Após 40 minutos de paciência, filhote com medo descobre que humanos também podem ser bons

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em Proteção Animal

Quando Brenda Bianch viu o cachorrinho Rufus pela primeira vez, ele estava todo encolhido, com muito medo.

Mas, por mais que o corpinho tremesse, algo mostrava que ele aquele filhotinho queria ajuda e carinho. Ele só não sabia se podia confiar.

Foi assim que Rufus foi encontrado na rua. Provavelmente por conta de experiências ruins com humanos, ele recuava sempre que alguém se aproximava. Ainda assim, não fugia.

Diante da cena, Brenda decidiu que não iria desistir dele.

“Eu não vou judiar de você, meu amor”, disse ela, com a voz doce, tentando mostrar que aquelas mãos não representavam perigo.

Foram cerca de 40 minutos de paciência, cuidado e insistência, sem pressa ou movimentos bruscos.

Rufus observava, até que, devagarinho, deu alguns passos à frente, cheirou a mão estendida, abanou o rabinho e, só então, aceitou a comida.

Depois de comer, algo mudou e Rufus começou a mostrar quem ele realmente era.

“Vamos embora? Vamos para uma casa?”, disse Brenda.

O filhotinho começou a correr feliz, como se tivesse entendido cada palavra.

A cena foi compartilhada no Instagram de Brenda e emocionou milhares de pessoas.

“Se antes você conhecia as mãos como um instrumento pra te causar dor, saiba que agora elas só vão até você pra te alimentar, te dar carinho, amor e proteção”, escreveu a tutora.

Na sequência, Rufus já aparece no novo lar, relaxando no sofá, recebendo carinho, brincando com seus novos irmãos caninos e explorando a casa.

“Você NUNCA mais vai sofrer, a partir de agora sua vida vai transbordar amor (junto com seus 6 irmãos). Bem-vindo à família, Rufus. Nós já amamos muito você!”

A publicação ultrapassou 2,2 milhões de visualizações e recebeu uma enxurrada de comentários emocionados.

“Meu coração parte quando vejo que, mesmo depois de terem sido maltratados por um ser humano (ou vários), eles ainda confiam na gente, mesmo que com medo. Que bom que essa riqueza encontrou você”, escreveu uma pessoa.
“Coisa mais linda a mudança de expressão e comportamento”, comentou outra.
“Como que pode eu chorar com um cachorro e uma moça que nunca vi na vida? Obrigada, moça”, disse mais alguém.

Quanto tempo leva para um cão resgatado se sentir em casa?

Segundo a Longmont Humane Society, uma das orientações mais usadas nesse processo é a chamada regra 3-3-3, que ajuda a entender as fases de adaptação de um cão resgatado ao novo lar.

A regra funciona como um guia de expectativas, tanto para o cachorro quanto para o tutor, e é dividida em três etapas.

3 primeiros dias

Nos primeiros três dias, o cão ainda está tentando entender onde está. É comum que ele fique assustado, quieto, inseguro ou até retraído.

Nesse período, o ideal é oferecer um ambiente calmo, previsível e seguro, sem excesso de estímulos, visitas ou cobranças. A rotina deve começar desde o início, mas sem forçar interações.

3 primeiras semanas

Nas três semanas seguintes, o cachorro começa a se soltar mais. É quando ele passa a testar limites, entender regras e criar vínculos.

O treinamento básico, os passeios e as brincadeiras ajudam muito nessa fase. Cada avanço representa confiança sendo construída.

3 primeiros meses

Já nos três primeiros meses, o cão começa a se sentir verdadeiramente parte da família. A socialização se intensifica, a personalidade aparece com mais clareza e o vínculo com o tutor se fortalece. Ainda podem surgir desafios, mas agora o cachorro já entende que aquele é o seu lar.

Outra vez que um cão assustado descobriu o amor

Holly, uma cadelinha resgatada de um abrigo no Texas, Estados Unidos, vivia um conflito parecido: morria de medo do contato humano, mas era claramente carente de amor.

Assustada, se encolhia sempre que alguém se aproximava, mas não conseguia esconder a vontade de receber carinho.

Esse contraste tocou o coração de Brianna Magana, voluntária do abrigo BARC Animal Shelter and Adoptions, que decidiu acolher Holly temporariamente.

Foram cerca de dois dias até que Holly começasse a entender que aquelas mãos não machucariam.

A partir daí, a cadelinha passou de retraída a brincalhona, ganhou confiança e começou a interagir com os outros cães da casa.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.