“Vida de rei”: Vira-lata carioca só curte a praia depois que a família estende a canga para ele deitar
Por Beatriz Menezes em CãesOreo é um vira-lata carioca que estabeleceu seus próprios termos para curtir o litoral do Rio de Janeiro. O cãozinho que foi resgatado e adotado hoje vive uma rotina de cuidados e conforto.
Com uma personalidade marcante e manias que surpreendem os tutores, o animal espera que a família estenda a canga na areia antes de se acomodar para aproveitar o sol.
Ele não aceita o contato direto com a areia nos pelos e aguarda pacientemente o ritual de preparação do espaço.
A cena se repete em cada visita ao mar. Não importa se a família carrega uma ou três cangas, pois assim que os humanos começam a abrir o tecido, Oreo já se posiciona em pé no local exato onde pretende descansar.
O comportamento sistemático do pet virou atração nas redes sociais e reforça como o antigo morador de rua se adaptou bem aos privilégios da vida doméstica.
O fenômeno nas redes sociais
O perfil de Oreo no Instagram soma mais de 300 mil seguidores que acompanham o cotidiano do vira-lata. Em uma publicação recente do dia 23 de novembro, as imagens do cão aguardando o serviço de praia viralizaram rapidamente.
O vídeo registra o momento exato em que ele ignora a areia fofa e seca para esperar o pano ser esticado.
A legenda da postagem define bem o espírito do animal ao afirmar que ele está em um nível de folga elevado, apenas esperando a canga abrir para deitar.
Os números da postagem impressionam e mostram o alcance da história do cão carioca. São 967 mil visualizações, 90 mil curtidas e 1.399 comentários até o momento.
“Ele merece esse mimo”.
“Agora traga minha água de coco Márcia e Cleiton!!”
“Não fez mais que a obrigação Márcia”.
São alguns dos comentários.
A mudança na dinâmica familiar
A história de Oreo vai além da exigência por uma canga na praia. Em 2022 a tutora Nathália Figueiredo explicou ao Amo Meu Pet como a chegada do animal transformou a rotina e os sentimentos da família.
A adaptação não foi simples no início devido a traumas antigos. Nathália contou que a mãe foi mordida por um cachorro durante a adolescência e acabou transmitindo esse medo para os outros membros da casa por muitos anos.
O receio de ter um animal doméstico era uma barreira real que precisou ser vencida com paciência.
Outro ponto de resistência partia do pai de Nathália, a família sempre gostou de viajar e passear com frequência e existia a preocupação de que um cachorro pudesse limitar essa liberdade.
"Agora procuramos somente lugares e viagens pet friendly, pois não conseguimos deixar ele", explicou.
Confira o vídeo abaixo:
Dicas do site Purina para ir à praia com o seu cão
Regras e locais permitidos
Nem toda praia aceita animais. Geralmente, praias concessionadas proíbem cães durante a temporada de verão, enquanto áreas não concessionadas podem ser liberadas.
Antes de sair de casa, verifique a sinalização na entrada da praia ou consulte editais municipais. Estar em locais proibidos pode resultar em multas.
Atividade física e lazer
A praia é um ambiente excelente para o gasto de energia e absorção de vitamina D. Incentive exercícios com frisbees ou bolas, mas escolha áreas calmas para as brincadeiras.
Se o cão não tiver um comando de retorno confiável, utilize trelas longas para oferecer liberdade com segurança.
Cuidados com o banho de mar
Nunca presuma que todo cão sabe ou gosta de nadar. Raças como o Labrador costumam ser entusiastas, enquanto outras, como o Shar Pei, podem ter receio da água.
- Adaptação: deixe o animal explorar as ondas no ritmo dele, oferecendo elogios e petiscos.
- Segurança: use coletes salva-vidas em cães aventureiros que não nadam bem e evite áreas com correntezas fortes ou prática de esportes náuticos.
Bem-estar e proteção
A exposição ao sol e à água salgada exige atenção constante do tutor para evitar problemas de saúde:
- Hidratação: ofereça água fresca constantemente e impeça o animal de beber água do mar, o que causa vômitos e desidratação.
- Temperatura: garanta um local com sombra para descanso. Cães podem sofrer insolação ou queimaduras solares, especialmente os de pelagem clara ou focinho despigmentado. Utilize protetor solar específico para pets.
- Identificação: mantenha a coleira com placa de identificação durante todo o tempo.
Higiene pós-praia
Ao chegar em casa, enxágue o animal com água doce para remover o sal e a areia. Esse cuidado evita irritações na pele e dermatites. Cães de pelagem longa ou sensível podem necessitar de um banho completo com shampoo próprio para retirar todos os resíduos.
O CRMV-SP alerta para alguns riscos:
Um dos maiores perigos apontados por especialistas é a dirofilariose, conhecida como a doença do verme do coração. Transmitida por pernilongos muito comuns em áreas litorâneas, essa zoonose é grave e silenciosa, podendo levar anos para manifestar sintomas graves como tosse, falta de ar e insuficiência cardiovascular.
A prevenção eficaz exige a aplicação de medicação específica antes e depois da viagem, sempre sob orientação veterinária e após exames que comprovem que o animal não está infectado.
Além do risco dos mosquitos, a própria estrutura da praia oferece desafios físicos. A areia pode causar conjuntivite devido à irritação ocular ou transmitir verminoses e problemas de pele caso esteja contaminada por fezes de animais de rua.
Já o contato frequente com a água do mar favorece o surgimento de otites. Por isso, manter a vermifugação em dia e higienizar o pet com água doce após o passeio são hábitos essenciais para evitar inflamações e dermatites.
O controle térmico é outro ponto de atenção vital para os tutores. Como os cães trocam calor pela respiração, as altas temperaturas litorâneas podem levar à hipertermia e a colapsos respiratórios.
O ideal é que os passeios ocorram apenas em horários de sol ameno, como o início da manhã ou o anoitecer. Durante o dia, o animal deve ter acesso constante a sombra e água fresca, evitando estritamente a ingestão de água salgada, que acelera a desidratação.
O uso de protetor solar próprio para animais também é recomendado para proteger peles claras e focinhos de queimaduras solares graves.
