Gatos se revezam para cuidar da melhor forma de cão golden que perdeu a visão e cena encanta

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em Aqueça o coração

A convivência entre animais de diferentes espécies costuma render histórias emocionantes, e um exemplo disso é a vida do golden retriever chamado Daredevil.

Nascido cego, ele quase teve um destino trágico, mas hoje vive cercado de amor, cuidado e uma família muito especial — formada por humanos e, principalmente, por quatro gatos que se tornaram seus maiores protetores e companheiros.

A história foi contada nas redes sociais e rapidamente viralizou. Segundo Ali, tutora do cão, tudo começou quando ela e o parceiro receberam um telefonema de uma amiga enfermeira veterinária, com quem já haviam trabalhado em resgates de gatos.

Ela informou que havia um filhote de golden retriever cego recém-chegado à clínica e que o criador cogitava a possibilidade de sacrificá-lo, caso não encontrasse alguém disposto a adotá-lo.

"Não havia mundo em que eu pudesse permitir que isso acontecesse", conta Ali no vídeo publicado no Instagram.

Sem pensar duas vezes, eles decidiram ir até a clínica para conhecer o filhote. Bastaram alguns minutos de interação para que tomassem a decisão: o cãozinho, que recebeu o nome carinhoso de Daredevil, iria para casa com eles.

A adaptação foi surpreendentemente tranquila. Desde os primeiros momentos, o golden mostrou-se feliz e confortável no novo lar.

Mas o que mais impressiona é a relação criada com os gatos da casa, todos animais resgatados.

"Os gatos adoravam e dormiam perto dele", relata a tutora.

Mais do que companheiros, os felinos passaram a desempenhar um papel fundamental na vida do Daredevil.

Eles ajudam a guiá-lo pela casa, proporcionando segurança, conforto e uma espécie de mapa sensorial feito de afeto.

"Ele se sente mais seguro quando os gatos estão presentes. Percebo que ele realmente relaxa quando os gatos vêm se deitar em cima dele e o acariciar", explica Ali.

O golden, que completará cinco anos em setembro, convive em total harmonia com os quatro gatos adultos e também tem um papel ativo na socialização de gatinhos resgatados temporariamente pela família.

"Nós cuidamos de gatinhos regularmente, e o Daredevil desempenha um papel importante em deixar esses gatinhos confortáveis e prontos para seus novos lares, abraçando-os e brincando com eles", conta.

Como funciona a adaptação de cães cegos?

A experiência do Daredevil não é incomum. Cães cegos podem viver uma vida plena e feliz quando encontram ambientes seguros e famílias dispostas a oferecer os estímulos corretos.

De acordo com a American Kennel Club (AKC), manter rotinas consistentes é essencial para ajudar cães cegos a se ajustarem.

Evitar mudanças frequentes na disposição dos móveis e criar pontos de referência táteis e olfativos facilita a navegação do animal pelo ambiente doméstico.

Cães cegos utilizam principalmente os sentidos do olfato, audição e tato para se orientar. Por exemplo, brinquedos que emitem sons, como guizos ou apitos, podem ser úteis para estimular o cão durante brincadeiras.

Além disso, comandos verbais como "espera", "sobe" e "desce" são eficazes para guiá-los em diferentes situações.

Dicas para tutores de cães cegos

Ambiente seguro: Evite deixar objetos no chão que possam causar acidentes e bloqueie áreas perigosas, como escadas, com portões de segurança.

Sinais sensoriais: Utilize aromas distintos para marcar diferentes áreas da casa, como a cama ou o local da comida, ajudando o cão a identificar espaços específicos.

Treinamento positivo: Reforce comportamentos desejados com recompensas e mantenha sessões de treinamento curtas e consistentes.

Consultas veterinárias: Realize check-ups regulares para monitorar a saúde geral do cão e discutir estratégias de adaptação com o veterinário.

Com dedicação e amor, cães cegos podem levar vidas enriquecedoras e cheias de alegria, demonstrando uma incrível capacidade de adaptação e resiliência.

O papel do acolhimento na vida dos animais especiais

O golden não apenas recebeu amor — ele também aprendeu a oferecer. Seu comportamento amoroso com os gatinhos que passam temporariamente pelo lar mostra que ele se tornou uma espécie de terapeuta informal, ajudando outros animais a se sentirem seguros e prontos para seus futuros lares.

Quando Ali reflete sobre a possibilidade de que o cão pudesse não ter sobrevivido se não fosse adotado, a resposta vem carregada de emoção: "Quando penso no que aconteceria com ele, não consigo nem pensar nisso. Ele é tão cheio de amor."

A história de Daredevil é mais do que um relato fofo da internet. É uma lição de empatia, resiliência e amor sem barreiras — nem de espécie, nem de limitações físicas.

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