Cuidado, é um cachorro’: Turistas avistam animal nadando em alto-mar e iniciam resgate noturno complexo
Por Beatriz Menezes em Cães
Em 13 de novembro um grupo de turistas precisou fazer um resgate noturno na Praia dos Carneiros em Tamandaré no estado de Pernambuco. Duas lanchas precisaram interromper o trajeto quando algo chamou atenção em alto-mar.
O que deveria ser apenas um passeio de contemplação do pôr do sol se transformou rapidamente em uma corrida contra o tempo e a exaustão para salvar uma vida animal que lutava contra a correnteza e a escuridão iminente.
O registro do incidente ganhou repercussão imediata nas redes sociais após ser publicado pelo internauta identificado como @cuca.drone no Tik Tok.
As imagens capturaram a angústia e o esforço coletivo dos envolvidos e rapidamente acumularam mais de 19 mil visualizações na plataforma.
O engajamento do público foi instantâneo, com 1758 curtidas e mais de uma centena de comentários de usuários aliviados e impressionados com a complexidade da situação enfrentada pelos turistas e guias locais.
O salvamento esteve longe de ser uma tarefa simples ou segura. O cenário era desfavorável sob diversos aspectos técnicos e ambientais.
A iluminação natural já estava escassa e dava lugar à noite, o que reduzia drasticamente a visibilidade na superfície da água e tornava difícil localizar o animal caso ele submergisse.
Além disso, a distância da costa indicava que o cão poderia estar nadando há muito tempo, o que aumentava o risco de afogamento por fadiga muscular ou hipotermia.
Outro fator determinante para a tensão do momento foi o estado emocional do animal. O cachorro não demonstrava entender que aquelas pessoas estavam ali para ajudar.
O pânico evidente fazia com que ele reagisse de forma agressiva e tentasse se afastar das embarcações sempre que alguém se aproximava da borda.
Esse comportamento errático dificultava a aproximação das lanchas e exigia uma perícia redobrada dos condutores.
Havia um risco real e imediato de que as hélices dos motores pudessem ferir gravemente o animal caso uma manobra fosse mal executada ou se a correnteza o empurrasse para a parte traseira dos barcos.
As lanchas tentaram criar um cerco para impedir que o animal se afastasse ainda mais para o oceano aberto. Os passageiros se mobilizaram nas laterais e tentavam alcançar o cão com as mãos e objetos, mas o medo do animal falava mais alto.
Em uma primeira tentativa frustrada, um dos guias conseguiu segurar o cachorro e trazê-lo até a superfície da embarcação.
No entanto, o animal se debateu violentamente e, movido pelo instinto de sobrevivência distorcido pelo pavor, conseguiu se soltar e pulou de volta na água escura.
Esse momento representou o ponto mais crítico da ocorrência, ao cair novamente no mar, o cachorro começou a nadar vigorosamente em direção ao horizonte e se afastar da segurança oferecida pelos humanos.
O distanciamento rápido aumentou o desespero de quem assistia à cena, pois a cada metro que ele avançava para o fundo, menores se tornavam as chances de um resgate bem-sucedido.
A escuridão já tomava conta do ambiente e perder o animal de vista significaria um desfecho trágico.
Foi diante dessa urgência que a estratégia precisou mudar drasticamente. Percebendo que as manobras com as lanchas não seriam suficientes e poderiam até colocar a vida do animal em risco pelas hélices, um guia que estava na outra embarcação tomou uma atitude decisiva.
O homem pulou na água para realizar a interceptação a nado. A decisão envolveu riscos pessoais consideráveis, dado o cansaço que um resgate na água exige e o comportamento imprevisível de um animal acuado e com dentes.
"Pega ele" torceu o autor do vídeo.
Felizmente o animal estava utilizando uma coleira e foi desta forma que conseguiram puxá-lo para dentro da lancha.
O desfecho da gravação traz o alívio esperado, após o esforço físico intenso do guia na água e a coordenação da equipe a bordo, o cachorro foi finalmente içado para dentro de uma das lanchas em segurança.
Não existem informações concretas sobre como o cão foi parar naquela situação de extremo perigo.
Não se sabe se ele caiu de outra embarcação de passeio, se nadou a partir da praia e foi arrastado pela correnteza ou se houve algum outro incidente que o levou até aquele ponto remoto.
Confira:
O fato é que a resistência física do animal foi testada ao limite. Cães são nadadores naturais, mas o mar aberto apresenta desafios como ondas, salinidade que desidrata e correntes contra as quais nem mesmo humanos preparados conseguem lutar por muito tempo.
O uso de coletes salva-vidas próprios para cães é uma recomendação constante de especialistas em segurança, pois garante a flutuabilidade em casos de queda acidental e possui alças que facilitam o resgate imediato, evitando o tipo de dificuldade técnica enfrentada pelo grupo na Praia dos Carneiros.










