'Tão pequenininho': Moça toma atitude após encontrar cão solto comendo lixo e 'dona' aparecer em seguida
Por Larissa Soares em Proteção AnimalMês passado, a internauta Amanda Reis notou uma cena de cortar o coração. Um cachorrinho pequeno, sujo e faminto, revirando sacos de lixo. O animal, visivelmente debilitado, buscava qualquer resto de comida para matar a fome.
“Oh, meu Deus”, disse, chocada com a situação. “Tadinho, é tão pequenininho.”
Mas antes que ela pudesse se aproximar, uma voz surgiu de repente: “É meu esse cachorro.”
A frase, em vez de trazer alívio, causou ainda mais indignação. O pequeno estava magro, com o pelo completamente embaraçado e coberto de sujeira, um retrato evidente de negligência.
“Rapidinho a dona apareceu aqui”, relatou Amanda no vídeo. “O cachorro todo maltratado, cheio de nó no pelo, e a mulher fala que é dela. Comendo lixo! Eu vou mandar para as autoridades.”
O resgate de Big
Amanda não se conformou em ver o animal naquela situação e decidiu agir. Com ajuda de outras pessoas, o cachorrinho, chamado Big, foi resgatado.
Pouco depois, o vídeo mostrando o resgate foi publicado no TikTok e já soma 230 mil visualizações e 20 mil curtidas
Veja o vídeo publicado no TikTok (@amanda_reis9):
Nas imagens seguintes, Big aparece em um pet shop, após o primeiro banho da nova fase da vida. O pelo, antes cheio de nós, foi tosado, e o olhar, antes triste, agora transbordava alívio.
“Que Deus abençoe esse neném. Agora sim ele vai ter um lar e ser feliz”, escreveu Amanda, emocionada.
Nos comentários, internautas se emocionaram e criticaram a negligência sofrida por Big:
“Certas pessoas não deveriam ter animal nenhum.”
“Que maravilha ver esse serzinho feliz agora.”
“Parabéns, eu fico com o coração tão feliz quando vejo gente que cuida dos animais. Deus lhe abençoe!”
Maus-tratos é crime
De acordo com o Artigo 32 da Lei Federal nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), praticar ato de abuso, ferir, mutilar ou maltratar animais domésticos, silvestres, nativos ou exóticos pode resultar em pena de detenção de três meses a um ano e multa.
Se o animal morrer em consequência dos maus-tratos, a pena aumenta de um sexto a um terço.
Além disso, a Constituição Federal reconhece a proteção à fauna como dever do Estado e da sociedade, proibindo qualquer prática que submeta os animais à crueldade.
Ou seja, negligência, abandono, fome, falta de cuidados veterinários e situações como a vivida por Big além de tristes, são ilegais.
Como denunciar casos de maus-tratos
Segundo orientações da Proteção Animal Mundial, qualquer pessoa que testemunhe maus-tratos pode e deve denunciar.
As denúncias podem envolver casos de abandono, envenenamento, agressões, confinamento em locais insalubres, falta de alimentação, correntes curtas ou qualquer situação que cause sofrimento ao animal.
Confira os principais caminhos para denunciar:
- 1. Delegacia de Polícia
Vá até a delegacia mais próxima (comum ou especializada em meio ambiente) e registre um Boletim de Ocorrência (BO).
O policial é obrigado por lei a registrar o caso. Se se recusar, está cometendo crime de prevaricação (art. 319 do Código Penal).
Ao fazer a denúncia, tente relatar os fatos com o máximo de detalhes: local, data, descrição do animal, nome e endereço dos responsáveis (se souber). Se possível, leve fotos, vídeos, laudos veterinários ou testemunhas. Quanto mais informações, maior a chance de ação efetiva.
- 2. Ministério Público
Também é possível denunciar diretamente ao Ministério Público, que tem autoridade para propor ação judicial contra quem desrespeita a lei. Muitas promotorias estaduais possuem canais online de denúncia.
- 3. IBAMA
Em casos envolvendo animais silvestres, a denúncia pode ser feita ao IBAMA, pelo telefone 0800 61 8080 ou pelo e-mail linhaverde.sede@ibama.gov.br.
- 4. Órgãos municipais
Muitos municípios contam com departamentos de vigilância sanitária, zoonoses ou meio ambiente que também recebem denúncias. Cada cidade tem suas próprias normas, então vale procurar informações locais.
Lembrando: você não será o autor do processo judicial. O Estado é o responsável por mover a ação — ou seja, não tenha medo de denunciar.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.
