Cachorrinho caramelo chora todos os dias em frente a cemitério e cena comove moradores
Por Beatriz Menezes em Comportamento
Alfredo, um cão vira-lata de Palhoça, Santa Catarina, ganhou uma nova chance de vida após ter sua história de abandono viralizada nas redes sociais.
O animal havia perdido o tutor no dia 11 de julho e, desde então, permanecia em frente ao cemitério onde aconteceu o velório e sepultamento, chorando pela ausência de seu dono.
A cena foi registrada pelo perfil de TikTok @umacoveira, que costuma compartilhar momentos do cotidiano em um cemitério.
O vídeo emocionou milhares de internautas: foram mais de 800 mil visualizações, 109 mil curtidas e mais de 5,4 mil comentários.
Muitos se identificaram com a dor do cachorro.
“Meu maior medo é esse. Morrer e não ter ninguém pra cuidar dos meus”, desabafou uma seguidora.
Apesar da comoção, a autora do vídeo explicou que não poderia adotar Alfredo, pois mora em um imóvel alugado que não permite animais.
Ainda assim, ela se comprometeu a oferecer água e comida, até que o caso chamasse a atenção de voluntários da causa animal.
Foi então que entrou em cena o projeto Adote um Amor, que atua em Palhoça e região com o resgate de cães e gatos em situação de abandono.
Felipe, um dos protetores, esteve no local para buscar Alfredo e contou como funciona a iniciativa.
“Nosso trabalho é voluntário. A gente ajuda animais que estão nas ruas, sem tutor ou proteção. Eles ficam hospedados temporariamente até encontrarem um lar definitivo. Muitas vezes, padrinhos ajudam a custear ração e cuidados básicos”, explicou.
Segundo ele, parte do financiamento do projeto também vem de serviços particulares de hospedagem para pets cujos tutores precisam viajar.
“Mas, no caso de Alfredo, o acolhimento é totalmente solidário. Nosso objetivo é garantir que ele tenha segurança, alimentação e carinho até ser adotado”, completou.
O cão foi encaminhado a uma hospedagem parceira do grupo e agora aguarda por uma família disposta a oferecer um novo lar.
Nos primeiros dias após o resgate, Alfredo ficou assustado com o ambiente novo, mas logo demonstrou sinais de adaptação: comeu, descansou e, ao acordar, já se mostrava mais animado.
No entanto, no dia 22 de julho, a coveira informou que ele havia testado positivo para cinomose. A ONG iniciou imediatamente o tratamento.
“A cinomose não é uma sentença. O importante é que ele está recebendo tratamento, acolhimento e amor”, comentou uma internauta no vídeo, refletindo o apoio dos seguidores.
A trajetória de Alfredo ganhou um desfecho feliz em 1º de setembro, quando a coveira compartilhou uma foto anunciando que ele havia sido adotado pela própria responsável pela ONG.
Agora, o cãozinho que chorava à beira do cemitério tem novamente um lar e uma família para chamar de sua.
Quem quiser apoiar a causa pode acompanhar o trabalho do grupo por meio do projeto Adote um Amor, que segue resgatando animais em situação de vulnerabilidade e promovendo campanhas de adoção.
Cinomose tem cura?
A cinomose canina é uma doença viral altamente contagiosa que afeta cães, podendo comprometer o sistema respiratório, digestivo, nervoso e ocular.
Causada por um vírus transmitido principalmente através de secreções respiratórias e contato com fluidos corporais ou objetos contaminados, a enfermidade é considerada grave e pode ser fatal caso não tratada.
Apesar disso, não há risco de transmissão para seres humanos, mas outros animais, como furões, raposas e felinos silvestres, também podem ser afetados.
Os sintomas variam conforme a fase da doença. No estágio inicial, o cão pode apresentar febre, secreção nasal e ocular, tosse, perda de apetite e conjuntivite.
Nos casos mais avançados, a cinomose pode atingir o sistema nervoso, provocando convulsões, tremores musculares, paralisia e alterações de comportamento.
O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de recuperação, já que o vírus pode deixar sequelas permanentes ou levar o animal à morte.
Embora não exista uma cura específica, o tratamento da cinomose foca no alívio dos sintomas e no fortalecimento do sistema imunológico, com uso de antibióticos para infecções secundárias, hidratação, medicamentos de suporte e, em casos graves, anticonvulsivantes.
A prevenção continua sendo a forma mais eficaz de proteção, por meio da vacinação obrigatória em filhotes e reforços periódicos ao longo da vida.
Assista o vídeo:
Cães entendem quando o tutor morre?
Os cães não entendem a morte como os humanos, pois vivem o tempo presente e não compreendem a ausência como temporária ou definitiva da mesma forma.
Porém, eles sentem a ausência e sofrem um processo semelhante ao luto, com demonstrações claras de tristeza e busca pela pessoa que se foi.
Eles criam vínculos profundos com os humanos e apresentam mudanças comportamentais e emocionais significativas diante da ausência do dono, como ansiedade, tristeza, apatia e perda de apetite.
Além disso, a mudança na rotina do animal, com a falta de companheiro para brincadeiras, passeios e afeto, contribui para o sofrimento do cão após a morte do tutor.
Para a médica-veterinária Annie Tenório, que atua na plataforma online de assistência veterinária da Vet4All, plataforma de telessaúde, para evitar que os cães e gatos passem por um período de muita tristeza quando um tutor se vai, a recomendação é socializar o animal.
“Tem que criar o cachorro e gato para ser sociável com todo mundo desde pequeno; seja com outros animais ou com pessoas. Tendo um círculo social, a falta será superada mais rápido e o pet não ficará preso em casa”, aconselhou Annie ao Morada da Paz.
É importante para o bem-estar do cão que se mantenha a rotina e que o animal receba muito amor e compreensão para formar novos vínculos e superar a perda.