Para melhorar vida de cães de rua deficientes, estudante inventa cadeira de rodas especial

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O estudante universitário Lucas Donaduzzi, de 29 anos, residente de Pato Branco (PR) é um entusiasta da causa animal desde a infância.

Atualmente, ele já mantém em casa 15 cachorros adotados.

Inspirado por uma cachorrinha recém-adotada, Lucas resolveu dedicar o tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), a inventar uma cadeira de rodas de fácil acesso, leve e adaptável para cães com deficiência.

“Meu objetivo nunca foi o de vender a cadeira, mas poder criar e ensinar outras pessoas a fazer o mesmo. Quero uma melhor qualidade de vida para esses cães.”

O universitário adotou uma chow chow que havia sido abandonada no início do ano. Ela perdeu a capacidade de locomoção das patas traseiras após um atropelamento. Para permitir seu ir e vir, Lucas comprou uma cadeira de rodas tradicional para ele.

Infelizmente, muito debilitada por conta do acidente, ela acabou morrendo seis meses depois.

Apesar da perda, Lucas não perdeu a inspiração e o espírito altruísta de ajuda ao próximo.

Desde então, visando ajudar outros cães, Lucas desenvolveu um protótipo próprio de uma cadeira de rodas para cães enquanto cursa o último ano de engenharia mecânica, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Faísca, um vira-lata que o universitária adotou, foi o primeiro a experimentar sua criação. Apesar de sobreviver a uma picada de aranha marrom, o cachorrinho ficou com uma ferida aberta no local, como consequência, perdeu o movimento nas patas traseiras.

“O Faísca tem saúde. Ele queria brincar com os outros cachorros, mas ficava limitado. Quando vi ele brincando com a cadeira, fiquei bem feliz”, contou.

Foram oito meses de desenvolvimento, segundo o engenheiro, e cinco protótipos até o resultado final.

Os principais materiais são bambu, linha de nylon e rodas de plástico, totalizando um custo de R$ 150. O estudante explica que a escolha do bambu é motivada pelo material ser renovável e tropical.

“Se preocupar com eles é um negócio que vem do coração, a gente sente que tem que ajudar os bichinhos”, disse.

O engenheiro pretende criar novas versões melhoradas do protótipo em 2020, para sua pós-graduação.

“O problema dos cães é começar o movimento, se tiver um sistema que ajuda a impulsionar o primeiro movimento isso facilitará a locomoção. Quero implantar um sistema com assistência elétrica”, explicou.

Seu objetivo é montar um manual de instruções para as cadeiras de rodas de bambu.

Durante a pós-graduação, ele pretende melhorar o antigo manual e a didática de ensino, pois o último não era facilmente compreensível.

“Quero que todos, leigos e aqueles que não têm condição de comprar, possam ler o manual e consigam montar a cadeira para ajudar um cachorro”, destacou.

Para o amante dos animais, o potencial dessa invenção é ilimitado. Não é possível mensurar quantos animais debilitados poderão ser ajudados.

A melhor parte é poder ajudá-los é ver a gratificação em seus rostos. “Principalmente os que estão mais debilitados na rua, eles têm um brilho no olhar. Ele quer te agradar todo dia, quer retribuir e até parece que te diz o quanto está feliz.”

Fonte: G1Compartilhe o post com seus amigos!

Gabriel Pietro têm 20 anos, é redator e freelancer. Fundou o Projeto Acervo Ciência em 2016, com o objetivo de levar astronomia, filosofia e ciência em geral ao público. Em dois anos, o projeto alcançou milhões de internautas e acumulou 400 mil seguidores no Facebook. Como redator, escreveu para vários sites, como o Sociologia Líquida e o Segredos do Mundo. Ainda não sabe se é de humanas ou exatas, Marvel ou DC, liberal ou social-democrata. Ama cinema, política, ciência, economia e música (indie). Ainda tentando descobrir seu lugar no mundo.