Socorrista corre ajudar duas 'pequenas almas' em um parque e acaba salvando 16 vidas

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em Cães

Em setembro, enquanto caminhavam pelo parque perto do Estádio Dodgers, na Califórnia, nos Estados Unidos, algumas pessoas notaram uma pequena criaturinha escondida no mato.

Ao se aproximarem, perceberam que eram duas cachorrinhas assustadas. Sem saber como ajudar, ligaram para Suzette Hall, fundadora da Logan's Legacy 29, conhecida por já ter resgatado inúmeros cães abandonados na região.

Assim que recebeu o chamado, Suzette não pensou duas vezes em agir.

O resgate das cachorrinhas

Ao chegar ao local, Suzette se deparou com duas pequenas almas indefesas, que não tinham nada além de um cobertor fino para se proteger.

“[Elas estavam] sozinhas, assustadas e cercadas de perigo”, escreveu Suzette. “Coiotes as cercaram mais de uma vez — não é exagero — e as pessoas literalmente tiveram que lutar contra elas para manter essas meninas vivas", escreveu Suzette em uma publicação no Facebook.

Segundo as informações que Suzette recebeu, as cachorrinhas haviam sido abandonadas cerca de duas semanas antes do resgate e só foram descobertas quando vizinhos ouviram seus latidos de socorro.

“Das profundezas dos arbustos densos e secos, seus gritos ecoavam”, escreveu Suzette. “Graças a Deus, alguém os ouviu e começou a trazer comida e água, porque sem isso, eles não teriam sobrevivido.”

O resgate das vira-latinhas não foi fácil. Ariscas e desconfiadas, elas se encolhiam a cada movimento, sem permitir aproximação. Foi preciso muita paciência, cuidado e carinho para que Suzette conseguisse conquistar a confiança das pequenas e finalmente colocá-las em segurança.

“O lugar onde foram deixadas era tão íngreme e desolado que eu não conseguia nem carregar armadilhas pela estrada da montanha”, escreveu Suzette. “Então, coloquei-os lá embaixo e joguei comida para cima, rezando para que descessem. E por algum milagre... um por um, elas desceram.”

Veja:

Quando finalmente conseguiu capturar as cachorrinhas, Suzette sentiu um alívio imenso. Depois de horas de paciência e delicadeza, ela pôde acolhê-las em seus braços, sabendo que, a partir dali, aquelas pequenas vidas estariam a caminho de um futuro mais seguro e amoroso.

“No momento em que aquelas portas se fecharam, caímos em prantos”, escreveu Suzette. “O isolamento, a desesperança, a luta pela sobrevivência — tudo isso havia ficado para trás. Pela primeira vez, elas estavam seguros.”

Suzette levou as cachorrinhas direto para uma consulta veterinária no Camino Pet Hospital e foi então que descobriu o possível motivo do abandono: as duas cadelas estavam grávidas.

“Depois de resgatá-las, descobri que ambas estavam grávidas”, escreveu Suzette. “Meu coração simplesmente afundou. Elas não só estavam tentando sobreviver sozinhas, como seus bebês ainda não nascidos também dependiam delas. Pensar nelas dando à luz ali no meio do nada, sozinhas e inseguras, é insuportável.”

Um recomeço cheio de amor e bafinhos cheirando a leite

As cachorrinhas foram batizadas de Chantilly e Cheyenne, e cada uma foi encaminhada para lares temporários, onde não precisariam mais se preocupar com frio, fome ou abandono.

Pela primeira vez em muito tempo, podiam descansar em segurança e receber o carinho que sempre mereceram.

Um mês após o resgate, já sem a insegurança das ruas, Chantilly deu à luz nove filhotes saudáveis. Em um ambiente protegido e cercada de carinho, ela finalmente pôde viver a maternidade em paz, oferecendo a seus bebês o começo de vida que jamais teria conseguido sozinha.

Uma semana depois, Cheyenne deu as boas-vindas aos seus cinco filhotes, trazendo ainda mais vida e esperança à história. Assim como Chantilly, ela pôde viver a maternidade em um ambiente seguro, cercada de cuidados e livre do medo que antes a acompanhava.

“No dia em que pensei que estava salvando apenas duas vidas... na verdade, salvei dezesseis”, escreveu Suzette. “Dezesseis corações pulsantes. Dezesseis histórias de sobrevivência. Dezesseis pequenos milagres.”

Agora essa turminha está em observação, recebendo todos os cuidados necessários. Quando estiverem fortes e prontos para dar os primeiros passos sem as mães, serão encaminhados para adoção.

“Enquanto os vejo se aconchegando, dando beijos carinhosos de filhotes e respirando pela primeira vez com segurança e amor, não consigo deixar de pensar: 'É disso que se trata o resgate. Do desespero à esperança. Do medo à família'”, escreveu Suzette no Facebook. “Cheyenne, sua pequena família é perfeita. E você, doce mamãe, é profundamente amada”.

Que tanto as mamães quanto os filhotes encontrem famílias que os acolham com amor e respeito. Cada um deles merece a chance de conhecer o verdadeiro significado de um lar, onde não exista espaço para abandono ou medo, mas sim para carinho, segurança e a promessa de uma vida feliz ao lado de quem os ame.

Abandono de animais no Brasil

O abandono de animais é um problema grave no Brasil. Milhares de cães e gatos acabam nas ruas todos os anos, vítimas de descaso, falta de responsabilidade e, muitas vezes, por situações como doença, velhice ou gravidez indesejada. Nas ruas, enfrentam fome, frio, maus-tratos e o risco constante de atropelamentos e doenças.

Abandonar um animal é crime no país. A Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98) já previa punições, mas com a Lei Sansão (Lei nº 14.064/20), sancionada em 2020, a pena ficou mais rígida: reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição de guarda para quem praticar maus-tratos contra cães e gatos.

Apesar da legislação, a fiscalização ainda é um desafio. Por isso, além de denunciar casos de abandono, é essencial incentivar a adoção responsável, a castração e a conscientização. Afinal, cada pet merece viver com dignidade, carinho e respeito.

Outro resgate

Quem vê a cachorrinha Cometa hoje, cheia de charme e com seu lacinho, não imagina o quanto essa vira-latinha de apenas 5 kg deu trabalho para ser resgatada. Encontrada em uma estrada de Viçosa, Minas Gerais, pela Sovipa, ela se mostrou uma fugitiva habilidosa, sempre escapando das tentativas de captura.

Durante três semanas, voluntários tentaram de tudo: armadilhas, disfarces, aproximações e até o uso de drone. Nada parecia funcionar. Magrinha e assustada, Cometa desaparecia sempre no último segundo. Até que, com muito cuidado, ela foi finalmente localizada em um esconderijo.

Confira:

O que mais comoveu foi descobrir que, apesar de traumatizada, usava um lacinho, sinal de que já tivera uma família antes de ser abandonada. Hoje, Cometa vive um novo capítulo: foi adotada por uma família amorosa e, aos poucos, aprende a confiar novamente. Antes arredia, agora é puro carinho, provando que amor transforma.

Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.

Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.

Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.

Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.