'Estava mentindo para gente': Tutora compra coleira inteligente e descobre que era enganada por passeadora de cães

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em Cães

Laura Fiuza Dubugras, brasileira que mora nos Estados Unidos, é uma grande fã de gadgets tecnológicos que monitoram dados de saúde.

Ela mesma usa o Oura Ring, um anel inteligente que monitora a saúde do usuário, com dados de sono, frequência cardíaca, atividade física, etc.

Por isso, quando descobriu que existia uma coleira inteligente para pet, Laura ficou empolgada para testar em Ruby, sua cachorrinha da raça Boiadeiro de Berna.

“Tenho uma amiga que mora na Califórnia e ela tem um golden retriever, e ela foi a primeira a me mostrar esse produto. Eu achei genial”, relatou ela, em um vídeo no Instagram.

Segundo ela, a coleira funciona exatamente como um smartwatch: monitora passos, sono, latidos, coceiras, lambidas e muito mais.

Além disso, possui GPS próprio, algo que fez diferença para Laura, que já tinha testado AirTag.

“Às vezes dá um desespero se o seu cachorro realmente foge de casa, porque o AirTag depende de ter outros AirTags ou produtos da Apple por perto. Então ter um GPS faz ele ser muito mais preciso.”

Mas a grande descoberta veio quando ela começou a acompanhar os dados do dia a dia da cadela.

Além de descobrir que Ruby dorme 18 horas por dia, ela também entendeu porque a cachorrinha não estava emagrecendo.

Ruby fazia dois passeios ao dia com uma passeadora. O combinado era meia hora pela manhã e mais meia hora à tarde.

Mas, ao consultar os dados da coleira, Laura percebeu que os números não batiam. Mesmo caminhando todos os dias, Ruby acumulava pouquíssimos passos.

“A gente entendeu que ela dava muito poucos passos, porque a passeadora só dava uma volta no quarteirão e ficava meio parada na frente de casa até dar o tempo de meia hora.”

Até então, Laura e o marido não faziam ideia disso. Eles trocaram a passeadora e explicaram claramente o que desejavam.

“Milagrosamente, ela passou a perder peso de novo”, disse.

A criadora de conteúdo também aproveitou para responder a maior dúvida dos seguidores: vende no Brasil?

Infelizmente, o modelo de coleira inteligente que ela usa ainda não vende no Brasil. Até é possível importar, mas como é um aplicativo estrangeiro, precisa de algumas ‘gambiarras’ para funcionar.

Uma seguidora explicou nos comentários como conseguiu:

“Você tem que ter uma conta da Apple dos EUA, senão não baixa o aplicativo. Depois precisa de um número de telefone americano, senão não cadastra. Parece simples, mas é chatinho.”

Alguns brasileiros indicaram alternativas disponíveis no país. Uma delas foi o monitor Animo, vendido pela Petlove, que não tem GPS, mas acompanha latidos, calorias e coceiras.

Mas um ponto levantado nos comentários abriu discussão: será que dar mais passos é realmente o principal indicador de um bom passeio?

“Não é defendendo mau caratismo nem nada, mas eu garanto a vocês, passeio não é só botar o bicho pra andar quilômetros não”, escreveu uma adestradora.
“O meu cachorro mais cheira do que anda. Às vezes levo 20 minutos pra andar dois quarteirões”, relatou uma seguidora.
“É através do cheiro que ele conhece o mundo. Vale mais do que andar muito”, disse outra.

O que é um bom passeio para o cão?

Segundo Victoria Schade, adestradora certificada CPDT-KA e colaboradora do PetMD, um bom passeio se resume em: você e seu cão voltarem para casa felizes.

Para isso, ela destacou os erros mais comuns que tutores cometem:

  • Usar uma guia curta demais: guias com menos de 90 cm, segundo a especialista, não dão ao animal espaço suficiente para se movimentar, explorar e farejar. Apenas em situações específicas, como ruas movimentadas, elas são recomendadas.
  • Impedir o cachorro de cheirar: “Nossos cães experimentam grande parte do mundo através do olfato”, explica Schade. Negar a eles essa exploração torna o passeio incompleto e pouco enriquecedor.
  • Fazer sempre o mesmo trajeto: “Embora seu cachorro provavelmente aprecie cada passeio, eles ficam ainda mais animados explorando lugares novos.” Não precisa ser longe, pois uma rua paralela já é suficiente para transformar a experiência.
  • Não estar presente: prestar atenção no celular, acelerar demais ou distrair-se do ambiente impede o tutor de perceber sinais importantes de estresse, medo, alegria ou desconforto.

Dicas para passear da maneira certa

A ideia é equilibrar exercício físico e enriquecimento mental. A variedade de estímulos, o tempo para cheirar e a liberdade para explorar podem deixar um cão tão cansado quanto uma caminhada longa e rápida.

Algumas dicas que ela aponta incluem:

  • Passear em áreas seguras e com pouca agitação.
  • Usar guia de até 1,8 metro, permitindo liberdade sem perda de controle.
  • Alternar caminhadas de exercício com caminhadas de exploração.
  • Respeitar o tempo e a personalidade do cão.
  • Nunca deixar o cachorro interagir com outros animais sem permissão.
  • Estar preparado para calor, frio ou chuva.
  • Evitar mexer no celular durante o passeio.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.