Jogado e deixado 3 dias dentro de bueiro, cãozinho é adotado pelo 'pai perfeito' e hoje vive o auge aos 20 anos
Por Larissa Soares em Aqueça o coraçãoQuando Spike foi encontrado, ninguém imaginava que aquele vira-lata magrinho, com olhar cansado e o corpo coberto de lama, ainda teria duas décadas inteiras pela frente.
Jogado em um bueiro e deixado ali por três dias, ele sobreviveu e, de quebra, acabou conquistando o coração de quem mudaria completamente seu destino.
“Eu fui numa feira de adoção e tinham uns 50 cachorros lá”, contou o tutor, em entrevista ao adestrador Herbert Reis, conhecido na internet como o Mago dos Cães. “Mas o Spike estava dentro da jaula e colocou a patinha pra fora. Aí comecei a olhar pra ele, interagir, e falei: é ele. Ele me escolheu.”
Foi amor à primeira vista.
Spike tinha pouco mais de um ano quando saiu daquele abrigo, e de lá pra cá foram vinte voltas completas ao sol. Hoje, com 20 anos de idade, o velhinho de pelo grisalho vive o auge de uma vida que só poderia ser descrita como plena.
“A única receita é amor, é dedicação mesmo. A alimentação dele é totalmente natural, não come ração, nada industrializado. E o cuidado, o carinho, o passear… isso é o que é importante pra ele”, diz o tutor.
E o que mais impressiona é que, segundo ele, Spike não apenas viveu, mas sim, curtiu a vida. “Nadou, correu, brincou com outros cachorros, adorava cachoeira, adorava o mato. Foi um cachorro que viveu de verdade.”
Veja o vídeo:
Histórias assim sempre despertam a mesma pergunta: como alguns cães chegam aos 20 anos com tanta vitalidade?
A ciência tem algumas respostas e, de certo modo, elas reforçam o que o tutor de Spike já pratica há duas décadas.
O segredo para envelhecer bem
De acordo com o Dog Aging Project, uma pesquisa americana acompanhada pela National Geographic, existem alguns hábitos que realmente podem prolongar a vida dos cães. E o primeiro deles é o mais simples: exercício constante.
1. Exercício
A veterinária Kate Creevy, da Universidade do Texas A&M, afirma que cães ativos têm melhor saúde cognitiva e física, além de apresentarem menos doenças ao longo da vida.
Caminhadas diárias, corridas leves, trilhas, natação, qualquer movimento conta, desde que seja constante.
2. Amigos e 'aumigos'
Mas viver bem não é apenas sobre correr. É também sobre conviver.
Pesquisadores do Dog Aging Project descobriram que cães com mais amigos, humanos e animais, têm menos doenças e vivem mais. Isso porque o convívio social estimula o cérebro e previne o declínio cognitivo.
3. Alimentação
Outro fator crucial é a alimentação. O tutor do Spike optou por uma dieta natural, com comida fresca e sem industrializados.
Embora essa prática exija acompanhamento veterinário, ela se alinha a uma das principais orientações dos especialistas: fugir do excesso e da má nutrição.
A National Geographic alerta que dietas caseiras mal planejadas ou alimentos crus podem causar deficiências ou contaminações. Por isso, o ideal é sempre buscar o equilíbrio, seja com ração de boa qualidade, seja com alimentação natural supervisionada por um profissional.
E se há algo que todos os veterinários concordam é que a obesidade é uma das maiores inimigas da longevidade canina.
Cães acima do peso podem viver até 2,5 anos a menos, além de apresentarem problemas articulares, respiratórios e renais. Spike, por outro lado, sempre manteve o corpo ativo e a rotina equilibrada.
4. Exames em dia
Outro ponto importante é o cuidado veterinário regular. Exames de rotina anuais (ou semestrais, no caso dos idosos) ajudam a detectar doenças cedo, aumentando as chances de tratamento e qualidade de vida.
A NatGeo cita um estudo de 2023 que mostrou que cães avaliados regularmente têm 30% menos probabilidade de desenvolver doenças crônicas. Além disso, vacinas e antiparasitários reduzem o risco de infecções em até 40%.
5. Cuide dos dentinhos
A higiene bucal também faz diferença. Escovar os dentes de um cão pode parecer um detalhe, mas evita inflamações que afetam o coração, o fígado e até o cérebro.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.