Gerente encontra caixa lacrada escondida atrás de lixeiras e percebe que havia alguém dentro

Por
em Proteção Animal

Certa manhã, a gerente do abrigo AMA Animal Rescue (AMAAR) no Brooklyn, em Nova York (EUA), tinha acabado de chegar para mais um dia de trabalho, quando algo lhe chamou a atenção.

Atrás de duas grandes latas de lixo, ela avistou uma caixa de papelão lacrada com fita adesiva.

À primeira vista, parecia apenas mais um volume esquecido. Mas quando se aproximou e leu as palavras escritas sobre o tampo, “gato dentro”, o coração acelerou.

“Era dia de coleta de lixo, e alguém tinha escondido a caixa atrás de si para que não ficasse visível”, contou Mariya Vlasova, cofundadora da AMAAR, ao The Dodo.

A cena, infelizmente, não era inédita. Quem trabalha em abrigos aprende a reconhecer o que significa uma caixa lacrada. Ainda assim, toda descoberta é um soco no estômago.

“Normalmente, quando uma caixa é deixada do lado de fora da nossa porta, significa que alguém deixou um animal lá dentro. Só esperávamos que o animal estivesse vivo e não gravemente ferido.”

A gerente correu para dentro, arrancando a fita com as mãos trêmulas. Lá estava ele, um gato preto idoso, sujo, com os pelos emaranhados e os olhos opacos. Respirava, mas mal. Ele estava cansado e frágil.

“Ele estava sujo, emaranhado e visivelmente angustiado”, lembrou Vlasova. “Sabíamos que algo estava muito errado, então o levamos imediatamente ao veterinário.”

No hospital, veio o diagnóstico: diabetes, cegueira quase total, ausência completa dos dentes e um olho gravemente ferido.

Mesmo assim, Echo, como foi batizado, reagia com doçura, como se agradecesse silenciosamente por ainda estar vivo.

Diabetes felina

Segundo o PetMD, a diabetes afeta um em cada 100 gatos, especialmente machos idosos e com excesso de peso.

Os sintomas incluem aumento da sede, perda de peso, letargia e alterações na pelagem.

Embora não tenha cura, o tratamento adequado permite que o gato viva com qualidade e conforto:

“Gatos com diabetes podem viver vidas longas e saudáveis se tratados de forma rápida e adequada”, diz o artigo.

No entanto, se o gato não receber tratamento, ele pode ficar gravemente doente e até perder a vida.

Recuperação

No abrigo, os cuidadores iniciaram um plano de tratamento intensivo. As horas se tornaram dias, e, pouco a pouco, Echo começou a responder.

O olhar antes distante passou a acompanhar vozes e movimentos. Seu corpo, que tremia de fraqueza, relaxou sob as mãos que o alimentavam.

“Após o tratamento e os cuidados de suporte, ele está se recuperando maravilhosamente bem e se adaptando perfeitamente”, contou Vlasova ao The Dodo.

“Ele precisará continuar tomando medicamentos para diabetes por toda a vida, mas, felizmente, são apenas medicamentos orais (sem injeções). Ele está respondendo muito bem e agora é considerado um tratamento de baixa manutenção.”

Um novo capítulo

Agora que está estável, Echo está pronto para um lar temporário. A equipe da AMAAR procura alguém que ofereça o que ele mais precisa: calma, paciência e amor.

“Como ele é um gato idoso, sem dentes, com visão limitada e diabetes, ele realmente precisa de um ambiente calmo e amoroso”, explicou Vlasova.

Echo ainda espera por esse novo lar, um espaço tranquilo onde possa envelhecer em paz. No abrigo, ele é descrito como “incrivelmente calmo, gentil e doce”.

“Ele realmente não tem um pingo de maldade”, disse Vlasova. “Ele é uma alma amorosa que só quer paz e carinho.”

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.