Jovem encontra 'gatinho' em sua varanda, mas felino não era quem ela pensava ser

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em Mundo Animal

No início do mês, uma jovem identificada como Affectionate_Lime880 no Reddit foi surpreendida por um visitante fofo.

De manhã cedo, ela abriu a porta da varanda para deixar o sol entrar e lá estava ele. No canto, deitado tranquilamente, um filhote de gato. Pelo menos era o que parecia.

“Ele me deixou sentar ao seu lado e acariciá-lo. Em dado momento, me mostrou a barriga e começou a ronronar”, contou a jovem em uma publicação que rapidamente viralizou.

Mas havia algo diferente naquele “gatinho”: as orelhas pontudas demais, as patinhas grandes e o olhar selvagem denunciavam.

Não era um gato doméstico, e sim um filhote de lince-pardo, um animal silvestre nativo da América do Norte.

Mas o que mais surpreendeu foi o comportamento do pequeno felino. Ele não demonstrava medo nem agressividade. Pelo contrário, parecia confortável com a presença humana.

“Achávamos que a mãe o tinha deixado enquanto caçava, mas o pequeno estava muito acostumado com humanos, pela forma como interagiu conosco”, explicou.

Ainda assim, a jovem sabia que o lugar de animais selvagens é na natureza. Então, ela e a mãe tomaram a decisão certa: entraram em contato com um serviço de resgate de vida selvagem da região.

“Eles disseram que esse é um comportamento muito incomum para a idade e o tamanho do animal”, relatou em uma atualização do post. “Pediram que deixássemos tudo confortável até o dia seguinte, quando poderiam vir buscá-lo.”

Antes de ir para a escola, ela ainda fez um último carinho. “O pequeno parecia confortável e pronto para uma soneca da última vez que o vi”, escreveu.

Mais tarde, ao voltar, o lince ainda estava lá e correu em sua direção, miando. “Ela cochilou no meu colo. Estou observando seus movimentos e não deixo suas garras ou dentes se fecharem.”

Nos comentários, internautas se derreteram.

“Parabéns por fazer a coisa certa, mas estou com muita inveja de você. Poderes das princesas da Disney”, brincou um. “O melhor que tive ultimamente foi um sapo relaxando no meu pátio comigo.”
“Diga a ele que eu disse pspspspsps”, brincou outro.

Quando perguntaram por que ela não quis adotá-lo, a resposta veio simples e sensata:

“Não tenho recursos nem licença para cuidar dele. Além disso, ele pertence à natureza.”

Caso parecido

Meses atrás, um casal de Kansas, nos Estados Unidos, viveu uma cena parecida. Durante uma tempestade, Lilly Novak e sua namorada, Morgan, encontraram um filhote de “gato” tentando se abrigar da chuva na janela de casa.

Com o coração apertado, elas acolheram o animal e o mantiveram aquecido. Só depois perceberam que o “gatinho” era, na verdade, um lince-pardo.

“Passamos de ‘estamos salvando um gatinho’ para ‘este é um lince, o que devemos fazer?’”, contou Lilly.

O casal acionou o Departamento de Polícia de Lenexa, que enviou agentes de controle animal ao local. O filhote foi examinado e levado para um abrigo temporário.

Na manhã seguinte, os agentes o devolveram à área onde fora encontrado, na esperança de que a mãe ainda estivesse por perto. E estava.

As câmeras da casa registraram o reencontro: bastou o filhote miar para a mãe aparecer entre as árvores, correndo para buscá-lo.

“Foi incrível de ver, ainda mais no nosso quintal”, disse Lilly. “Quando você reconhece as árvores, o ambiente, e vê essas criaturas incríveis… foi muito, muito especial.”

O episódio virou uma lição para os filhos de Lilly: respeitar os animais selvagens é também uma forma de protegê-los.

O que fazer ao encontrar um animal silvestre

Encontrar um filhote fofinho desperta o instinto protetor em qualquer amante dos animais.

Mas, segundo a Associação Serra do Itapetinga Movimento pela Biodiversidade e Organização dos Setores Ecológicos (SIMBiOSE), a primeira regra é não interagir ou capturar o animal.

A entidade orienta:

  • Mantenha distância. Animais silvestres só atacam se se sentirem ameaçados. Evite contato físico e não tente levá-los para outro local.
  • Afaste cães e gatos. O contato entre animais domésticos e silvestres pode causar ferimentos ou transmitir doenças.
  • Avalie se há necessidade de resgate. Se o animal estiver machucado, em perigo ou se for um filhote separado dos pais, acione os órgãos responsáveis, como a Polícia Ambiental, o Corpo de Bombeiros ou a Defesa Civil.
  • Não alimente o animal. Apesar da boa intenção, isso pode alterar seu comportamento natural, aumentar a dependência humana e causar desequilíbrios nutricionais.

A SIMBiOSE também alerta que muitos animais silvestres se adaptaram a áreas urbanas e nem sempre precisam ser resgatados. Na dúvida, a melhor ajuda é deixar que especialistas façam a avaliação.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.