Cadela de abrigo na lista de eutanásia implora a voluntário para levá-la para casa para sempre

Madeline Smith, moradora dos Estados Unidos, realiza trabalho voluntário em abrigos há anos e já ofereceu mais de 50 lares temporários.

Ao longo do tempo, ela já passou por muitos resgates e despedidas emocionantes. Mas nada se comparava ao que estava prestes a acontecer.

Ela havia terminado seu turno no abrigo local e já estava indo embora quando algo — talvez um instinto ou “ato divino”, como ela mesma descreve — a fez virar a cabeça.

Foi nesse momento que ela viu a cachorrinha Maya. Ela não estava nem na lista de cães que Madeline cuidaria naquele dia, mas bastou um olhar para tudo mudar.

“Ela imediatamente se levantou da cama e pulou com o rabo abanando para me cumprimentar!”, contou Madeline ao The Dodo.

Era como se ela estivesse implorando: ‘me leva pra casa’.

Madeline ficou encantada, mas resistiu. Tinha uma viagem marcada e sabia que não seria responsável acolher outro cão naquele momento. Ainda assim, Maya não saiu de seus pensamentos.

“Eu não conseguia parar de pensar nela”

Quando soube que a cadelinha havia sido colocada na lista de eutanásia, a dúvida desapareceu. Ela sabia que precisava salvá-la.

Sem poder ir pessoalmente ao abrigo, contou com a ajuda de outra voluntária, Amairany, que largou tudo para resgatar Maya.

A cachorrinha passou alguns dias sob os cuidados dela, onde rapidamente fez amizade com seu filho de 6 anos.

“Ela se adaptou tão bem… É muito mais fácil fazer resgates com uma comunidade solidária por perto!”, disse Madeline.

Assim que voltou de viagem, Maya foi recebida de braços abertos por sua nova família, incluindo dois irmãos peludos: Margot, uma cadela, e Barry, um gato já idoso, que faleceu pouco tempo depois.

“Fracasso feliz”

Madeline, que havia adotado temporariamente mais de 50 cães até então, estava determinada a seguir com lar temporário. Mas Maya mexeu com tudo. Era como se ela sempre tivesse pertencido àquela casa.

Mesmo assim, Madeline hesitou. A rotina de lar temporário exigia espaço e disponibilidade para novos resgates.

Mas quem acabou tomando a decisão foi o marido de Madeline que, no Dia das Mães, entregou a ela um cartão e os papéis de adoção oficial de Maya.

“Ele é um homem tão bom, e estou muito feliz que agora temos nossa Maya!”, comemorou.

Hoje, Maya é a alegria da casa. Ela continua inseparável da irmã Margot, visita o memorial de Barry com frequência e, para completar, está ansiosa para conhecer seu novo irmão humano que chegará em breve.

A 55ª adoção temporária de Madeline acabou se tornando seu primeiro “fracasso feliz”.

“Se você conseguir deixar o primeiro ir… com o tempo fica mais fácil. Até que uma Maya aparece na sua vida. Aí, você sabe.”

Por que cães saudáveis são sacrificados em abrigos dos EUA?

Segundo o Shelter Animals Count, mais de 5,8 milhões de animais entraram em abrigos nos EUA em 2024. Desses, 607 mil foram sacrificados. Muitas vezes, não por estarem doentes ou agressivos, mas simplesmente por falta de espaço.

A superlotação é um dos maiores desafios enfrentados pelos abrigos. Mesmo com a adoção de 4,1 milhões de animais no mesmo período, ainda há mais animais chegando do que saindo.

Para lidar com esse desequilíbrio, muitos abrigos recorrem à eutanásia quando não há lares disponíveis.

Apesar de tudo, há sinais positivos: o número de animais eutanasiados caiu 12,3 mil em comparação com 2023.

Isso mostra que, com apoio da comunidade, adoções conscientes e ações solidárias, é possível mudar o destino desses animais.

Madeline é a prova viva disso. Para ela, Maya foi um presente que apareceu na hora certa. Para Maya, Madeline foi o milagre que ela precisava.