Homem ajudava esquilo com cauda emaranhada, mas jamais imaginava encontrar outra vida 'fofinha' escondida no meio

Há alguns anos, Joseph Mader, que vive em Michigan, nos Estados Unidos, voltava para casa quando, durante seu percurso habitual, se deparou com uma criaturinha em apuros.

De relance, à distância, parecia apenas um saco de lixo cheio de pelos se arrastando pela calçada de forma desajeitada. Mas, ao olhar com mais atenção, Joseph percebeu que não era lixo algum.

Havia algo vivo ali, desesperado e claramente precisando de ajuda: um esquilo-raposa com um ninho de detritos completamente emaranhado em seu rabo.

Ele sabia que, se ignorasse a situação do bichinho, o pior poderia acontecer. Então decidiu ajudar. Enquanto tentava livrar o roedor daquele emaranhado de detritos, acabou tendo outra surpresa.

O que estava escondido naquele emaranhado?

Antes de pegar o esquilo, Joseph vestiu um par de luvas grossas para evitar qualquer ferimento e, com cuidado, tentou encurralar o bichinho, que se debatia assustado enquanto lutava para se soltar.

“Era muito, muito pegajoso e fedia”, disse Joseph ao The Dodo. “Ele começou a gritar e a me morder imediatamente.”

Joseph tinha certeza de que o animal estava tão arisco porque sentia dor e estava muito desconfortável, reagindo da única forma que sabia para tentar se proteger.

Na garagem de casa, ele começou a trabalhar com paciência e cuidado para desfazer o emaranhado de lixo que prendia o esquilo.

Mas, no meio do processo, levou um susto ao perceber algo inesperado: havia um segundo esquilo escondido entre os detritos.

Os pobrezinhos estavam com as caudas completamente enroladas, presos um ao outro por um monte de detritos que os deixava desesperados.

Quando o primeiro viu o segundo, imediatamente começou a brigar, como se estivesse dizendo: “A culpa é sua!”, e o outro retrucasse: “Não, a culpa é sua!”, criando uma cena ao mesmo tempo caótica e curiosamente engraçada.

Joseph registrou tudo em vídeo, e as imagens foram compartilhadas no TikTok de sua esposa, Lindsay Mader, @lindsaymader, em outubro de 2021.

Na legenda, ela escreveu: “Meu marido encontrou algo que precisava da ajuda dele. Quando veio a surpresa, ele me chamou para ajudar a desenroscar.”

A publicação explodiu, acumulando mais de 24,7 milhões de visualizações e milhares de comentários divertidos.

Um internauta disse: “Acho que nunca vi essa combinação de pânico e concentração no rosto de alguém”, fazendo referência à expressão de Joseph enquanto tentava segurar os dois esquilos brigões.

Outro brincou: “Assim que se viram, começaram a brigar. Ele ficou tipo: ‘Droga, Doug, isso acontece toda vez que saio com você, chega!’”.

Também teve quem comentasse que essa é uma daquelas histórias que, se alguém contasse sem provas, ninguém acreditaria. E realmente, a cena era tão inusitada que parecia saída de um desenho animado.

Assista:

Esse tipo de situação tem até nome na biologia: “squirrel king”. Segundo o site HowStuffWorks, o fenômeno acontece quando as caudas dos esquilos se enroscam umas nas outras junto com seiva, gravetos e restos do ninho. Conforme eles se debatem para tentar se soltar, o nó piora e acaba deixando todos presos, incapazes de se mover ou sobreviver sozinhos.

Joseph só conseguiu ajudar os amiguinhos graças ao auxílio da esposa. Segundo ela:

“Ele segurava um em cada mão, e eu comecei a desembaraçar os rabos deles”, contou Lindsay ao The Dodo. “Os dois estavam com muita dor, por isso acredito que começaram a brigar.”

Assim que ficaram finalmente livres, os dois dispararam em direções opostas, correndo o mais rápido que puderam para longe do susto — e prontos para recomeçar suas aventuras.

Um reencontro especial

Dias depois, enquanto estava sentada no sofá da sala, Lindsay começou a ouvir barulhos estranhos vindos da janela. Ao olhar para o lado, levou um susto: havia um esquilo com a cauda mutilada pendurado na moldura.

Para sua surpresa, era um dos esquilos que eles haviam ajudado anteriormente, como se tivesse voltado para agradecer ou buscar um pouco mais de conforto.

“Era quase como se ele estivesse pedindo ajuda”, disse Mader. Na manhã seguinte, eles o levaram às pressas para Erica Zuhlke, no centro de reabilitação Critter Crossing.

Erica explicou ao The Dodo que a cauda do esquilo estava há muito tempo sem receber circulação de sangue, uma condição perigosa que poderia ter sido fatal sem intervenção imediata.

Diante do quadro, Zuhlke aplicou analgésicos e antibióticos para aliviar a dor e controlar a infecção, mas concluiu que a solução mais segura seria realizar a amputação parcial da cauda.

Após a cirurgia bem-sucedida, o pequeno Tangles, como foi apelidado pelos internautas, foi colocado ao lado de outro esquilo da mesma idade, para que pudesse se recuperar com companhia e não se sentir sozinho.

“Uma parte de mim estava preocupada que ele não fosse se adaptar”, disse Erica. “Mas ele se saiu muito bem. Ele era um esquilo bem atrevido.”

A preocupação de Erica era porque os esquilos usam suas caudas para equilíbrio, comunicação e controle de temperatura.

A preocupação de Erica era porque os esquilos usam suas caudas para equilíbrio, comunicação e regulação da temperatura.

Segundo a National Wildlife Federation (NWF), a cauda funciona como um “balanço natural”, ajudando o esquilo a se estabilizar durante saltos, corridas e mudanças rápidas de direção.

A cauda também serve para afastar predadores com movimentos bruscos, sinalizar alertas a outros esquilos e até manter o corpo aquecido no frio, funcionando como um pequeno cobertor natural.

Tangles ficou alguns dias em reabilitação, recebendo os cuidados necessários para se recuperar. Quando finalmente estava forte e saudável, ele foi devolvido à natureza, pronto para retomar sua vida em liberdade.

“O plano desde o início sempre foi soltá-lo junto com os amigos”, disse Erica. “Depois que você solta os esquilos e observa como eles correm por aí e sobem em árvores altíssimas, todas as suas preocupações meio que desaparecem, e você sabe que eles vão prosperar lá fora.”

Graças a esse casal, Tangles pôde receber os cuidados que salvaram sua vida, recuperar-se e finalmente voltar à natureza, onde hoje tem a chance de viver plenamente como deveria desde o início.

Você já ajudou algum bichinho que encontrou pelo caminho, seja cão, gato ou até um animal selvagem?

Às vezes, um simples gesto — oferecer abrigo, água, comida ou até chamar por ajuda especializada — pode transformar completamente o destino de um animal indefeso.

Histórias como a de Tangles mostram que, mesmo sem perceber, podemos ser a diferença entre sofrimento e uma segunda chance cheia de vida.