“Max, nosso herói”: Gato comunitário age com bravura, protege morador e cão de outro animal e ganha família amorosa
Por Beatriz Menezes em Gatos
O instinto de proteção de um felino mudou o destino de uma família e mobilizou moradores de um condomínio na zona sul de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Max, um gato que vivia sob os cuidados coletivos da vizinhança, interveio em um ataque canino para salvar um morador e sua cadela de estimação.
O episódio, registrado por câmeras de segurança, transformou o animal em uma celebridade local e deu início a uma corrente de cuidados que culminou na sua adoção definitiva.
O ataque ocorreu enquanto um homem passeava com sua cachorra pequena pela guia no pátio do condomínio. Repentinamente, um golden apareceu e ‘avançou’ contra os dois.
O morador tentou proteger a cadela erguendo-a no colo, mas o agressor persistiu e chegou a morder a roupa do homem. Foi neste momento que Max surgiu em alta velocidade, atacando o cão maior para afugentá-lo.
Mesmo quando o cão tentou revidar contra o gato, Max não recuou e manteve a defesa até que os tutores do animal maior conseguissem contê-lo.
Ninguém saiu ferido, mas o ato de bravura selou o vínculo entre o felino e os moradores.
Confira o vídeo abaixo:
O passado de abandono e os desafios de saúde
Apesar da força demonstrada no combate, a realidade física de Max era de extrema fragilidade.
Ele apareceu no condomínio meses antes, apresentando sinais severos de desnutrição, sujeira e diversos ferimentos.
Sensibilizados, os vizinhos iniciaram uma rede de apoio que começou com uma caixa improvisada e evoluiu para uma estrutura com alimentação adequada e acompanhamento médico.
Exames veterinários detalhados revelaram que o "segurança" do condomínio enfrentava batalhas internas silenciosas.
Max foi diagnosticado com FIV (Imunodeficiência Felina) e FeLV (Leucemia Felina), além de apresentar uma doença renal crônica. O quadro clínico exigia uma rotina rigorosa de tratamentos, incluindo fluidoterapia e visitas frequentes de uma veterinária para coleta de exames.
Laisa Muraguti, autora dos registros que viralizaram, assumiu a linha de frente desses cuidados, tratando o animal diretamente no pátio ou em sua residência.
Assista a seguir:
A rotina de cuidados e o papel de "porteiro"
A jornada de recuperação de Max incluiu momentos de tensão e alívio. Em um dos episódios relatados por Laisa, o gato foi levado para banho e castração, o que garantiu melhor qualidade de vida e controle de seu comportamento territorial.
Durante o pós-operatório e os dias de tratamento renal, Max usou o colar elizabetano e recebeu soro de forma paciente.
Mesmo com as limitações de saúde, ele nunca abandonou seu posto. O gato circulava livremente pelas áreas comuns, sendo apelidado de porteiro e suporte emocional dos residentes.
Ele costumava descansar próximo à televisão ou deitado no pátio junto aos moradores, demonstrando uma docilidade que contrastava com a ferocidade usada para defender o condomínio durante o ataque canino.
A espera estratégica por um teto definitivo
A adoção de Max não aconteceu imediatamente devido a outro resgate urgente. Uma gata chamada Moon apareceu no mesmo local e precisava de auxílio.
Ao ser levada para castração, a equipe descobriu por meio de exames de imagem que Moon estava grávida.
Laisa decidiu acolher a gata temporariamente para que ela pudesse dar à luz em um ambiente seguro e controlado.
Max acompanhou todo o processo de longe, fazendo visitas frequentes à janela de Laisa e interagindo com os outros cães da casa através do vidro.
A promessa da cuidadora era clara: assim que Moon encontrasse um lar definitivo após o desmame dos filhotes, seria a vez de Max.
O felino aguardou pacientemente em seus troncos de árvore e jardins favoritos, mantendo a vigilância sobre o condomínio enquanto sua vaga na família era preparada.
O desfecho da jornada: um lar para o herói
No último domingo, dia 28 de dezembro, a história de Max alcançou seu capítulo final de felicidade.
Com a conclusão do processo de adoção de Moon, Laisa Muraguti oficializou a entrada de Max em sua família.
O gato que enfrentou as ruas, as doenças e agressores muito maiores que ele agora vive em um ambiente protegido, essencial para o manejo de sua condição de saúde.
O novo integrante da casa ganhou uma coleira e agora desfruta do conforto de um lar seguro, longe dos perigos do pátio onde atuou como herói por tanto tempo.
Veja:
O que chama atenção é que o cão que apresentou o mau comportamento foi um golden. Será que eles são agressivos?
De acordo Alexandre Rossi - Dr Pet, um Golden agressivo é algo que chega a assustar a maioria das pessoas, mas infelizmente qualquer raça pode se tornar agressiva.
Isso pode acontecer quando a família não impõe limites e regras em casa, e também por “ciúmes” de coisas que o pet pode achar importante. Mas com bastante treino e dedicação foi possível tornar o cão carinhoso e brincalhão!
O Blog Pet-Tech traz algumas dicas para esse comportamento:
Para controlar a agressividade de um Golden Retriever, é essencial adotar uma postura de paciência e constância no adestramento. As principais estratégias incluem:
- Ajuda profissional: conte com um adestrador para aplicar técnicas personalizadas.
- Reforço positivo: recompense as boas atitudes para incentivar o comportamento dócil e fortalecer o laço com o animal.
- Socialização: promova o contato controlado com outros cães e pessoas para diminuir o medo e a ansiedade.
- Gestão de gatilhos: identifique o que causa a agressividade para evitar ou transformar essas situações.
- Paciência: entenda que a mudança de comportamento é gradual e exige esforço contínuo.
Você já conheceu algum golden ‘agressivo’?
