Cão idoso começa atrás em competição de natação, mas liga modo 'turbo' e público vai à loucura no final da prova
Por Larissa Soares em Cães
Ele não usa touca, não se importa com medalhas e definitivamente não segue nenhuma técnica de nado oficial. Ainda assim, ano após ano, ele rouba a cena como poucos.
Seu nome é Brinjal, um cãozinho idoso que se tornou mascote da Northern Tigers Swimming (NTS), na Gala da Prefeitura de Tshwanena, África do Sul, desde 2016.
Recentemente, Brinjal voltou a encantar o público ao participar de uma competição de nado cachorrinho com crianças.
“Brinjal arrasa de novo! Parabéns pela sua 8ª prova oficial de natação. Alguns dos nadadores também participaram da corrida canina, nadando estilo cachorrinho. Obrigado por mostrar seu talento, Brinjal”, escreveu a NTS.
E talento ele tem de sobra. No vídeo, ele aparece mergulhando com a desenvoltura de um atleta.
Mesmo quando avança antes do sinal, ele volta, olha para os lados e espera que todo mundo esteja pronto.
Só então começa sua performance, nadando cachorrinho até o outro lado da piscina.
As crianças ao redor tentam acompanhá-lo… e falham miseravelmente. Não porque elas nadam mal, mas porque Brinjal é simplesmente mais experiente.
Veja o vídeo:
Os internautas, claro, foram à loucura.
“Ele queimou a largada, mas ficou esperando os outros competidores pra não ter disse-me-disse! Então valeu, Caramelinho!”, brincou uma pessoa.
“Só para você saber, como ele viu que estava na frente, esperou os outros o alcançarem para que ele também pudesse começar”, defendeu outro.
“Claramente as crianças pularam na hora errada e ele foi humilde em esperar”, brincou mais um.
Quem é Brinjal
Há quase uma década ele participa do Gala, nadando pelo Royal Fins Aquatic Club, e desde 2016 se tornou oficialmente o mascote do evento.
Mesmo aos 12 anos, prestes a completar 13 em fevereiro de 2026, Brinjal não demonstra o menor sinal de que pretende se aposentar.
Segundo a família, que vive em Pretória, ele sempre foi apaixonado pela água.
Sua “mãe” humana, Ancheri Luus, contou ao Good Things Guy que, na juventude, Brinjal chegava a nadar entre 20 e 30 voltas por dia na piscina de 25 metros do clube.
Com o passar dos anos, ele naturalmente desacelerou. Mas continua com o mesmo brilho nos olhos cada vez que chega perto da borda.
“Ele era muito saudável. Agora, como um cãozinho mais velho, ele só dá cerca de 10 voltas por dia”, disse Ancheri.
Não por acaso, sua popularidade ultrapassou fronteiras. A tutora conta que os vídeos do cãozinho fizeram tanto sucesso nas redes sociais que um site americano chegou a escrever um artigo sobre ele.
E não é só isso: suas participações no Gala se tornaram aguardadíssimas, criando uma espécie de tradição.
Cães na natação
A imagem de um cachorro nadando instintivamente costuma alimentar a ideia de que toda raça sabe se virar na água, mas, segundo o American Kennel Club (AKC), isso não é bem verdade.
Algumas raças foram desenvolvidas especificamente para trabalhar em ambientes aquáticos, como o Labrador e Golden Retriever, famosos por recuperar aves abatidas na água, ou o Cão de Água Português, treinado para auxiliar pescadores.
Já outras raças, especialmente as de pernas curtas, corpo longo ou braquicefálicas, podem ter dificuldades naturais para se manter na água sem ajuda.
Brinjal, claramente, está no grupo dos que se sentem como peixes no mar. Mas raça e instinto não são os únicos fatores importantes.
O AKC destaca que a primeira experiência do cachorro na água influencia muito seu desempenho e sua relação com o ambiente aquático ao longo da vida.
E aqui entra um ponto importante: mesmo cães que amam nadar podem se meter em apuros se não forem introduzidos à água da forma correta.
Apresentando a água para um cão
A treinadora Michele Godlevski, especialista em natação canina, ressalta que nunca se deve jogar um cachorro na água esperando que ele aprenda sozinho. Isso pode traumatizá-lo permanentemente.
O jeito certo, explica ela, envolve paciência, reforço positivo e, principalmente, uso de colete salva-vidas, inclusive para cães experientes.
Mesmo nadadores habituados podem ficar cansados, desorientados ou enfrentar correntes imprevistas.
Um colete ajuda na flutuação, mantém a cabeça do cão fora da água e ainda facilita o resgate caso seja necessário.
Para cães iniciantes, o equipamento também corrige a postura no nado, evitando o comportamento chamado de “tração dianteira”, quando o animal usa apenas as patas da frente, deixando as traseiras balançando verticalmente.
Com o colete, o corpo fica mais nivelado e a movimentação se torna mais eficiente.
Além disso, o AKC reforça a importância de:
- escolher coletes ajustáveis e de materiais resistentes,
- preferir cores vibrantes ou detalhes refletivos,
- supervisionar o cachorro durante toda a prática,
- evitar água muito fria,
- manter sessões de no máximo 10 minutos para prevenir intoxicação por água,
- ensinar o cão a entrar e sair da piscina com segurança.
Para cães iniciantes, o ideal é começar em águas rasas, deixá-los molhar as patas, usar brinquedos para incentivar, sempre no ritmo deles.
Outro truque útil é permitir que observem um cão experiente entrando na água, como uma espécie de "aula demonstrativa", muito eficiente para os mais medrosos.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.












