Em MS, pedestre flagra como mamãe quati trata filhote que caiu no caminho e carinho da cena encanta
Por Larissa Soares em Aqueça o coraçãoNo último final de semana, alguns pedestres e ciclistas que aproveitavam o fim de tarde no Parque dos Poderes, em Campo Grande (MS), puderam presenciar um momento adorável da maternidade no mundo animal.
Uma mamãe quati tentava atravessar a rua com seu filhote… um pequeno completamente distraído, atrapalhado e curioso.
A cena, registrada por um pedestre e compartilhada pelo perfil campograndemania no Instagram, rapidamente viralizou.
“Quem nunca tropeçou na vida, né? Essa família de quatis atravessando o Parque dos Poderes deu um show de fofura. Campo Grande e seus encantos!”, dizia a legenda.
O vídeo virou motivo de risos, fofura e identificação, já que, não existe criatura mais ocupada e estressada do que uma mãe tentando manter uma criança hiperativa em segurança.
Criança é criança, não importa a espécie
A travessia da família quati exigia atenção, já que havia a rua, a ciclovia e uma via de pedestres. Para a mãe, ameaças de todos os lados. Para o filhote… um parque de diversões.
Assim que deixaram a calçada, o pequeno tropeçou no meio-fio e deu uma cambalhota.
No mesmo segundo, a mãe se virou, preocupada, e o colocou de pé. Mas paciência tem limite.
O filhote hesitou, ficou olhando para o declive e não fez menção de descer. A mãe, já sem paciência, simplesmente o puxou pela nuca e o largou na rua.
Agora sim ele precisaria usar as próprias patinhas.
O pequeno parecia feliz com a aventura. Saltitava enquanto a mãe acelerava o passo para concluir a travessia logo. Mas então apareceu uma bicicleta. E o filhote… parou para olhar.
Em questão de segundos, a mãe se virou e abocanhou o pequeno pelo pescoço, como quem diz: “não tá vendo a bicicleta vindo? Vamos logo!”
Chegando finalmente ao gramado do outro lado da rua, a mãe o soltou. Trabalho concluído. Ou quase: o filhote ainda estava fascinado pela bicicleta.
A mãe, já sem nenhum traço de paciência, voltou, pegou o filhote novamente com boca, dessa vez sem tanta delicadeza, e seguiu viagem carregando o bebê.
Nos comentários, foi impossível não comparar a cena a qualquer mãe humana tentando atravessar com uma criança hiperativa e distraída.
“A mãe apressada e o menino andando devagar!! hahaha”
“O filhote olhando a bicicleta… cena linda mas preocupante.”
“A pobri da mãe sempre estressada e com pressa.”
“E a Mamãe, toda protetora, jamais iria deixar seu filhotinho pra trás!!”
Outros imaginaram diálogos hilários:
“‘O maaaaaaanheeeee caiiii aqui’ — ‘Eu falei pra pisar onde eu piso, menino! Vamos que tô com a lasanha no fogo!’”
A verdade é que, seja humano, seja quati, criança é criança: tropeça, se distrai, se encanta por bicicletas; e mãe é mãe: resolve a situação do jeito que for preciso.
Sobre os quatis
Segundo o instituto Onçafari, os quatis são parentes próximos do mão-pelada (o nosso guaxinim) e pertencem a apenas duas espécies: Nasua nasua e Nasua narica.
Eles são exclusivos da América do Sul e ocorrem desde o sul da Colômbia até o norte da Argentina e Uruguai. No Brasil, vivem em praticamente todos os biomas.
Algumas curiosidades:
- Medem entre 46 e 66 cm, com cauda de 22 a 69 cm.
- Pesam cerca de 4 kg, podendo chegar a 11 kg.
- Têm pelagem amarelo-acinzentada, focinho preto e alongado e manchas brancas ao redor dos olhos.
- As fêmeas vivem em bandos, enquanto os machos adultos vivem sozinhos.
- São diurnos, sociáveis e onívoros: comem frutas, insetos, pequenos vertebrados e até peixes.
- Costumam dormir em árvores.
- A gestação dura cerca de 75 dias e nascem entre um e sete filhotes.
- Estão classificados como “pouco preocupantes” em conservação (ICMBio e IUCN), mas sofrem com caça, atropelamentos e doenças transmitidas por animais domésticos.
Outras mães do mundo animal passando sufoco
Mães de todas as espécies enfrentam obstáculos para manter seus filhotes a salvo e algumas situações acabam viralizando pela mistura de desespero e fofura.
Um caso que rodou o mundo foi registrado em Winsted, Connecticut, nos Estados Unidos, em 2021.
Uma mamãe ursa tentou atravessar uma rodovia movimentada com seus quatro filhotes e Robin Covelli, que dirigia pelo local, percebeu a confusão.
A mãe carregava um filhote, deixava-o do outro lado da rua e, quando voltava, outro bebê atravessava atrás dela.
Esse processo se repetiu por mais de 15 minutos, segundo o ViralHog.
“Meus parabéns para essa mãe, aquilo foram apenas 2 minutos do dia dela, imagine as outras 23 horas e 58 minutos!”, comentou um internauta.
“Como mãe, posso dizer que todas nós já tivemos manhãs assim!”, disse outra.
“Dá até vontade de ajudá-la, mas isso significaria a morte”, refletiu mais um, infelizmente, com razão.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.
