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Tutora se assusta após gata Nazaré sair para a rua e voltar com filhotes de outra espécie grudados nela

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em Mundo Animal

Em uma madrugada de setembro, Nazaré, uma gatinha aventureira, saiu para dar uma volta e acabou iniciando uma jornada que ninguém da família imaginava.

Ao retornar para casa, surpreendeu todos trazendo um filhote de saruê pendurado em seu corpo, mamando como se ela fosse sua mãe de verdade.

Quando Lerissa Zago, sua tutora, viu a cena, ficou completamente sem reação. A felina entrou na caixinha onde outra gata amamentava e, com a maior naturalidade, acomodou o pequeno saruê como quem diz: “agora eu também tenho um filho”.

A atitude inesperada arrancou risos e espanto da família. E, convenhamos, Nazaré fez jus ao nome. Impossível não lembrar da personagem de Senhora do Destino, famosa por roubar a bebê de Maria do Carmo, né?

Lerissa registrou toda a cena e publicou o vídeo em seu perfil no TikTok, @lerissafernanda, no dia 26 de setembro.

A postagem rapidamente viralizou, ultrapassando 4,2 milhões de visualizações e reunindo milhares de comentários divertidos dos internautas.

Entre eles, muitos imaginaram o diálogo entre as gatas. Um seguidor brincou:

“Ela pra outra gata: Te falei que eu tinha um filho, avisei que não era gravidez psicológica nem inveja.”

Outro comentou: “A outra gata: que filhote engraçado é esse?

E ainda teve quem resumisse tudo com a frase que dominou a seção de comentários: “Mãe é quem cria!”

Assista:

Teve gente que até comentou: “Eu e minha ignorância… o que é um saruê?”

Ao contrário do que muitos acreditam, os saruês não são ratos, não têm mau cheiro e ainda desempenham um papel essencial no controle de pragas, ajudando a reduzir populações de insetos, pequenos animais e até escorpiões.

Eles também são conhecidos como gambás-de-orelha-branca, e seu ciclo reprodutivo costuma começar na primavera e no início do verão.

Muita gente ainda se assusta quando encontra um saruê pelas ruas, mas a ciência explica que esses animais são bem mais inofensivos e úteis do que parecem.

De acordo com reportagem do UOL, os saruês ficam mais visíveis nas cidades durante o outono, período em que as fêmeas ainda estão alimentando seus filhotes e precisam buscar mais comida.

Esses animais são fundamentais para o equilíbrio ambiental e frequentemente só estão à procura de comida fácil, como ração deixada no quintal.

No caso de Lerissa, ela vive em uma área rural, então é provável que o filhote tenha caído da mãe durante o trajeto ou que a mãe tenha sido morta por algum predador enquanto buscava comida.

“Eu creio que ela morreu, porque aqui onde moro tem muitos cachorros e muitos acabam atropelados na estrada, infelizmente”, declarou Lerissa.

Foi então que Nazaré cruzou o seu caminho, encontrando o filhote indefeso e assumindo, por instinto, o papel de mãe adotiva.

E, para surpresa da família, na madrugada seguinte Nazaré voltou com mais um filhote de saruê. Agora ela cuida de dois bebês como se fossem seus.

Uma internauta comentou: “A mãe dos saruês deve estar desesperada atrás deles.” Lerissa então respondeu: “Acredito que ela morreu, porque os saruês ficam dentro de uma ‘bolsa’ na barriga da mãe. Não seria fácil retirar eles de lá.”

Confira:

Nazaré tem se dedicado ao máximo à criação de seus filhotes e demonstra uma preocupação tão grande que até buscou ajuda da outra gatinha da casa para banhar os pequenos.

O ato de lamber os bebês é um comportamento instintivo das mães, responsável por manter a higiene, estimular a circulação, regular a temperatura e fortalecer o vínculo entre eles.

Veja só:

Os filhotes foram nomeados Crash e Eddie, e Lerissa tem se dedicado a colocá-los em contato com a natureza o máximo possível para que desenvolvam seus instintos, aprendam a se orientar sozinhos e cresçam preparados para, no futuro, retornarem ao ambiente natural quando estiverem fortes o bastante.

Os gatinhos da casa têm participado desse processo e mostram curiosidade pelos pequenos saruês, enquanto Lerissa contribui para a alimentação seguindo exatamente o que o veterinário recomendou.

Ela oferece alimentos adequados para a espécie, garantindo que Crash e Eddie recebam a nutrição necessária para crescerem saudáveis e com as habilidades que um animal silvestre precisa ter.

"Os pequenos já estão o dobro de tamanho, haha", declarou Lerissa. "Essa dona Nazaré sempre roubando os filhotes alheios, porém sempre foi os filhotes de gato. Confesso que desta vez ela me surpreendeu. O susto que eu levei na hora que vi".

Assista:

No final de outubro, Lerissa trouxe uma ótima notícia aos seguidores: Crash concluiu o processo de reabilitação e foi finalmente solto na natureza. A liberação marcou o fim de uma etapa intensa de cuidados e o início de uma vida livre, exatamente como um saruê deve ter.

Já Eddie, por ainda não ter atingido o peso ideal e precisar de mais alguns cuidados, permanece sob a atenção de Lerissa até que esteja totalmente preparado para seguir o mesmo caminho que o irmão.

Agora você deve estar pensando que Crash simplesmente desapareceu após a soltura, mas não. Lerissa conta que o vê todos os dias no pasto da propriedade, sempre por perto, e que Nazaré ainda o reconhece e o lambe como se continuasse sendo sua mãe adotiva.

Lerissa também esclareceu uma curiosidade: os saruês não mamaram na gata, porque o modo como eles se alimentam é totalmente diferente.

Eles não têm capacidade de sucção; o leite da mãe pinga em gotas dentro da bolsa e eles apenas engolem. Por isso, Lerissa precisou alimentá-los com leite específico para filhotes de mamíferos silvestres, seguindo a orientação do veterinário.

Veja:

Por sorte, Crash e Eddie cruzaram o caminho de Nazaré, porque foi graças a ela que os dois receberam todo o cuidado necessário com Lerissa, garantindo proteção, alimentação e a chance de crescerem fortes para voltar à natureza.

Lerissa teve acompanhamento de um veterinário durante todo o processo, garantindo que Crash e Eddie recebessem os cuidados adequados para filhotes de animal silvestre.

Mas e se você se deparar com uma situação parecida? A primeira orientação é não tentar criar o animal por conta própria, porque saruês, gambás e outros mamíferos silvestres têm necessidades muito específicas.

O ideal é observar à distância para confirmar se a mãe realmente não vai voltar, já que ela pode estar buscando comida.

Caso o filhote esteja claramente sozinho, ferido ou correndo risco, o recomendado é entrar em contato com um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), com a Polícia Ambiental da sua região ou com um veterinário especializado em fauna.

Esses profissionais vão orientar o que fazer e garantir que o animal receba cuidados adequados e tenha chance de retorno seguro à natureza.

Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.

Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.

Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.

Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.