“Cuidado, tem um gato debaixo do seu carro”: Há 1 ano, mensagem deixada no para-brisa anunciava um presente precioso para a família
Por Beatriz Menezes em GatosA celebração de Natal da família Burin e Silva ganhou um novo significado após o reencontro com uma lembrança inusitada. Um bilhete deixado no para-brisa de um carro há exatos doze meses mudou o destino de um filhote de gato siamês que buscava abrigo contra o frio no motor de um veículo.
O animal, que recebeu o nome de Noel, tornou-se o protagonista de um relato que viralizou na rede social Threads esta semana, acumulando interações de internautas que se comoveram com o desfecho da história e com o mistério sobre a identidade do autor do aviso original.
O aviso que salvou uma vida
Tudo começou quando um morador, cuja identidade permanece desconhecida, percebeu a presença do felino escondido na mecânica do automóvel.
Sem conseguir retirar o animal por conta própria e ciente do risco que o motor ligado representaria para o bicho, o cidadão optou por uma solução simples e eficaz: redigiu um bilhete e o fixou no vidro para alertar o proprietário antes da partida.
A família relata que a surpresa ao ler o papel deu lugar a uma operação de resgate cuidadosa. O gatinho, um siamês de porte pequeno e visivelmente assustado, foi retirado em segurança.
A conexão foi imediata e o que era para ser apenas um incidente urbano virou uma adoção responsável. Na publicação comemorativa de um ano do evento, os tutores descreveram o episódio como um verdadeiro milagre de Natal, destacando que a chegada do pet, carinhosamente chamado de "fujão" e "magrelo", trouxe mais felicidade ao lar.
Mesmo após um ano, a família afirma que não sabe quem foi a pessoa que salvou a vida de Noel.
A equipe do Amo Meu Pet tentou contato com a família pelo Instagram para obter mais detalhes deste fato curioso. Até o fechamento desta matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para atualização sobre a adoção do Noel.
A internauta Talita também comentou na publicação da família e contou que já ganhou um presente de Natal parecido:
“Eu tb ganhei esse gatinho de presente de Natal. Encontrei [ele] no meio da rua sozinho, doente, e não ia amanhecer vivo. Não quis deixar morrer na rua, mas ele se recuperou e hoje é um gato de 7 anos”, escreveu.
“Certeza que foi ele quem escreveu esse bilhete e deixou no seu carro, tudo arquitetado para ser adotado”, brincou uma segunda.
“Garotinho que escreveu a carta, eu desejo que todas as suas noites sejam com muita paz. O seu gesto deixou vários corações felizes. E mesmo que não saibamos quem você é, Papai do céu, sabe. Que Deus sempre te abençoe, abençoe a sua família e que no seu caminho, muitos bichinhos também tenham a mesma sorte de te encontrar. E para a família que o adotou, nossa... Vocês são incríveis! Parabéns por não ignorar esse pedido tão cuidadoso e lindo! Feliz Natal”, ressaltou Daniele.
Por que gatos buscam o motor dos carros e como evitar tragédias:
A queda nas temperaturas e a busca por proteção transformam os compartimentos de motores de automóveis em esconderijos atrativos para felinos, especialmente animais de rua.
O calor residual das peças mecânicas e o isolamento contra vento ou chuva criam um ambiente que, embora pareça acolhedor para o animal, esconde perigos fatais assim que o veículo é acionado.
Entender esse comportamento instintivo é o primeiro passo para motoristas adotarem rotinas simples que salvam vidas e evitam danos mecânicos severos.
O instinto por trás do esconderijo
Gatos possuem uma necessidade biológica de manter a temperatura corporal, e o metal aquecido de um motor recém-desligado funciona como um radiador natural para eles.
Além do calor, o espaço confinado oferece uma sensação de segurança contra predadores ou outros perigos externos.
No entanto, o compartimento abriga correias, ventiladores e componentes que atingem temperaturas altíssimas, transformando o refúgio em uma armadilha mecânica em questão de segundos.
Protocolo de segurança antes da partida
A prevenção não exige equipamentos sofisticados, apenas uma mudança de hábito na rotina do condutor. O site CATIT recomenda três ações rápidas antes de girar a chave:
- Alertas sonoros e físicos: bater com firmeza no capô do veículo é a forma mais eficaz de dispersar um animal. O ruído e a vibração costumam ser suficientes para que o gato perceba o perigo. Em locais com alta incidência de animais errantes, acionar a buzina brevemente antes da ignição reforça o alerta.
- Inspeção nas cavas das rodas: nem sempre o gato entra no motor. Muitos se acomodam sobre os pneus, pois a borracha serve como isolante térmico contra o solo frio. Uma olhada rápida nos vãos acima das rodas e embaixo do chassi garante que nenhum animal seja atropelado ao movimentar o carro.
- Uso de garagens fechadas: sempre que possível, manter o veículo em ambiente fechado impede o acesso de animais externos. Caso o estacionamento seja ao ar livre, evitar áreas de sombra densa ou locais próximos a colônias de gatos reduz a probabilidade de incidentes.
Barreiras sensoriais e alternativas de abrigo
Para quem convive com gatos na vizinhança, o uso de repelentes naturais pode afastar os animais do veículo sem causar danos à saúde deles. O olfato apurado dos felinos rejeita odores cítricos, lavanda, eucalipto e alecrim.
Espalhar esses aromas ao redor da vaga ou utilizar dispositivos ultrassônicos são estratégias complementares.
Além de afastar, é importante oferecer uma rota de fuga segura. Prover pequenos abrigos térmicos, como caixas isoladas em locais protegidos, desvia o interesse do animal para longe das máquinas.
Ao oferecer uma alternativa seca e quente, o motorista remove o incentivo para que o gato se arrisque entre as peças de metal do automóvel.
Você já passou por uma situação assim? Conta pra gente como foi!
