Menina decide brincar de decorar seu cachorro - e a reação do pet derrete corações online
Por Beatriz Menezes em Aqueça o coração
A relação de amizade entre a pequena Lavender Binder, de apenas um ano e quatro meses, e o cão da família, um São Bernardo chamado Thanos, ganhou um novo capítulo durante uma brincadeira que se tornou rotina na casa.
Em vez de utilizar o suporte oficial de seu jogo de argolas, a menina decidiu empilhar as peças coloridas na pata traseira do cachorro, que aceitou o papel com calma e paciência.
Thanos permaneceu imóvel durante toda a atividade, acompanhando a garotinha com olhar atento e abanando o rabo a cada novo anel colocado.
Quando Lavender reiniciava a brincadeira, o animal repetia o gesto e levantava a pata, como se entendesse a dinâmica e estivesse disposto a colaborar com a diversão da pequena tutora.
Segundo o pai, Erik Binder, a convivência próxima entre sua filha e os dois cães da casa sempre foi marcada pela confiança e pelo carinho.
Ele contou em entrevista à revista Newsweek que Thanos e o outro São Bernardo da família, chamado Dunder, já estavam presentes antes do nascimento da menina.
Por isso, ela os enxerga como irmãos mais velhos e peludos, sempre dispostos a dividir espaço, brincadeiras e momentos de afeto.
Apesar da presença de dois cães, a brincadeira com as argolas é uma exclusividade de Thanos e Lavender. Dunder prefere observar à distância, sem se envolver.
O pai explicou que a cena é tão natural que chega a surpreendê-lo.
Em algumas ocasiões, Thanos percebe as peças e já se adianta, esticando a perna no ar como se estivesse convidando a menina a continuar a atividade.
As interações desse tipo fortalecem a empatia e a capacidade de cuidado desde cedo.
No caso de Lavender, a paciência e o comportamento tranquilo de Thanos não apenas proporcionam diversão, mas também se transformam em oportunidades de aprendizado sobre limites e respeito.
O cão, por sua vez, demonstra confiança plena na família e reforça características típicas da raça São Bernardo, conhecida pela docilidade e pela lealdade.
A cena registrada pela família foi compartilhada no TikTok em 14 de agosto. Desde então, acumulou mais de 7,6 milhões de visualizações, cerca de 559 mil curtidas e mais de 7,4 mil comentários.
Entre eles, internautas elogiaram a criatividade da menina e a calma do cão.
“O fato de ela ter descoberto que os anéis cabiam na perna do cachorro me surpreende.”
“Que babá adorável” “o cachorro está dando vibrações de pai... faça o que quiser, só não chore”.
São alguns dos comentários.
Assista abaixo:
Originários dos Alpes Suíços, esses cães se tornaram célebres pelo trabalho de resgate em regiões montanhosas, principalmente no chamado Hospício do Grande São Bernardo, onde monges treinavam os animais para localizar viajantes perdidos na neve.
O faro apurado e a resistência física transformaram a raça em um verdadeiro símbolo de coragem e companheirismo.
Atualmente, o São Bernardo é reconhecido não apenas pelo porte imponente, que pode chegar a 120 quilos em adultos, mas também pelo temperamento afetuoso e protetor.
O American Kennel Club descreve a raça como gentil, paciente e extremamente apegada ao convívio familiar.
Embora demandem cuidados específicos com alimentação, espaço e saúde articular, esses cães são considerados ideais para lares que valorizam companhia constante e contato próximo com crianças.
Emocional e Social das Crianças
Convivência com animais de estimação fortalece empatia, autoestima e prepara para lidar com diferenças e perdas desde cedo
O convívio com animais de estimação pode ir muito além do afeto ou da diversão para as crianças. Segundo o site brazilhealth pesquisas científicas têm mostrado que a presença de pets contribui para o desenvolvimento socioemocional.
Um estudo australiano avaliou mais de 1.600 famílias, identificou que crianças que crescem ao lado de cães apresentam maiores níveis de empatia e habilidades sociais quando comparadas às que não convivem com animais.
“Crianças que convivem com pets tendem a construir uma visão de mundo mais inclusiva, aprendendo desde pequenas que seres diferentes possuem o mesmo valor e merecem respeito”, explica a psicoterapeuta Renata Roma, doutora e pesquisadora há mais de uma década sobre o tema.
Os benefícios dessa relação vão além do conceito de melhor amigo.
Os animais tornam-se importantes suportes emocionais, auxiliando não só nos vínculos afetivos mas também na autoestima, no senso de responsabilidade e na abertura para as diferenças na convivência com colegas e familiares.
Mas é preciso orientação e supervisão para garantir uma relação saudável, alerta Renata.
Principais impactos positivos da convivência com pets
- Empatia: ao interpretar sinais do animal, como alegria ou medo, a criança aprende a se colocar no lugar do outro, um exercício essencial que ela leva para suas relações humanas.
- Autorregulação emocional: pesquisas mostram que o contato com pets ajuda a acalmar crianças em momentos de estresse, reduzindo a ansiedade e estimulando a produção de hormônios ligados ao bem-estar.
- Responsabilidade e rotina: pequenas tarefas supervisionadas, como alimentar ou escovar o animal, fortalecem o senso de utilidade e a autoestima, mesmo que a responsabilidade principal continue com os adultos.
- Inclusão: respeitar as diferenças do pet, uma outra espécie com formas próprias de comunicação, estimula um olhar mais acolhedor para a diversidade.
- Laços afetivos seguros: a ausência de julgamento e cobranças por parte do animal cria bases emocionais positivas, ajudando a criança a lidar com situações de perda, separações familiares ou até bullying.
Lidar com a perda também é aprendizado
Renata Roma ressalta que a perda de um animal de estimação pode ser o primeiro contato da criança com a morte.
A recomendação é falar a verdade, com sensibilidade, evitando mensagens confusas como “ele foi embora”.
Rituais de despedida, desenhos e conversas ajudam a criança a nomear seus sentimentos.
“O luto não se apaga, é elaborado. Ensinar isso é um ato de amor”, afirma a psicoterapeuta, que é certificada internacionalmente em luto infantil.
Supervisão é fundamental
Mesmo com tantos benefícios, a convivência entre pets e crianças deve ser acompanhada de perto pelos responsáveis.
“Ensinar que animais têm limites e sentimentos é fundamental para evitar acidentes e frustrações”, reforça Renata. Situações de agressividade ou descuido na interação também podem sinalizar pedidos de ajuda emocional e precisam ser observadas com atenção.
Mais do que incorporar um animal à família, Renata sugere adotar o conceito de “famílias multiespécies”, em que os pets são integrados à vida cotidiana.
Essa prática promove relações mais empáticas e horizontais, preparando crianças para um mundo mais respeitoso e conectado.