Cercadinho abandonado na beira da estrada escondia um pequeno grupo de ‘bebês’

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A cena poderia passar despercebida por muitos: um cercadinho de tecido, sujo e amarrotado, largado à beira da estrada.

Mas algo ali chamou a atenção de um bom samaritano — havia movimento dentro daquele pequeno espaço.

Quando ele se aproximou, encontrou três gatinhos minúsculos, amontoados e assustados.

Sem pensar duas vezes, o homem os levou para casa e entrou em contato com a RSPCA, uma organização britânica de proteção animal.

De acordo com Emmeline Myall, agente de resgate da instituição, os filhotes estavam cobertos de urina e fezes, visivelmente assustados e confusos.

“Felizmente, foram encontrados na hora certa”, disse ela ao The Dodo.

Os pequenos foram levados à filial da RSPCA em Halifax, Canadá, onde começaram a receber os cuidados que tanto precisavam.

Água, comida, carinho e um lugar seguro para descansar — tudo novo para os três irmãos felinos, que rapidamente conquistaram os corações de todos no abrigo.

Batizados com nomes de massas, Rigatoni, Penne e Macaroni hoje são só alegria.

Rigatoni, o único macho do trio, é o mais arteiro e está sempre pulando nas irmãs.

Já Macaroni, a menorzinha, compensa no carisma e na coragem. Ela é sempre a primeira a explorar os cantinhos do abrigo.

Penne adora lutar com os dois e parece aproveitar cada segundo da nova vida.

O trio agora está pronto para encontrar um lar definitivo.

Temporada de filhotes

Segundo a RSPCA, entre maio e setembro, no hemisfério norte, ocorre o maior número de resgates de gatinhos nos abrigos — é a chamada “temporada de filhotes”.

“É a época em que a maioria dos filhotes nasce”, explica Alice Potter, especialista em bem-estar felino da instituição. “Infelizmente, com a crise do custo de vida, vemos cada vez mais animais abandonados justamente quando nossos abrigos já estão lotados.”

Esse tipo de situação, infelizmente, está diretamente ligado à falta de castração.

Uma única gata não castrada pode gerar dezenas de descendentes em poucos anos, o que alimenta o ciclo do abandono. E tudo começa cedo.

Segundo a veterinária Jamie Lovejoy, em um artigo no PetMD, gatinhas podem entrar no cio já aos 4 meses de idade — e a partir daí, o show de miados, inquietação e fugas em busca de um parceiro está garantido.

A frequência dos cios também é surpreendente.

Se a gata não acasala, ela pode reiniciar o ciclo em poucas semanas, especialmente durante os meses mais quentes e com maior luminosidade, como a primavera e o verão.

A única forma eficaz de evitar o cio e, consequentemente, ninhadas indesejadas, é a castração.

Além de prevenir doenças como piometra, pseudogestação e até câncer de mama e ovário, a esterilização contribui diretamente para a redução da superpopulação felina.

“Pedimos encarecidamente que as pessoas castrem seus gatos, ajudem os animais de rua, adotem de abrigos e se voluntariem quando possível”, reforça Alice. “E se estiverem pensando em levar um gato para casa, que escolham a adoção em vez da compra.”

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.