'Bom dia pra quem?' - Conheça Baruck, cão Yorkshire que ficou famoso por detestar receber 'bom dia'

O cão gosta da creche só não gosta de receber bom dia.

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Existem os matinais que acordam cedo, cheios de energia, prontos para correr atrás da bolinha ou apenas aproveitar os primeiros raios de sol. Mas Baruck não é esse tipo de cão.

Aos 7 anos, o Yorkshire Terrier de olhar desconfiado e personalidade forte prefere dormir até mais tarde e não esconde seu mau humor quando é forçado a encarar a rotina matinal.

Seu comportamento repercutiu nas redes sociais, especialmente após vídeos publicados pela creche e hotel CÃO VIP, localizada em Florianópolis (Av. Atlântica, 376, Jardim Atlântico), onde ele passa seus dias ao lado de Lili, uma simpática linguicinha caramelo.

Os vídeos mais famosos de Baruck mostram seu comportamento reativo quando os cuidadores da creche tentam desejar um simples “bom dia”.

Ao contrário dos outros cães, que abanam o rabo ou apenas ignoram a saudação, Baruck late, rosna, mostra os dentes e até corre atrás do cuidador que ousa iniciar a conversa matinal.

Em uma das cenas, ele chega a quase morder o colaborador da creche, para choque (e risadas) de quem assiste.

Esse comportamento, claro, viralizou. Um dos vídeos, com 754 mil visualizações, 63 mil curtidas e mais de 2.700 comentários, trouxe reações divertidas e também alertas importantes dos internautas.

Entre os mais curtidos está o comentário: “Se o dia for bom mais tarde eu aviso”, uma frase que define bem o humor do cãozinho.

Outros se divertem com a sua “bipolaridade”, enquanto alguns expressaram preocupação com o estado dos dentes de Baruck, já que o tártaro é visível em algumas cenas.

A dentição de Baruck chamou a atenção da veterinária Dra.Ingridkonzenvet, que comentou na publicação alertando:

“Uma mordida dele gera uma ferida mega infectada. Precisamos cuidar dos dentinhos dos pets!”.

O perfil oficial da creche respondeu prontamente à veterinária, explicando que a tutora de Baruck já está ciente da situação e que o cão está passando por um processo gradual de cuidados.

“Infelizmente não tem como fazer tudo de uma vez. Baruck passou por um momento delicado nos olhos, estava com úlcera. O próximo passo será a limpeza dentária”, informou a equipe.

Apesar do humor ácido, Baruck tem motivos para carregar traços de instabilidade comportamental.

Veja o vídeo:

Resgatado de um canil onde viveu sete anos preso por uma corrente, ele era usado apenas para procriação. Sua tutora atual o salvou após o local ser arrombado em uma ação de resgate.

Desde então, ele passou por uma transformação completa e hoje vive em segurança, é bem alimentado, recebe atenção e carinho e sim, continua detestando acordar cedo.

Baruck morde, às vezes, até a própria tutora, principalmente se ela usa um tom de voz ou faz um movimento que o assuste.

Segundo relatos da creche, ele tem momentos muito carinhosos, mas também apresenta oscilações de humor típicas de um cão com histórico de maus-tratos.

Sendo assim podemos dizer que ele é um sobrevivente. Seu comportamento reflete os anos de negligência e sofrimento. A reatividade dele é, na verdade, um mecanismo de defesa.

Então felizmente, agora ele está em um ambiente amoroso e cercado de cuidados profissionais.

Apesar da personalidade “difícil”, Baruck é muito querido na creche e entre os seguidores da página.

Diversos vídeos mostram o Yorkshire convivendo com outros cães, interagindo com a cachorrinha Lili e até protagonizando momentos engraçados com outros hóspedes da creche, como um bulldogue francês que observa, com aparente surpresa, a revolta de Baruck com o “bom dia”.

As redes sociais da CÃO VIP transformaram o cãozinho em uma verdadeira celebridade pet.

Frases como “Quem disse que eu queria que amanhecesse?” ou “Ia perguntar o nome da entidade, mas no vídeo já fala” também fazem parte dos comentários e mostram como o comportamento excêntrico do pet conquistou a simpatia do público.

Confira o vídeo abaixo:

A seguir, confira vantagens de deixar o seu pet em uma creche de acordo com a revista Exame:

Socialização: ambiente para interação com outros cães e pessoas, promovendo boas habilidades sociais.

Exercício físico: oportunidades para brincar e se exercitar ativamente com outros cães.

Estimulação mental: atividades interativas e brinquedos que mantêm a mente do pet engajada.

Ausência de tédio: ambiente divertido e estimulante evitando o tédio que pode ocorrer se o cão ficar sozinho em casa.

Supervisão profissional: equipe treinada e experiente monitora constantemente os cães, garantindo segurança e bem-estar.

Redução do comportamento destrutivo: ao manter os cães ocupados, diminui-se a chance de roer móveis, latir demais ou destruir objetos.

Rotina estruturada: horários fixos para alimentação, brincadeiras e descanso, beneficiando o equilíbrio emocional e a saúde do cão.

Alimentação adequada: o tutor pode definir a dieta, e a equipe segue orientações para atender às necessidades específicas.

Monitoramento da saúde: cuidados constantes identificam sinais de doença ou desconforto, permitindo ação rápida.

Combate à solidão e à ansiedade de separação: companhia e distração constantes ajudam cães que sofrem com ausência dos tutores.

De acordo com a Comissão Técnica de Bem-Estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), o ingresso de um cão em creches especializadas deve seguir critérios rigorosos para garantir a segurança de todos os animais envolvidos.

O primeiro passo costuma ser uma avaliação comportamental, que tem como objetivo identificar se o pet apresenta traços de agressividade ou dificuldades de socialização com outros cães e pessoas.

Muitos estabelecimentos também oferecem períodos de adaptação e, em alguns casos, serviços de adestramento integrados à rotina do animal.

No que diz respeito à saúde preventiva, o CRMV-SP recomenda que os tutores mantenham em dia a vacinação obrigatória, incluindo V8 ou V10, antirrábica, vacina contra giárdia, gripe canina e leptospirose, além do controle eficaz de pulgas e carrapatos (mesmo quando o método é de escolha livre) e a vermifugação regular, geralmente a cada três meses.

Outra exigência comum diz respeito à esterilização dos animais. Embora a castração obrigatória para todos os cães ainda seja menos frequente, muitas creches solicitam que machos estejam castrados e que fêmeas não frequentem o espaço durante o período de cio.

Em casos mais seletivos, a aceitação de cães não castrados pode depender de critérios comportamentais mais específicos.

Segundo o CRMV-SP, a atenção a esses cuidados deve ser encarada de forma positiva pelos tutores.

“Um local criterioso ao aceitar os animais é algo que deve ser visto com bons olhos, para evitar doenças, brigas e acidentes. Cães muito medrosos ou agressivos não devem frequentar esse tipo de ambiente coletivo”, reforça a comissão.

Seu pet frequenta alguma creche? Deixe seu relato nos comentários.

Beatriz é jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo, com especialização em Escrita Criativa e Editoração pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. Apaixonada por narrativas envolventes e pelo universo pet, ela também possui certificação em Storytelling para Marketing Digital pela Santander Open Academy, o que complementa sua habilidade de transformar histórias reais em conteúdos informativos e inspiradores. Dedica-se à produção de reportagens que valorizam a convivência ética e afetiva entre humanos e animais de estimação, promovendo empatia, informação de qualidade e o respeito aos animais.