'Eles nunca esquecem': Cachorrinho reencontra tutora após dois meses de recuperação e festa do reencontro emociona

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em Aqueça o coração

Será que a ausência prolongada é capaz de apagar as lembranças que um cão tem de seu tutor ou o tempo apenas fortalece a saudade?

Essa pergunta que angustia muitos donos de animais foi respondida na prática e com muita emoção nesta semana através de um vídeo que circula nas redes sociais.

As imagens não deixam margem para dúvidas sobre a capacidade cognitiva e afetiva dos animais. Déia Bonafé Lucato precisou ficar longe de casa por dois meses para morar em outro estado. A mudança temporária foi necessária para que ela se recuperasse de um acidente.

O retorno ao lar marcou o fim de um período difícil de tratamento e a retomada da convivência com seu companheiro de quatro patas. A gravação mostra a força da memória associativa canina em ação. Déia aparece caminhando na rua enquanto aguarda.

Em poucos instantes um rapaz surge trazendo a cachorrinha na coleira. A reação é imediata assim que o animal identifica a silhueta familiar. O shih-tzu corre em direção à tutora puxando a guia com força e demonstrando total reconhecimento.

Ao perceber a aproximação, Déia se abaixa para acolher o animal. Ela pega o cachorrinho no colo e a abraça forte. As lágrimas de felicidade da tutora se misturam às lambidas incessantes que recebe no rosto. A cena ilustra perfeitamente o alívio mútuo de um reencontro aguardado.

“Depois de dois meses morando em outro estado para se recuperar de um acidente. Ela voltou”, escreveu Déia.

Déia publicou o vídeo em seu perfil do Tik Tok no dia 19 de outubro e a postagem rapidamente já ultrapassou 583 mil visualizações e acumula mais de 67 mil curtidas.

“Deus nos presenteou com o amor mais sincero que existe, aqui na terra, através desses bichinhos. Não existe igual!”.
“Ai, o amor deles é tão genuíno, em troca de nadaaaa”.
“Incrível como eles nunca esquecem. Me mudei de cidade pra estudar e fico 4, 5 meses sem ver o meu, mas reencontro é sempre uma festa”.

Foram alguns dos comentários.

Assista o vídeo:

A explicação científica

Segundo o portal Curta Mais, por trás da emoção do vídeo existe uma explicação neurológica fascinante. Especialistas em comportamento animal explicam que os cães processam as informações de maneira distinta dos humanos, o que gera dúvidas sobre a duração de suas memórias.

O cérebro humano possui cerca de 86 bilhões de neurônios que são fundamentais para criar memórias detalhadas. O cérebro canino conta com aproximadamente 530 milhões dessas células.

Essa diferença numérica, no entanto, não significa incapacidade. Pesquisas do MTA-ELTE Comparative Ethology Research Group na Hungria mostram que os cães possuem um cérebro desenvolvido e apto a armazenar memórias de curto e longo prazo.

Isso valida cientificamente o comportamento da cachorrinha de Déia e explica por que eles lembram de pessoas queridas e também de traumas passados.

A ciência aponta que cães vítimas de maus-tratos podem reagir com medo ou agressividade a objetos que remetem a essas lembranças ruins.

Eles podem apresentar sinais físicos como tremores e rabo entre as pernas ao entrarem em contato com gatilhos de memória negativa. Felizmente o mesmo mecanismo serve para fixar memórias de amor e segurança.

Os sentidos como chave da lembrança

A memória dos cães é fortemente baseada em associações sensoriais. O olfato é um dos sentidos mais potentes desses animais e atua como um gatilho poderoso para o reconhecimento.

Quando o shih-tzu correu para Déia ele estava guiado não apenas pela visão mas principalmente pelo cheiro familiar que seu cérebro associou à proteção e afeto.

A audição também desempenha um papel fundamental nesse processo. Ouvir a voz de alguém com quem conviveram por anos permite que os cães identifiquem a pessoa e acessem as memórias de sua presença quase instantaneamente.

Embora não tenham a memória consciente como a nossa que recorda fatos cronológicos, a memória associativa baseada em cheiros, sons e rotinas permite que eles reconheçam seus donos meses ou até anos depois.

Vínculos permanentes

A pergunta inicial sobre se o cão esquece o dono tem uma resposta tranquilizadora baseada na ciência e na observação. Se a relação construída entre o animal e o tutor foi positiva e duradoura é muito provável que o cão jamais esqueça seu antigo dono.

Especialistas indicam que um convívio de pelo menos seis meses é suficiente para criar laços perenes. O cheiro característico, o tom de voz e os gestos da pessoa ficam gravados na mente do animal.

Mesmo após dois meses de foco em sua recuperação médica e distante fisicamente, ela permaneceu viva na memória de sua cachorrinha.

O reencontro festivo na rua é a confirmação de que para os cães o amor é uma memória que o tempo não apaga. O Amo Meu Pet entrou em contato com Déia para obter mais informações sobre esse vínculo, mas não obteve retorno até o fechamento desta notícia. O espaço segue aberto.

Beatriz é jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo, com especialização em Escrita Criativa e Editoração pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. Apaixonada por narrativas envolventes e pelo universo pet, ela também possui certificação em Storytelling para Marketing Digital pela Santander Open Academy, o que complementa sua habilidade de transformar histórias reais em conteúdos informativos e inspiradores. Dedica-se à produção de reportagens que valorizam a convivência ética e afetiva entre humanos e animais de estimação, promovendo empatia, informação de qualidade e o respeito aos animais.