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Jovem leva cão yorkshire de 1 ano que perece vovô passear mas é surpreendida com reação das pessoas

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em Cães

Certo dia, Gabriela Magal decidiu levar seu cachorro Fred para um passeio despretensioso. No entanto, o cãozinho acabou virando atração de rua.

“Passa carro aqui e a galera fica assim, oh, na janela do carro, tentando entender o que é isso aqui”, relatou ela em um vídeo publicado no Instagram.

Na sequência, a jovem vira a câmera para o lado e mostra quem é o “ser misterioso”: Fred.

O cãozinho, que parece uma mistura de yorkshire com alguma outra coisa de outro mundo, anda levemente encolhido, tremendo, com um topetinho rebelde e falhas no pelo.

Mas, ao mesmo tempo, ele é tão charmoso que é impossível resistir.

“É o meu filho passeando”, diz Gab, sem cerimônia.

A internet, claro, não perdoou, mas também não deixou de se apaixonar.

“Já vi gente que adota, mas desenterrar pra criar é a primeira vez kkkkkk”, brincou um internauta.
“Parece a avó do Sid da Era do Gelo”, disse outro.
“Desvira ele moça, tá do avesso tadinho”, brincou mais um.

E, no meio de tudo isso, surgia a verdade absoluta:

“Só o que tem é mãe assim! Acha lindo a cria!”

Mas por trás da aparência diferente e do jeito desengonçado de andar, existe uma história longa, delicada e cheia de amor.

A história de Fred

Fred, também conhecido como Fefeu, Fefede, Frederico e Feduco, nasceu sendo o menor de sua ninhada.

Por isso mesmo chamou a atenção da tia da tutora, que o adquiriu para repassar para outra pessoa. Mas, ao chegar na casa da compradora, percebeu que o cachorrinho não teria os cuidados necessários e voltou atrás.

Foi assim que Fred, por acaso, cruzou o caminho de Gab no dia em que ela visitava a mãe. Bastou um colo para ser amor.

Ela levou o filhote para casa sem imaginar que estava prestes a encarar um longo quebra-cabeça veterinário.

Um diagnóstico difícil

No início, o comportamento estranho do cãozinho era apenas uma curiosidade: ele evitava colo, tinha sensibilidade a barulhos, se assustava facilmente, comia de forma diferente e o andar chamava atenção.

“A gente até falava: nossa, Fred é autista, é um cachorro autista”, contou Gab. Tudo sem diagnóstico, sem certeza, apenas suposições.

Com o passar dos meses, novos sinais foram aparecendo. Fred apresentou queda de pelo, dermatite, crises semelhantes a convulsões, episódios de perda de força, giros repetitivos sempre para o mesmo lado.

Houve ainda duas quedas, mas, como a tutora relata, esses episódios não foram o início dos sintomas, pois o comportamento atípico já existia antes.

Foi só quando Fred se aproximava de 6 meses que algo de errado ficou claro. A moleira não havia fechado, a cabeça parecia maior que o normal e ele tinha um estrabismo marcante desde filhote.

Com todas essas pistas, os veterinários chegaram ao diagnóstico: hidrocefalia.

O que é hidrocefalia em cães?

Segundo a PetMD, fonte referência em medicina veterinária, a hidrocefalia é o acúmulo anormal de líquido cefalorraquidiano no cérebro.

Esse líquido, que normalmente protege e nutre o sistema nervoso, passa a exercer pressão excessiva dentro do crânio, o que pode causar uma série de sintomas neurológicos e comportamentais.

A doença pode ser congênita (quando o cão já nasce com o problema) ou adquirida ao longo da vida. No caso de filhotes como Fred, a forma congênita é a mais comum.

Os sintomas variam bastante, mas incluem:

  • dificuldades de coordenação
  • convulsões
  • comportamento anormal ou repetitivo
  • andar em círculos
  • deficiências visuais
  • cabeça em formato de cúpula ou moleira aberta
  • apatia ou excitação excessiva

O tratamento costuma envolver medicamentos para reduzir a produção de líquido e, em casos graves, cirurgia para desviar o líquido do cérebro para a cavidade abdominal.

Segundo a PetMD, a taxa de sucesso cirúrgico varia entre 50% e 90%.

“Dias e noites de choro”: a rotina de um cachorro atípico

O diagnóstico explicava muita coisa, mas também abriu caminho para um período difícil. Gab descreve noites sem dormir, crises inesperadas, idas frequentes ao veterinário e a sensação de estar sempre em alerta.

“Era um cachorro que era um desafio para a medicina veterinária”, ela explica. Muitos profissionais, até então, se perguntavam: o que, afinal, Fred tinha?

Hoje, com quase um ano de vida, ele continua sendo um cão com necessidades especiais. Mas também é, como a tutora faz questão de repetir, o amor da vida dela.

Fred não come qualquer coisa, perde pelo com facilidade, tem um desenvolvimento atípico e crises quando está estressado ou muda de ambiente.

Ainda assim, leva a vida com sua personalidade única e com uma tutora que se recusa a deixá-lo para trás.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.