“Ganhou o troféu mais valioso”: Em meio à prova, corredora resgata gatinho abandonado e corre 8 km com ele no colo
Por Larissa Soares em Gatos
A sétima e última meia maratona que Patricia Aoki Rocco completava no ano não poderia ter acabado de forma mais especial.
Era mais uma prova de 21 quilômetros em um ano intenso e feliz. Mas o que aconteceu no quilômetro 14 transformou aquela corrida em algo impossível de esquecer.
No meio da avenida, em plena prova, Patricia avistou uma figura pequena, frágil e em perigo. Um gatinho, assustado, caminhava em direção à pista de carros, correndo sério risco de ser atropelado.
Amante de gatos assumida, Patricia não é exatamente novata quando o assunto é resgate.
Em casa, ela já tem uma “coleção” de felinos: são oito gatos, todos resgatados. Ainda assim, ao ver aquele filhote sozinho no meio da via, não houve hesitação.
Ela parou, pegou o gatinho no colo e voltou a correr.
“Achei no meio da pista. Ia ser atropelado”, contou no vídeo em que aparece correndo com o filhote nos braços, tentando equilibrar o ritmo da prova com o cuidado de não assustar ainda mais o novo companheiro.
Do quilômetro 14 até o pórtico final, foram mais 8 quilômetros percorridos juntos.
O vídeo viralizou e já são mais de 750 mil visualizações e 130 mil curtidas no Instagram, além de uma enxurrada de comentários divertidos e emocionados.
“Ele chacoalhando no colo e pensando: adotado, mas a que custo?”, brincou uma pessoa.
“O sistema de distribuição de gatos tá se aperfeiçoando a cada dia ahhahaha”, escreveu outra.
“Rapaz, se eu for correr essa meia maratona e não ganhar um desse eu vou ficar aborrecida, viu”, brincou uma terceira.
“Ela saiu pra correr uma maratona e acabou ganhando um companheiro de vida! Nem precisava terminar a corrida. Tirou o grande prêmio!”, resumiu mais alguém.
Quarentena, cuidados e responsabilidade
Em uma atualização, Patricia mostrou que o gatinho estava bem e seguro. Apesar da empolgação com o resgate, ela deixou claro que a responsabilidade vem antes de qualquer emoção.
O filhote está passando por um período de quarentena, separado dos outros gatos da casa, já que ele ainda não foi vacinado, não foi vermifugado e não passou pelos testes de FIV e FeLV.
Quando estiver saudável, protegido e liberado pelo veterinário, aí sim ele poderá conviver com os novos irmãos felinos.
Quais exames fazer antes de integrar um novo pet à casa?
De acordo com a veterinária Dra. Ruth MacPete, em um artigo no Pet Health Network, alguns cuidados são indispensáveis sempre que um novo animal chega à família, especialmente quando já existem outros pets em casa.
- Consulta veterinária
O primeiro passo é sempre uma consulta veterinária completa. O exame físico permite identificar problemas de saúde, orientar sobre vacinas, antiparasitários, microchipagem e castração.
- FIV e FeLV
No caso de gatos, os testes de FIV (vírus da imunodeficiência felina) e FeLV (vírus da leucemia felina) são considerados essenciais.
Ambos afetam o sistema imunológico e podem ser transmitidos para outros gatos, seja por mordidas, arranhões ou até pelo compartilhamento de água, comida e caixa de areia.
Embora não tenham cura, o diagnóstico precoce ajuda no manejo e na qualidade de vida do animal.
- Dirofilariose
Outro exame importante é o teste para dirofilariose, ou "verme do coração", uma doença causada por vermes transmitidos por mosquitos.
Embora mais comum em cães, ela também pode afetar gatos e pode ser fatal.
- Exames gerais
O exame de fezes também faz parte do protocolo básico. Parasitas internos, como lombrigas, ancilostomídeos e protozoários, podem ser transmitidos para outros animais (e até para humanos), mas felizmente têm tratamento eficaz.
Por fim, exames de sangue de triagem são especialmente indicados para animais idosos ou que passarão por cirurgia.
Mesmo em pets aparentemente saudáveis, eles ajudam a identificar precocemente doenças como diabetes, problemas renais ou alterações hormonais.
Esses cuidados garantem não só a saúde do novo integrante da família, mas também a segurança de todos os outros animais da casa.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.
