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Em ilha paradisíaca de SC, turista é cercada por animais e tenta conversar, mas eles não queriam papo

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em Mundo Animal

A calmaria da Ilha do Campeche, em Santa Catarina, foi interrompida para uma turista por uma abordagem inusitada. Um grupo de quatis decidiu fazer uma busca minuciosa nos pertences da banhista.

O animal é conhecido por sua curiosidade e atração por cheiros de alimentos. O episódio flagrado em vídeo pela própria vítima circulou nas redes sociais e rapidamente atingiu milhões de visualizações.

A gravação mostra a reação da mulher ao ser cercada pelos mamíferos, que pareciam determinados a encontrar algo na bolsa deixada na areia.

Os quatis chegaram em grupo e demonstraram foco imediato na bolsa da turista. Eles farejaram, fuxicaram e reviraram o objeto em busca de um lanche. A turista identificada como Carmen Fernandes repetia que não havia comida e pedia para os animais se afastarem.

Apesar dos esforços da turista, eles não deram ouvidos e ignoraram continuando a investigação em seus pertences.

A postura da turista foi destacada pelo perfil que viralizou o conteúdo. O Floripa Mil Grau ressaltou que a mulher demonstrou a conduta adequada para a situação. Ela não deixou comida à mostra para os animais nem encostou neles.

A publicação ainda reforçou uma regra fundamental de conservação. É proibido alimentar ou interagir com os quatis na ilha. Esta é uma norma estabelecida pelo IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Em caso de problemas com os quatis na Ilha do Campeche a orientação oficial é acionar um monitor.

A Ilha do Campeche é um Patrimônio Arqueológico e Paisagístico Nacional. A visitação é controlada com regras rígidas para garantir a preservação do ecossistema local. Entre as normas está a proibição de alimentar ou interagir com a vida selvagem.

O IPHAN, responsável pela gestão da ilha, monitora de perto essas interações. O contato indevido com os quatis pode trazer riscos para os turistas e para os próprios animais.

A alimentação humana desequilibra a dieta natural dos mamíferos e pode torná-los dependentes. Os quatis da Ilha do Campeche são uma subespécie do quati de cauda anelada. Eles desempenham um papel vital no ecossistema local. Como onívoros os animais ajudam a controlar populações de insetos e pequenos roedores.

Eles também são importantes dispersores de sementes contribuindo diretamente para a regeneração da flora nativa. O turismo desregulado e a alimentação inadequada criam um processo de habituação.

Os quatis perdem o medo natural das pessoas e passam a associar a presença humana à obtenção de comida fácil. Este processo leva a episódios de invasão de pertences.

A habituação é um problema sério para a conservação da fauna silvestre. Os quatis habituados a alimentos humanos podem desenvolver problemas de saúde como obesidade e diabetes. Eles se tornam mais agressivos na busca por comida.

Essa agressividade coloca os turistas e as crianças em risco de mordidas e arranhões. A solução reside na conscientização dos visitantes.

O IPHAN e os órgãos ambientais trabalham para educar o público. A mensagem principal é observar de longe e respeitar o espaço da vida selvagem.

Levar o lixo embora e guardar os pertences em locais seguros também são medidas cruciais. O post alcançou 2 milhões de visualizações e acumulou mais de 81 mil curtidas e 1554 comentários.

Muitos seguidores compartilharam histórias de encontros anteriores com os quatis em Santa Catarina

"Gente ano retrasado eu estava ai. E haviam avisado que os quatis roubavam a comida se desse bobeira. Então levamos um cooler e deixamos sanduíches dentro. Do nada veio um quati e meteu o bico dele e abriu o cooler ele ABRIU eu fiquei chocada com a inteligência desse animal. O pior de tudo é que foi uma guerra da gente tentando fechar o cooler e ele abrindo. Vencemos. Depois tivemos que ficar vigiando o cooler porque toda hora ele voltava para ver se a gente tava cuidando."
"Já esperei eles resolverem questões familiares no meio na BR116. Tinha uns dez. O barraco era forte depois de muito barulho e uns quinze minutos esperando resolveram seguir. Eu esperei os motoristas esperaram os quatis brigaram e se entenderam. Final feliz."
"Moça não tem comida. Quati Euu que vou dizer se tem ou não fica de boa aí juninho checa a bolsa."
"Daqui uns tempos não será mais possível descer na ilha os quatis vão estar cobrando a entrada."

Foram alguns dos comentários.

Confira:

“Quando você chega na ilha, os monitores informam para cuidar de seus pertences e não alimentar os animais! Esse bichanos aprenderam de maneira rápida e sorrateira a abrir suas mochilas, bolsas e até a térmica para buscar o seu alimento. ⁣Sua comida faz mal para os animais, traz um desequilíbrio na fauna local e traz problemas de comportamento e na saúde deles.⁣”, afirmou o órgão no Instagram.

De acordo com uma notícia da NSC Total, pela falta de predadores naturais e oferta abundante de comida, o descontrole populacional da espécie é evidente.

Estima-se que a densidade da população de quatis na Ilha seja quase o dobro da população em áreas continentais, onde a espécie é nativa. Em 2012, a Ilha do Campeche (SC) foi palco de um mistério ambiental: o súbito desaparecimento de centenas de quatis durante o verão.

O evento levantou a suspeita de crime ambiental. De acordo com a GZH na época, moradores locais alegaram que os animais poderiam ter sido envenenados e degolados.

A Polícia Ambiental e a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) iniciaram vistorias para apurar a denúncia. Mais de dez anos depois, o caso permanece sem solução, mas continua a ser lembrado por quem trabalha na conservação da Ilha.

Beatriz é jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo, com especialização em Escrita Criativa e Editoração pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. Apaixonada por narrativas envolventes e pelo universo pet, ela também possui certificação em Storytelling para Marketing Digital pela Santander Open Academy, o que complementa sua habilidade de transformar histórias reais em conteúdos informativos e inspiradores. Dedica-se à produção de reportagens que valorizam a convivência ética e afetiva entre humanos e animais de estimação, promovendo empatia, informação de qualidade e o respeito aos animais.