Mulher oferece café da manhã generoso a família de animais e é ‘retribuída’ com apresentação do rostinho mais fofo
Por Beatriz Menezes em Mundo AnimalA publicação de um vídeo no dia 12 de novembro chamou atenção nas redes sociais e dividiu opiniões sobre a interação entre humanos e animais silvestres.
A criadora de conteúdo conhecida como @midinhafeitosa compartilhou com seus seguidores a rotina de alimentar uma família de saguis que frequenta a área externa de sua casa.
O que parecia apenas um gesto de carinho se transformou em uma cena que viralizou, especialmente porque, naquela manhã, os animais apresentaram um novo filhote enquanto aproveitavam o café da manhã preparado pela tutora.
A criadora, que produz conteúdos sobre vida real com leveza, momentos de afeto e convivência com animais, mostrou no vídeo o preparo de um pequeno banquete para os saguis.
Ela ofereceu um pote com banana picada e um recipiente com água potável, o que atraiu toda a família.
A cena se destacou porque, enquanto os adultos se aproximavam para pegar os pedaços de fruta, um filhote apareceu agarrado às costas da mãe, observando tudo com cuidado.
Midinha mostra que já criou vínculos com alguns dos visitantes, inclusive batizando um deles de Frida, que aparece em diversos momentos sendo chamada pela tutora.
Ela fala com carinho e chama Romeuzinho, que seria um dos saguis mais presentes, agradecendo por trazer os bebês. Em outros momentos, demonstra preocupação com a disputa pela fruta e tenta garantir que cada animal receba uma porção.
O vídeo alcançou 2,5 milhões de visualizações e motivou uma série de reações diferentes.
Em meio às reações positivas, o vídeo também recebeu alertas de especialistas e estudantes da área veterinária.
Um estudante do sexto período de medicina veterinária explicou que alimentar primatas, mesmo que pareça um gesto gentil, pode trazer riscos tanto para humanos quanto para os próprios animais.
“Saguis são potenciais transmissores da raiva (lembrando que a raiva, sem tratamento profilático não tem cura e é 100% letal) e o vírus da herpes humana, que pode ser transmitido por contato direto, é letal para estes animais!! Além do mais, saguis são uma espécie invasora na região Sudeste, alimentá-los ajuda na sua reprodução e consequentemente no aumento do desequilíbrio ambiental. Sei que sua intenção não foi ruim moça, mas temos que nos informar”, relatou.
A observação reforçou a importância de orientação e informação ao lidar com animais silvestres, mesmo em situações aparentemente inofensivas.
“Esse é o tipo de vídeo que a gente vai assistindo, e quando percebe o sorriso está no rosto, naturalmente. E o sorriso vai ficando né”.
“Que privilégio”.
Comentaram outros internautas.
Assista o vídeo:
Por que é errado alimentar animais silvestres na natureza?
De acordo com o Parque Cidade da Criança além de interferir no comportamento natural de busca por alimento, oferecer comida a animais silvestres pode comprometer a saúde das espécies e, em situações mais graves, levar ao óbito.
Locais de visitação costumam exibir placas informativas para alertar os visitantes sobre a proibição dessa prática e os riscos envolvidos, justamente para evitar que o contato inadequado se repita.
Os prejuízos não atingem apenas os animais, já que visitantes podem perder objetos levados por curiosidade ou até provocar acidentes com mordidas e arranhões.
A zootecnista Glenda Rosa Siqueira Santos explica que “mesmo o ato de ofertar uma fruta pode gerar malefícios, algumas frutas são tóxicas para determinadas espécies”, reforçando a necessidade de evitar qualquer tipo de alimentação direta.
No Parque Ecológico da Cidade da Criança, onde macacos-prego e quatis circulam facilmente, os animais passam o dia forrageando. Eles encontram na própria mata todos os nutrientes necessários para sobreviver.
A área preservada ultrapassa 104 hectares de Mata Atlântica, o que garante condições adequadas para esse comportamento.
A zootecnista detalha que “o forrageio é o hábito natural de procurar o alimento, lançando mão de estratégias especializadas, desenvolvidas no âmbito de cada espécie” e lembra que já houve registros de “macacos, quatis e até animais do zoológico que ficaram doentes por conta dos alimentos ofertados por visitantes, que causaram diarreias e intoxicações”.
A aproximação dos animais aos visitantes costuma acontecer por um hábito cultural e não por fome.
Muitos se aproximam porque receberam alimento em outras ocasiões. A especialista acrescenta que “muitas pessoas oferecem comida esperando conseguir uma foto ou para acariciar os animais, mas é necessário consciência, já que esse hábito desestimula que eles busquem outros nutrientes e aumenta o risco de acidentes”.
Você sabia que os saguis são os menores macacos do mundo?
O macaco sagui é conhecido por ser um animal de pequeno porte. Também conhecido como sagui-pigmeu ou macaco de bolso (Cebuella pygmaea), ele é o menor macaco do planeta, informa o National Geographic Brasil.
1. Quanto mede o macaco sagui
Seu corpo, sem contar a cauda, mede entre 14 e 16 centímetros, ou seja, cabe na palma de uma mão. A cauda atinge entre 15 e 20 centímetros e serve para o equilíbrio.
2. Quanto pesa o macaco sagui
A entidade madrilenha também revela que o macaco sagui não ultrapassa os 140 gramas de peso.
3. Onde habita o macaco sagui
Este pequeno animal é nativo das florestas do Brasil, Colômbia, Equador e Peru, informa a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN, na sigla em inglês).
“Eles vivem nas partes mais altas das árvores e gostam de fazer seus ninhos nas bordas dos galhos, onde seus predadores não podem alcançar”, acrescenta o zoológico.
4. Como o macaco sagui se alimenta
A dieta do sagui consiste em frutas, insetos, folhas e, às vezes, pequenos répteis. Além disso, os saguis mordem a casca das árvores, aproveitando os seus dentes afiados para tomar a seiva, fonte de nutrição. Esse processo pode levar várias horas por dia.
5. O macaco sagui é expressivo
Outra peculiaridade do macaco sagui está em sua expressividade facial. Esses pequenos macacos são capazes de transmitir suas emoções com movimentos de orelhas, lábios e pálpebras, o que se reflete nos diferentes gestos em seus rostos.
Eles também se comunicam com seus pares por meio de gritos e usam as cordas vocais para alertar sobre o perigo ou incentivar o acasalamento.
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