"Isso não é justo, foi a pior adoção de todas": Protetor se entristece ao reencontrar cachorrinha dias depois da adoção

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em Proteção Animal

Uma adoção que parecia ter tudo para dar certo terminou de forma dolorosa e revoltante.

A ONG Rescatando Angeles Medellín precisou agir rapidamente para resgatar Ana, uma cachorrinha que havia sido adotada havia poucos dias, mas foi encontrada em condições completamente insalubres, sozinha, amarrada e cercada por sujeira.

O caso veio a público no dia 13 de dezembro, quando a ONG compartilhou um vídeo mostrando a situação em que a cadelinha foi encontrada.

As imagens são difíceis de assistir: Ana estava presa por correntes, sem acesso adequado a comida e água limpa, em um espaço tomado por fezes, restos de sujeira e abandono.

Segundo os relatos, os adotantes haviam viajado para Medellín e simplesmente deixaram a cachorrinha para trás, sozinha, por cerca de quatro dias.

“Olá, neste momento quero registrar as condições em que tinham a nossa cachorrinha que supostamente adotaram. Olhem que porcaria”, diz um dos integrantes da ONG. “Deixaram sem comida, um monte enorme de sujeira, água, imundície e a deixaram amarrada. Nessas condições não se deixa uma cachorrinha.”

Durante o resgate, era possível ver a revolta. A esposa de um dos responsáveis pela ONG aparece visivelmente abalada ao relatar o que sentiu ao ver Ana naquela situação.

“Sem palavras, senti muita raiva, de verdade, pelas condições em que a tinham: amarrada, com água suja, sem água, naquele chiqueiro de cocô. Quer dizer, eu nunca as tive assim”, desabafou.

A ONG explicou que todo o processo de adoção havia sido seguido à risca. Houve visita domiciliar, conversa com os adotantes e, aparentemente, nada indicava que a família não seria apta a receber o animal.

Ainda assim, poucos dias depois, veio a surpresa amarga.

“Caras a gente vê, corações não sabe”, escreveu a ONG na legenda da publicação.

Segundo o relato, Ana ficou quatro dias sozinha em uma varanda. Recém-adotada, ela ainda estava em período de adaptação, acostumada à companhia constante de pessoas e outros cães.

Vizinhos relataram que a cachorrinha chorava com frequência, não de forma escandalosa, mas com um choro triste, típico de medo e solidão.

Foi a própria comunidade que procurou a ONG para alertar sobre o que estava acontecendo.

O resgate, segundo os voluntários, foi feito às pressas e em meio à tensão. Ana estava acorrentada.

“O resgate dela foi praticamente um roubo”, afirmou a ONG, explicando que não havia mais tempo para negociações diante do risco à integridade do animal.

Veja o vídeo do resgate:

No dia seguinte, 14 de dezembro, a ONG comemorou o retorno de Ana, mas sem esconder a indignação.

“Estamos felizes por ter nossa ANA peluda novamente, aquela que entregamos para adoção, mas a pior adoção de todos os tempos”, escreveram.

Apesar das dificuldades, o grupo reforçou que não pretende desistir do trabalho, mesmo enfrentando ameaças, deslocamentos forçados e dificuldades financeiras.

Hoje, eles cuidam de mais de 60 animais e seguem tentando arrecadar fundos para ter um espaço próprio e seguro.

Maus-tratos aos animais é crime

Casos como o de Ana não são apenas revoltantes, como também configuram crime de maus-tratos.

De forma geral, maus-tratos incluem abandonar o animal, mantê-lo preso de forma inadequada, sem acesso à água potável, alimentação, abrigo, higiene ou cuidados veterinários, além de expô-lo a sofrimento físico ou psicológico.

Na Colômbia, a Lei 1774 reconhece os animais como seres sencientes e estabelece punições para quem comete atos de crueldade.

As penas podem incluir multas e até prisão, dependendo da gravidade do caso. Situações de abandono e negligência, como a vivida por Ana, se enquadram nesse tipo de crime.

Como denunciar maus-tratos

Denunciar é fundamental para interromper o sofrimento e evitar que outros animais passem pelo mesmo.

No Brasil, denúncias podem ser feitas à polícia, às autoridades ambientais, aos órgãos municipais ligados à vigilância sanitária, zoonoses ou meio ambiente, além de delegacias especializadas.

Sempre que possível, é importante reunir provas, como fotos, vídeos, endereço do local e relatos de testemunhas.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.