança um tamanho respeitável.
Seu comportamento é sazonal: no verão e na primavera podem ser vistos repousando ao sol, em busca por alimento e reprodução.
Já nos meses mais frios, entre final de maio e final de agosto, ele hiberna, permanecendo inativo em tocas por longos períodos.
De acordo com um grupo de cientistas apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a espécie Salvator merianae – durante o período reprodutivo – consegue se aquecer com o próprio calor do corpo.
Publicada na revista científica Acta Physiologica, a pesquisa revelou que o lagarto teiú não depende do ambiente externo, o animal desenvolveu um mecanismo celular – nunca antes visto nos répteis – para aquecer seu sangue.
Em ocasiões que se sentem ameaçadas podem agir como antigos bípedes, correndo apenas com as patas traseiras.
Veja outro registro:
