Cachorro golden retriever ajuda menino com doença genética rara a alcançar progresso 'inacreditável'

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em Aqueça o coração

Quando Patrick, um menino de 3 anos de Nova York, recebeu o diagnóstico de uma doença genética raríssima, sua família encontrou esperança onde menos esperava: na companhia de um golden retriever chamado Yammy.

O que parecia ser apenas um gesto de carinho transformou-se em um divisor de águas na vida da criança.

Filho de Susan Bresnahan, enfermeira com mais de 20 anos de experiência, Patrick nasceu durante a pandemia de COVID-19, em 2020.

Desde muito cedo, Susan percebeu que algo estava fora dos padrões de desenvolvimento infantil.

“Eu sabia, no fundo, que algo estava errado”, contou ela em entrevista à Fox News Digital.

Após meses de consultas com diferentes especialistas e uma bateria de exames genéticos, veio o diagnóstico: síndrome de Timothy, uma condição extremamente rara, associada à mutação no gene CACNA1C.

De acordo com informações da Cleveland Clinic, menos de 100 pessoas no mundo vivem com essa síndrome, que afeta o desenvolvimento neurológico, o sistema cardíaco e imunológico, além de gerar atrasos cognitivos e motores.

“Quando recebi o diagnóstico, foi a primeira boa noite de sono que tive em dois anos. Eu estava perdendo a cabeça sabendo que havia algo realmente errado”, relembrou Bresnahan.

A síndrome de Timothy é uma condição potencialmente fatal. Dados da Cleveland Clinic revelam que quase 80% dos casos evoluem para complicações cardíacas graves na infância.

Embora não haja cura, terapias podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Diante do desafio, Susan decidiu ir além das terapias convencionais — que já incluíam fonoaudiologia e terapia ocupacional.

Foi quando buscou o apoio do ECAD (Educated Canines Assisting with Disabilities), uma organização que treina cães de serviço para auxiliar pessoas com diferentes tipos de deficiência.

Os cães do ECAD passam por mais de 1.500 horas de treinamento, aprendendo tarefas como acender luzes, abrir portas, ajudar na mobilidade e, principalmente, oferecer suporte emocional e físico.

Antes de receber o cão, os tutores precisam passar por um treinamento intensivo de duas semanas na sede da organização, em Torrington, Connecticut.

A família precisou arrecadar US$ 25 mil para custear o processo — valor que foi rapidamente alcançado graças à mobilização de amigos, familiares e membros da comunidade.

“Foi inacreditável. Chorei por três semanas seguidas — foi incrível como as pessoas se manifestaram para nos apoiar”, afirmou Bresnahan.

Logo após a chegada de Yammy, os resultados foram surpreendentes.

“Em duas semanas, ele estava fazendo 12 coisas novas que nunca tinha feito. Eu realmente não conseguia acreditar no que via”, relatou a mãe.

Atividades simples, como subir escadas, correr e até melhorar a coordenação motora, tornaram-se parte do dia a dia de Patrick, que antes apresentava movimentos lentos e desajeitados.

A presença de Yammy também trouxe avanços sociais e emocionais.

“É apenas uma grande sessão de fisioterapia o dia todo, acompanhada de amor e segurança”, definiu Bresnahan.

O impacto dos cães de serviço em crianças com atrasos no desenvolvimento é respaldado por estudos científicos.

Um estudo publicado na revista Frontiers in Veterinary Science em 2021, intitulado "Dogs Supporting Human Health and Well-Being: A Biopsychosocial Approach", destaca que cães de assistência não apenas auxiliam na mobilidade, mas também desempenham um papel significativo na redução da ansiedade e na promoção da interação social.

Além disso, o estudo aponta que a presença desses cães pode estimular o desenvolvimento motor e cognitivo em crianças, contribuindo para avanços consistentes na comunicação, habilidades sociais e autonomia.

Essas evidências científicas reforçam a importância dos cães de assistência no apoio ao desenvolvimento infantil, especialmente para crianças com necessidades especiais, como aquelas diagnosticadas com a síndrome de Timothy.

A interação com esses animais pode proporcionar não apenas suporte físico, mas também benefícios emocionais e sociais significativos, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e bem-estar geral.

Hoje, aos quatro anos, Patrick continua lidando com desafios, como o risco de problemas cardíacos e convulsões, sendo monitorado com eletrocardiogramas anuais.

“Ele é o único no mundo com essa mutação exata, então não há ninguém com quem comparar”, explicou Susan.

Apesar disso, o menino tem avançado mais do que qualquer expectativa inicial.

“Ele está indo na direção certa. E ele é a criança mais feliz do mundo”, destacou a mãe.

Bresnahan mantém contato constante com cientistas que estudam a síndrome de Timothy e acompanha de perto pesquisas sobre possíveis tratamentos no futuro.

“É apenas um cotonete bucal — e a quantidade de informações que você pode obter dele pode mudar sua vida”, afirmou, referindo-se à importância dos testes genéticos no diagnóstico precoce.

Para Susan, Yammy não é apenas um cão de serviço. É, acima de tudo, parte da família — e o melhor terapeuta que Patrick poderia ter.

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