Logomarca Amo Meu Pet

Cão pitbull mix acreditava ter encontrado um lar, mas a vida tinha outros planos — agora ele chora o dia todo

Por
em Proteção Animal

Rocky, um mestiço de pit bull terrier de apenas um ano, voltou ao abrigo North Shore Animal League America, em Nova York (EUA), e desde então tem passado os dias chorando baixinho por atenção.

Rocky foi encontrado pela polícia perto da estação de trem de Great Neck, quando tinha cerca de sete meses de idade.

Magro e assustado, mas, ainda assim, doce, o jovem pitbull foi resgatado e levado ao abrigo. Poucas semanas depois, sua sorte parecia ter mudado e ele foi adotado.

Ele havia passado por muita coisa, e a equipe ficou aliviada ao vê-lo finalmente ganhar uma família. Mas infelizmente, um ano depois, a vida teve outros planos.

O que era para ser um novo começo, acabou virando um coração partido.

“Seus donos decidiram que não tinham tempo para cuidar dele e atender às suas necessidades”, disse Michael Spiotta, diretor do abrigo, à Newsweek.

Nenhum problema de comportamento, nenhuma mordida, nenhum incidente. Apenas a dura realidade de que, para muitos, um cão grande e cheio de energia acaba sendo um compromisso maior do que imaginavam.

De volta ao abrigo, Rocky se mostrou desolado. Agora, ele chora baixinho no canil, buscando o conforto de uma voz familiar ou o toque de uma mão amiga.

A equipe tenta manter o ambiente o mais acolhedor possível, mas o estresse de voltar para uma gaiola depois de experimentar o aconchego de um lar é um fardo pesado.

“A vida em um abrigo pode ser muito difícil, especialmente para cães que já tiveram uma casa. E, por ser um pitbull preto de grande porte, a adoção se torna ainda mais complicada”, disse o diretor.

Um cão que só quer amor

Apesar da tristeza, Rocky continua mostrando sua natureza doce. Ele adora brinquedos de morder, se dá bem com outros cães e é especialmente gentil com crianças.

O abrigo busca para ele um lar tranquilo, com tutores experientes, tempo e paciência para ajudá-lo a se readaptar.

Rocky precisa de alguém que enxergue além do tamanho e da raça. Como Michael relatou, ele é uma “alma linda”, que só quer estar perto da família novamente.

Nas redes sociais, o caso de Rocky viralizou e comoveu pessoas de todo o país. Muitos internautas expressaram solidariedade e indignação, outros se ofereceram para visitá-lo.

Mas a verdade é que a história dele não é única. Cães grandes como ele costumam esperar muito mais tempo por adoção do que os menores e muitos nunca são escolhidos.

Por que os cães grandes esperam mais?

De acordo com a Liga de Bem-Estar Animal de Alexandria, a dificuldade de adoção de cães grandes está ligada, em grande parte, a equívocos.

Muita gente acredita que esses animais precisam de quintais enormes, que são agressivos ou que exigem cuidados impossíveis, o que raramente é verdade.

“De huskies a pastores alemães, de cães de caça a maravilhosas misturas misteriosas, abrigos em todo o país lutam para encontrar lares para cães de grande porte”, afirma a organização. “Muitos são bobões adoráveis, tranquilos e excelentes companheiros de família.”

Além disso, cães grandes frequentemente latem menos do que os pequenos e tendem a ser mais pacientes com crianças.

E, segundo um estudo da Universidade de Medicina Veterinária de Viena, apresentam melhor desempenho em três categorias comportamentais: obediência, agressividade e ansiedade.

Isso significa que, ao contrário do que se imagina, cães de grande porte podem ser mais equilibrados, gentis e fáceis de treinar do que muitos cães menores.

Mais espaço nem sempre é o essencial

Outro mito comum é o de que cães grandes precisam de muito espaço para viver bem. A Liga de Bem-Estar Animal de Alexandria explica que “nem todo cão grande precisa de muito exercício”.

Muitos se adaptam perfeitamente a apartamentos, desde que recebam caminhadas regulares e atenção.

O que eles realmente precisam é de companhia. E, nesse ponto, Rocky é um exemplo clássico. Ele não quer correr quilômetros por dia, só deseja estar perto de alguém que o ame.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.