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Vira-lata adotado das ruas agora exige que tutores cantem música especial para ele comer: "Esqueceu a origem humilde"

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em Cães

Às vezes, o problema não é a ração. É o protocolo. Foi isso que Soneca, um vira-lata cheio de charme, mostrou aos internautas.

Antes de ser adotado, Soneca viveu pelas ruas de Quatiguá, no interior do Paraná, por alguns anos.

Em 6 de novembro de 2024, sua vida mudou quando foi adotado por Bianca Costa e Felipe Rolim, que hoje compartilham o dia a dia do peludo nas redes sociais.

Desde então, Soneca fez amigos, acumulou histórias e, claro, desenvolveu personalidade.

Em um vídeo publicado no Instagram, os tutores aparecem tentando entender o que o cão está pedindo.

Soneca, muito educado, conduz os humanos até o prato de ração. Tudo indicava que era fome. Mas, ao chegar lá, ele simplesmente não quis comer.

Os tutores insistem. “Come”, pedem. Soneca responde abanando o rabinho, mas sem dar uma única mordida. Ele estava esperando por algo.

“Vamos cantar então?”, sugere a tutora.

E como num passe de mágica, no exato momento em que eles começam a bater palmas e cantar “e de quem é a comida do Soneca? Come a comida do Soneca…”, o cachorro vai até o prato e começa a comer, com o rabo balançando.

O vídeo ultrapassou 124 mil visualizações.

“Isso deve ser um código secreto que os humanos descobriram e agora tem que cantar pra todos”, comentou uma pessoa.

Outra resolveu testar a teoria:

“Acredita que vi o vídeo agora, cantei a versão pra minha cachorra Chantilly e ela foi correndo comer tudo. Chocada”.
“Pitoco fazendo escola kkkk muito bom!”, resumiu um seguidor, entregando a referência que ninguém esqueceu.

Porque sim: tudo começou com ele.

O Pitoco que ensinou os cães a exigirem trilha sonora

Antes de Soneca, houve Pitoco. Ou melhor, Lyon, um golden retriever de Teresina, no Piauí, que ganhou o apelido carinhoso e conquistou o Brasil.

Muito amado por sua tutora, Maria Clara Franco, Pitoco sempre foi tratado como o rei da casa. A família tinha o costume de criar músicas exclusivas para o douradinho e cantar para ele em diversos momentos do dia.

Até que um dia, Lyon resolveu não comer.

Preocupados, Maria e o namorado tentaram de tudo para estimular o apetite do peludo. Nada funcionava.

Foi então que, quase sem pretensão, o rapaz começou a cantar:

“E de quem é a comida do Pitoco? Come a comida do Pitoco”.

Pronto. Pitoco começou a comer imediatamente, como se estivesse apenas aguardando o incentivo musical correto.

Desde então, sempre que o apetite falha, a canção entra em cena.

Maria explicou, na época, que o cachorro se alimenta normalmente, mas que às vezes parece usar a recusa como forma de pedir atenção.

“Eles arrumam um jeito de mandar na gente, né?”, brincou.

O sucesso foi tão grande que Pitoco virou até desenho animado, transformado em uma versão ilustrada pela artista Rafaella Tuma.

A adaptação fez tanto sucesso quanto o vídeo original.

E, ao que tudo indica, Pitoco inaugurou uma nova fase na relação entre cães e comida: a era do entretenimento obrigatório.

A criatividade que vira tempero

Soneca e Pitoco estão longe de ser casos isolados. Mesmo cães resgatados das ruas podem fazer cena diante da ração mais premium possível.

Por isso, tutores movidos a amor, paciência e um certo desespero já inventaram estratégias criativas.

Relembre alguns casos:

Loui, é um shih-tzu que só come quando a tutora ameaça chamar o “gato” para dividir a ração.

O ponto é que o “gato” simplesmente não existe. Mas o medo da concorrência funciona.

Já George, um pinscher exigente, precisa que a ração seja “temperada” com ingredientes invisíveis e “esquentada” em um micro-ondas desligado.

Por que alguns cães não comem?

Por mais engraçadas que essas histórias sejam, a recusa alimentar pode ter causas sérias. De acordo com especialistas do PetMD, existem diversos motivos médicos, comportamentais e ambientais que podem afetar o apetite dos cães.

O apetite canino é regulado por um mecanismo complexo que envolve o cérebro, hormônios e o funcionamento do trato gastrointestinal.

Alguns problemas de saúde que podem fazer o cão perder o apetite:

  • Problemas gastrointestinais
  • Doenças renais
  • Doenças hepáticas
  • Pancreatite
  • Dor dentária
  • Tumores
  • Uso de medicamentos
  • Artrite

Fatores emocionais também contam: estresse, medo, ansiedade de separação, mudanças na rotina, chegada de um novo animal, visitas em casa ou até a simples mudança do lugar da tigela.

Quando é perigoso?

Segundo o PetMD, cães adultos podem ficar até cinco dias sem comer, desde que bebam água, mas isso não significa que o tutor deva ignorar o problema.

Se o cão ficar dois dias sem comer, o ideal é procurar um veterinário.

Como estimular o apetite

Se problemas de saúde já foram descartados, algumas estratégias podem ajudar:

  • Aquecer levemente a comida
  • Oferecer sabores diferentes
  • Adicionar complementos alimentares
  • Garantir rotina, exercícios e estímulos mentais
  • Evitar excesso de petiscos fora de hora

E, se nada disso funcionar, talvez uma musiquinha não faça mal.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.