Em encontro emocionante, cachorrinha cega revê irmã que ela 'acreditava' que nunca mais encontraria

No final do ano passado, a história de Madison — uma filhote cega vagando desorientada por uma rua movimentada — mobilizou corações e trouxe à tona o quanto amor, paciência e recomeços são possíveis mesmo diante de condições adversas.

O resgate de Madison foi realizado por Karla Schneider Boss, voluntária da organização Frankie Lola and Friends, que atua no salvamento e reabilitação de cães em situações de risco nos Estados Unidos.

Segundo postagem da entidade no Instagram, a pequena cachorra esteve à beira de ser atropelada antes de ser socorrida.

“Não consigo imaginar um cachorrinho desse tamanho no meio da rua, muito menos um cachorrinho cego”, escreveram na legenda.

Boss acolheu Madison e passou a observá-la adaptar-se a uma nova realidade: a de viver em segurança, mesmo sem enxergar.

No início, ela esbarrava nos móveis, não sabia exatamente onde estava, mas sua coragem impressionava.

“Ela era tão fofa e tão corajosa. Ela disse: ‘Vou dar um jeito nisso. Eu consigo’”, contou Boss ao site The Dodo.

Mas o que ninguém esperava era que, apenas uma semana depois, Boss também encontraria a irmã de Madison — batizada de Sissy.

O reencontro das duas foi imediato e emocionante. Mesmo após o tempo separadas, parecia que nunca haviam se distanciado.

“[Era] como se eles nem tivessem se separado. Foi adorável”, lembrou a cuidadora.

Durante meses, Boss cuidou das duas irmãs, assistindo ao vínculo delas se fortalecer.

Quando Sissy foi adotada por Cynthia Howard, veio a parte mais difícil: Madison ainda não havia encontrado um lar.

O que se seguiu foi uma reviravolta que poderia muito bem ter saído de um roteiro de filme. Cynthia, já encantada por Sissy (agora chamada Lulu), não conseguia esquecer Madison, que passou a ser chamada de Zoey.

“Conversei com meu marido durante meses: 'E se adotássemos a irmã dela?'”, contou Cynthia ao The Dodo. Ele respondeu: “Claro!”

Assim, Lulu e Zoey foram reunidas mais uma vez. Cynthia adaptou a casa inteira para a nova moradora cega: colocou sinos nas portas, espalhou aromas diferentes nos cômodos e retirou móveis com cantos perigosos.

“Fizemos tudo o que podíamos para começar com o melhor pé possível”, escreveu Cynthia em uma postagem.

Além dos cuidados humanos, Zoey conta com o apoio constante de Lulu, sua irmã inseparável.

“[Zoey] é TÃO capaz e tem sido uma grande inspiração vê-la crescer”, completou Cynthia.

O impacto do vínculo entre irmãos de ninhada na recuperação e bem-estar

Estudos indicam que cães que crescem juntos com irmãos de ninhada desenvolvem laços sociais profundos que podem influenciar positivamente o comportamento, a saúde emocional e a adaptação ao ambiente.

Segundo a American Kennel Club (AKC), adotar dois filhotes de uma vez pode parecer razoável. Mas muitos treinadores, criadores e abrigos de cães dizem que é muito melhor para todos os envolvidos adicionar apenas um filhote de cada vez à família, ajudando a evitar uma série de problemas comportamentais, às vezes conhecidos como "síndrome do companheiro de ninhada".

A síndrome do companheiro de ninhada refere-se aos potenciais problemas comportamentais que podem surgir quando filhotes da mesma ninhada são criados juntos.

Sem muita atenção individual adequada, os companheiros de ninhada podem criar laços mais estreitos entre si do que com você. Os filhotes precisam aprender a agir de forma independente para se tornarem cães adultos confiantes.

No entanto, de acordo com pesquisa publicada no Science Direct, cães que vivem com companheiros conhecidos apresentam níveis mais baixos de cortisol — o hormônio do estresse — e demonstram mais facilidade para socialização e treinamento.

Ainda que a adoção conjunta de irmãos não seja sempre viável, especialistas recomendam que adotantes levem em conta a ligação emocional entre os animais, especialmente quando um deles apresenta necessidades especiais.

A presença de um companheiro já familiar pode oferecer estabilidade emocional e segurança.

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