Triste acontecimento acaba unindo homem e cachorrinho de rua, e o pequeno Bidu transforma a vida da família
Ele nunca mais voltou para as ruas após o incidente.
Por Beatriz Menezes em Comportamento
Um acidente de trânsito em uma noite comum marcou o início de uma nova etapa na vida de um cachorro de rua e de uma família. O episódio ocorreu quando o motorista atingiu o animal acidentalmente e decidiu prestar socorro imediato.
A partir desse momento o que seria apenas um registro de trânsito se transformou em uma jornada de cuidado médico e integração doméstica.
Logo após o impacto a família encaminhou o animal para um pronto socorro veterinário. Os exames clínicos iniciais revelaram um quadro de saúde crítico.
Segundo perfil @aldeiabuffet o diagnóstico apontou um edema cerebral e fraturas graves localizadas no úmero e na região do ombro. A gravidade das lesões exigiu uma intervenção cirúrgica de alta complexidade.
Os médicos veterinários realizaram o procedimento para a instalação de uma placa de titânio e parafusos com o objetivo de estabilizar a estrutura óssea do animal.
Bidu permaneceu internado por dez dias sob monitoramento constante da equipe médica e dos novos tutores.
Durante o período hospitalar o cão recebeu o nome que carrega hoje. A escolha partiu do próprio veterinário que cuidou do caso e a família aprovou o nome por considerar que combinava com a personalidade do animal.
“O esperado era que ele voltasse a andar normalmente. Mas infelizmente, ele não consegue apoiar a patinha no chão. Ainda assim nos impressiona pela força e adaptação. Corre, sobe e desce escadas e vive feliz, com o rabinho sempre balançando. Um presente de Jesus em nossas vidas.”
Essa limitação física no entanto não impediu que o animal desenvolvesse mecanismos de adaptação para as atividades cotidianas.
O processo de reabilitação em casa foi registrado em vídeo e compartilhado com o público. As imagens mostram Bidu utilizando o colar elisabetano para proteger os pontos cirúrgicos enquanto descansava em camas adaptadas com mantas.
A rotina incluía sessões de fisioterapia, descanso no sol e auxílio constante para que ele recuperasse o equilíbrio. Com o passar das semanas o animal começou a apresentar sinais de melhora na disposição.
Ele passou a circular pelo quintal com roupinhas de proteção e a interagir com os moradores e outros animais da casa demonstrando confiança no ambiente.
Atualmente Bidu está totalmente integrado à rotina da residência. Ele convive com outros animais de estimação da família como um cão da raça Shih-tzu com quem divide o espaço do quintal e os momentos de lazer.
O vídeo publicado mostra que a ausência de apoio na pata ferida não limita sua mobilidade. O cão corre pelo pátio de cerâmica sobe e desce escadas e mantém o rabo em movimento constante sinalizando bem estar.
“Ele chegou de um jeito inusitado, mas hoje faz parte da nossa família! Te amamos Bidu!”, diz a legenda.
Por enquanto essa é a única publicação sobre o cão mas o vídeo foi um sucesso com 299 mil visualizações, 31 mil curtidas e 1.241 comentários.
"Haaaaa responsabilidade e decência que falta em muitos… parabéns, que ele melhore cada dia mais".
"A minha foi atropelada e abandonada, acabou perdendo a patinha da frente. Adotei ela ano passado e agora ela é muito amada".
"O quanto me emociona ver o cuidado e o amor que você está dedicando a esse cachorrinho. No meio de um susto tão grande, sua primeira reação foi o acolhimento e a bondade pura. O mundo precisa de mais corações como o seu, capazes de transformar um momento difícil em um ato de proteção tão lindo. Você é um anjo na vida dele!".
Foram alguns dos comentários parabenizando os proprietários.
Assista abaixo:
A omissão de socorro pode agravar lesões que seriam tratáveis com intervenção rápida. No caso de Bidu o encaminhamento imediato ao hospital foi determinante para a sobrevivência apesar das sequelas permanentes.
A placa de titânio e os parafusos agora fazem parte da anatomia do cão que ignora as limitações para brincar e pular nos donos em busca de atenção.
A adaptação motora de cães que sofrem traumas graves é um processo que envolve memória muscular e confiança no cuidador. Bidu demonstra que a segurança do ambiente doméstico contribuiu para sua rápida evolução.
De acordo com o National Geographic Brasil quadrúpedes, o termo científico para animais de quatro patas, são bem mais resilientes que os seres humanos em relação à perda de um membro.
Em alguns casos, a falta de uma perna não é nada mais que um leve incômodo.
Em um estudo sobre os efeitos em longo prazo da amputação em cães conduzido por cientistas da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade da Geórgia, 91% dos proprietários afirmaram que seus cães não demonstraram alterações emocionais após a amputação.
O estudo, publicado no periódico Journal of the American Veterinary Medical Association em 2015, relatou ainda que 78% dos proprietários afirmaram que a recuperação e adaptação de seus cães superou as expectativas.
Apesar disso, é comum que donos de animais de estimação considerem a eutanásia mais humana que a amputação. Os donos normalmente ficam preocupados de que transformar seus amigos de quatro pernas em trípedes condenaria o animal a uma vida de mobilidade limitada e depressão.











