'Amiga leal': Equipe chega para resgatar égua em situação triste mas cachorrinha vira-lata não a deixa ir sozinha
Por Larissa Soares em Mundo Animal
Quando a equipe da ONG Rescate Equino Cinco Corazones chegou para resgatar uma égua debilitada, ninguém imaginava que encontraria, ao lado dela, uma pequena guardiã.
A vira-lata caramelo, depois batizada de Ami, estava deitada ao lado da égua Sofia e se recusava a deixá-la sozinha.
De acordo com os policiais que acompanharam o resgate, Ami havia chegado junto com os condutores de carroça, mas foi simplesmente abandonada por eles.
Perdida, sem rumo e completamente sozinha, a cachorrinha permaneceu com Sofia, a única presença conhecida naquele cenário de incertezas.
A ONG, especializada em resgatar e reabilitar animais vítimas de maus-tratos, tentou contato com abrigos destinados a cães. Mas, como em tantas situações, todos estavam sobrecarregados.
A decisão veio naturalmente: Ami seria resgatada junto com Sofia. E, a partir daquele momento, elas se tornaram oficialmente uma dupla inseparável.
Segundo a equipe, a cachorrinha demonstrava sinais claros de medo e insegurança, mas nunca se afastava de Sofia.
Acompanhar a égua no transporte de resgate foi emocionante e doloroso ao mesmo tempo, como relataram alguns seguidores.
“Me emociona ver como ela fica olhando para trás, como se pedisse permissão para subir”, comentou uma internauta após assistir às imagens divulgadas pela organização.
Logo nos primeiros dias, a amizade entre as duas se mostrou ainda mais forte do que imaginado.
Sofia apresentou sintomas de cólica e passou a exigir cuidados redobrados, incluindo alimentação especial, consultas frequentes e medicamentos.
Durante todo esse processo, Ami permaneceu colada nela, sem desgrudar um segundo.
Assim que Sofia finalmente pôde iniciar a fase de quarentena no campo, Ami estava lá, firme ao lado dela.
No primeiro dia de liberdade, a cena das duas explorando o pasto juntas emocionou os voluntários e seguidores.
Mas nem tudo foram boas notícias. No dia 18 de novembro, a ONG recebeu um pedido para devolver Ami.
Uma mulher entrou em contato afirmando que alimentava a cachorra, havia realizado sua castração e tentava mantê-la em casa. O nome dela seria Yeni, e ativistas da região pediram que Ami fosse devolvida.
A história, porém, era mais complexa do que parecia.
Segundo o relato da mulher, Ami escapava sempre que ouvia o som da carroça em que Sofia era obrigada a trabalhar.
Ela corria atrás da amiga por quilômetros, muitas vezes voltando para casa com as patas em carne viva, queimadas pelo asfalto quente ou encharcadas de chuva.
Houve dias em que Ami mal conseguia permanecer consciente de tanto esforço. A mulher contou que pedia aos carroceiros que deixassem Ami subir, mas eles recusavam.
Mesmo assim, Ami insistia. Ela via o sofrimento de Sofia e escolhia acompanhá-la.
Mas o que a mulher não fez foi tentar ajudar a égua, que também sofria. Para a ONG, isso foi decisivo.
Por isso a resposta do grupo foi clara: Ami não retornaria. Seu lugar é ao lado de Sofia.
Segundo a equipe, Ami teve inúmeras oportunidades de ficar em segurança, em uma casa quentinha, com comida garantida. Mas sempre encontrava uma forma de voltar.
Ela não podia simplesmente assistir à amiga definhar sozinha. A lealdade era maior do que qualquer conforto.
Hoje, Ami e Sofia estão livres, seguras e cercadas de cuidados. Sofia continua com sua dieta especial e passa por acompanhamento veterinário.
Ami, por sua vez, será vacinada e está se recuperando emocionalmente, sabendo que, desta vez, não precisará mais correr até a exaustão para proteger quem ama.
Outra amizade emocionante
Nos Estados Unidos, uma égua chamada Luna, da raça Appaloosa, perdeu completamente a visão devido à cegueira lunar, uma doença autoimune que afeta, principalmente, cavalos dessa raça.
Para ajudá-la a se adaptar, o tutor decidiu buscar companhia. E foi assim que Petey, um burrinho de apenas um ano, entrou na vida de Luna.
Petey não apenas se tornou o melhor amigo da égua. Ele também virou o guia oficial de Luna.
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Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.













